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REVISTA DA ARMADA | 505
No final de um dia no mar, era tempo para se pensar na famí- memórias e as experiências partilhadas durante as suas comis-
lia, fazer os telefonemas necessários, recordar as efemérides fa- sões de embarque.
miliares e festejar o aniversário dos militares da D. Francisco de
Almeida que, de junho a dezembro, contabilizou 99 aniversários Estas relações, temperadas por largos meses de mar, pelos va-
entre militares nacionais e estrangeiros embarcados. lores e cultura da Marinha, bem como pela experiência dos mais
antigos, independentemente da categoria, também foram deter-
Outra das efemérides celebradas durante este período foi o Re- minantes no empenhamento, na moral e coesão da guarnição do
membrance Day, no dia 11 de novembro, com o objetivo de ho- NRP D. Francisco de Almeida.
menagear os mortos e comemorar a assinatura do tratado de paz
celebrado após a Primeira Guerra Mundial. O programa de even- VISITAS DE PORTO
tos contou com a participação da guarnição e do Estado-Maior
internacional embarcado, reunido no convés de voo, onde foram As visitas a portos durante este período, apesar de curtas,
proferidas algumas palavras dedicadas aos que sofreram os hor- revelaram-se de grande importância na medida em que permi-
rores da guerra, seguidas por dois minutos de silêncio. tiram assegurar os aspetos ligados à manutenção e logística, à
presença naval e rotinas de bordo e, não menos importante, ao
A 4 de dezembro celebrou-se o dia de Santa Bárbara, a padro- merecido descanso da guarnição.
eira dos artilheiros, numa pequena cerimónia conduzida pelo
artilheiro mais antigo a bordo, desta feita o Chefe do Estado- O primeiro porto visitado foi o de Palma, na ilha de Maiorca,
-Maior da SNMG1, evento que reuniu a equipa de artilharia do em Espanha. Tratou-se de uma paragem logística de apenas 24
navio e os oficiais de artilharia do Estado-Maior internacional horas, mas o bom tempo que ainda se fazia sentir, apesar de já
embarcado. estarmos em novembro, permitiu que a guarnição conhecesse
um pouco da cidade.
No âmago das inúmeras tarefas e eventos passíveis de serem
realizados num navio de guerra, estão as pessoas e as relações A paragem seguinte foi Cagliari, na ilha da Sardenha, em Itália.
de trabalho, de camaradagem e amizade que se constroem, dia Novamente, a visita de porto foi presenteada com boas condi-
após dia, durante a sua permanência a bordo. ções meteorológicas e o fim de semana serviu para conhecer um
pouco da história da ilha e saborear a gastronomia italiana.
Muitas dessas relações acabam por ser perpetuadas por mui-
tos e longos anos, como são testemunho os almoços e jantares No dia 26 de novembro, o navio parou em Souda-Bay, já co-
de antigas guarnições que procuram, desta forma, recordar as nhecida da primeira parte da missão. Novamente uma paragem
logística por um dia, mas que foi extremamente importante para
Foto 1SAR A Ferreira Dias efetuar uma reparação numa chumaceira dos veios. A colabo-
ração e o apoio da marinha grega, através do seu Arsenal, foi
inestimável e muito apreciada.
O início de dezembro marcava o nosso regresso a Istambul, cin-
co meses depois da última visita. Para além do frio que se fazia
sentir na cidade, esta visita também ficou marcada pelo acrésci-
mo substancial das medidas de segurança, como consequência
da situação política vivida na região.
Neste longo périplo, Cartagena foi o último porto a ser visitado,
tendo-se iniciado os preparativos para a cerimónia de entrega de
comando da SNMG1. No dia 17 de dezembro, aproveitando esta
paragem, também se realizou a festa de natal do navio. Para além
das tradicionais iguarias natalícias, houve ainda lugar para a divul-
gação dos resultados de um concurso de fotografia, relacionado
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