Page 24 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 486
o valor dessa dádiva se passe com rigor e sempre manteve a aventura como matriz É com este propósito que a Comissão
verdade às novas gerações, a dos seus fi- identitária para a sua afirmação na Histó- Executiva para a Homenagem Nacional aos
lhos, a dos seus netos. ria universal. Porque navegar e descobrir Combatentes, com o apoio direto da Uni-
era preciso, e viver… versidade Nova de Lisboa, da Universidade
É que, a esta geração de portugueses Católica e das respetivas Associações Aca-
foram pedidos três trabalhos extraordiná- E hoje? démicas, está a organizar dois colóquios
rios, primeiro a gigantesca tarefa de de- Para que Portugal se cumpra hoje, no- intitulados “Os novos combates por Portu-
fender o Império, depois a de assistirem vos combates se adivinham, lutas a que gal” dirigidos a jovens universitários.
ao seu desmantelamento e, por último, nos chama o imperativo de evitar a per-
a de reconstruir o País segundo um novo da da nossa identidade e a defesa do Este ano elegemos o Mar como um dos
modelo. bem-comum. objetivos centrais do redirecionamento
Os desígnios de Portugal estão hoje, do esforço nacional em vista ao futuro.
Portugal sempre procurou novos es- como sempre, intrinsecamente ligados
paços, primeiro na reconquista ibérica, aos do mundo globalizado qua ajudámos Para além de uma abordagem abran-
a seguir na expansão estratégica para o a criar, sempre em mudança, e a esses gente sobre a temática do mar, deseja-
Norte de África, depois o mar, primeiro, não podemos fugir. Mas os nossos, os que mos, em ambiente aberto e franco, pôr à
o mais próximo, e, logo, o mar desconhe- só dependem da nossa vontade coletiva, discussão três temas cruciais, o mar como
cido, longínquo, cada vez mais distante… só nós é que os poderemos determinar e alfobre de novas descobertas e por força
E, Portugal, sempre na busca do seu de- dirigir. disso sujeito a fortíssimas ameaças, o mar
sígnio, encontrou outros oceanos, outros De entre muitos outros desafios que como fronteira do conhecimento e o mar
continentes, outros povos, aprendeu com temos de enfrentar, gostaríamos de des- como desafio à economia de futuro, de-
outras culturas, promoveu a divulgação tacar a obrigação e o dever moral de signadamente, a identificação de novas
do seu saber, da sua influência, globalizou preparar melhor os jovens para uma ci- perspetivas profissionais que ele possa
o comércio e o conhecimento, expandiu a dadania de valores, plena, agregadora, proporcionar.
fé do seu povo. Isto e tanto mais. em vista a garantir a identidade de Por-
tugal como Nação livre e independente, Estamos em mudança de gerações, es-
Quantos dos nossos heróis anónimos e com esse, cumprir outros, designada- tamos em mudança de paradigmas, esta-
não se glorificaram para responder a es- mente, o de promover e reforçar a conti- mos em mudança de tripulações e de ti-
ses desafios maiores? E, ousados, persis- nuidade da cultura e da língua, o de res- moneiros que nos conduzirão no futuro,
tiram. E porque ousaram, determinados, ponder ao desafio de aprofundar o saber e é nosso propósito alertar os jovens para
porfiaram. e o conhecimento a níveis que nos man- a necessidade de responder aos novos
tenha competitivos no concerto das Na- combates com o mesmo ardor e patrio-
Outros, não obstante tanto esforço, pe- ções, área em que fomos pioneiros, o de tismo com que os que nos precederam o
receram sem evitar que Portugal sofresse assegurar a defesa dos espaços de nosso fizeram e os que connosco lutaram pelo
perdas irreparáveis, com o domínio da di- interesse estratégico, e tantos e tantos bem de Portugal.
nastia filipina, na sequência das guerras outros.
de libertação dos territórios americanos, E porque temos a profunda consciência Portugueses de todas as idades, abra-
com as ambições imperiais dos possiden- de que, para além do uso da força militar cem mais este desígnio.
tes europeus do século XIX, com a cobiça em defesa dos interesses próprios de Por-
tedesca sobre as nossas colónias durante tugal, dos seus e dos das Alianças de que Jovens, venham aos colóquios.
a I Grande Guerra e, já na nossa geração, fazemos parte, designadamente através E, a 10 de Junho, assistam todos à Ce-
com o apoio claro do ocidente a movi- da participação em Operações de Paz e rimónia de Homenagem Nacional, primei-
mentos independentistas, especialmente Humanitárias, os combates pelo Portugal ro no Mosteiro dos Jerónimos e depois,
eficazes na segunda metade do século XX. do futuro têm muitas outras dimensões junto ao Monumento aos Combatentes,
e a luta faz-se em muitas outras áreas de ao lado da Torre de Belém.
E em todos estes combates, foram por- atividade.
tugueses como nós, homens, e quantas Fernando de Sousa Rodrigues
mulheres em lágrimas, que pagaram com TGEN
preço de sangue a missão de cumprir e
fazer cumprir a vontade de um Povo que
PROGRAMA
10H30 Missa na Igreja de Santa Maria, aos Jerónimos;
11H45 Concentração para a cerimónia;
12H15 Abertura pelo Presidente da Comissão;
12H20 Cerimónia inter-religiosa;
12H25 Discurso alusivo por orador convidado;
12H35 Homenagem aos mortos e deposição de flores;
12H55 Hino Nacional (salvas executadas por navio da Marinha fundeado no Tejo);
13H00 Sobrevoo por aeronaves da Força Aérea;
13H05 Passagem final pelas lápides;
13H25 Lançamento de pára-quedistas do Exército;
13H30 Almoço-convívio.
24 JUNHO 2014