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REVISTA DA ARMADA | 505

  Mas “a guerra continuava”, com o BLD a integrar o grupo de          O TRJE15 constituiu assim uma oportunidade única para
planeamento para as últimas atividades desta fase LIVEX. Após       manter o adestramento e conhecimento dos Fuzileiros no pla-
um curto período de regeneração do material e pessoal na Base       neamento e na condução de operações anfíbias, em contexto
de Fuzileiros, iniciámos o planeamento para uma ação trilateral     LIVEX com plataformas dedicadas e com meios de projeção di-
com forças de Espanha e dos EUA, bem como das séries previstas      ferentes dos existentes na Marinha Portuguesa, credibilizando
no âmbito do Sea Day (dia dedicado à visita de Altas Entidades      assim o BLD como elemento essencial do sistema de forças na
para demonstração de capacidades da componente naval2).             sua componente operacional, bem como as Forças de Fuzi-
                                                                    leiros recentemente edificadas para os compromissos no âm-
  Assim, no dia 3 e 4 de novembro de 2015 foi efetuado um ou-       bito da Força de Reação Imediata e do Conjunto Modular de
tro treino combinado com forças anfíbias de Portugal (FFZ1 e Re-    Forças. O facto de termos assumido o Comando da Força de
conhecimento), Espanha (com o SPS Juan Carlos I e a Infanteria      Desembarque Combinada (PRT-EUA), constitui também uma
de Marina) e dos EUA (Special Purpose Marine Air-Ground Task        prova de plena confiança nas nossas capacidades e da eleva-
Force – Crisis Response – Africa, baseada em Morón, Espanha) na     da credibilidade que angariámos junto de forças congéneres
área de Pinheiro da Cruz e Sines. Foram planeadas e executadas      pelo constante profissionalismo, dedicação e empenho dos
duas ações distintas: a primeira consistiu na realização de ata-    Fuzileiros que integraram o BLD e as FFZ nos diversos exercí-
ques deliberados por inserção aérea através dos MV-22 Osprey        cios e treinos com outras nações nos últimos dois anos e que
com apoio de aeronaves de asa fixa AV-8B, na área de Pinheiro       se espera poder continuar a manter. Tudo isto num quadro
da Cruz; e a segunda, uma operação CSAR (Combat Search And          global e de natureza multinacional onde as questões de inte-
Rescue) a partir do navio LHD espanhol, na área de Sines, a fim de  roperabilidade e cooperação (mas também de confiança e de
recuperar a tripulação de uma aeronave da NATO que havia sido       partilha) no domínio da Defesa são cada vez mais decisivas,
abatida no dia anterior.                                            porquanto constituem seguramente a chave do sucesso que
                                                                    a NATO necessita para enfrentar os atuais e futuros desafios
  A participação do BLD neste exercício terminou no dia 5 de no-    que se lhe colocam.
vembro com um papel bastante preponderante no Sea Day que
decorreu em Troia, através da realização de um static display re-                                      Colaboração do BATALHÃO DE FUZILEIROS Nº 2
presentativo das suas principais capacidades (com o emprego da
FFZ2 na configuração para o Conjunto Modular de Forças), bem           Notas
como a participação na demonstração naval combinada através
de uma força (FFZ1) que efetuou um desembarque anfíbio no              1 A STRIKFORNATO (Allied Naval Striking and Support Forces NATO) é um quartel-
estuário do Rio Sado juntamente com uma Companhia dos USMC              -general naval, composto por militares de onze países, entre os quais Portugal,
(Americanos) e outra dos Royal Marines (Ingleses).                      com um elevado grau de prontidão e que em caso de necessidade embarcará no
                                                                        seu “flagship” o USS Mount Whitney, sendo que, na aliança, é o único comando
  Paralelamente e devido às responsabilidades que Portugal as-          de componente naval, pertencente à estrutura de forças que pode comandar
sumiu como Nação Hospedeira, também a FFZ3 (apesar de não               uma força expedicionária com grande capacidade de combate e projeção de
ter integrado o BLD por se encontrar em aprontamento) teve um           força, constituída por porta-aviões e unidades navais anfíbias de grande porte,
forte empenhamento em tarefas de segurança, cenarização e               operando sempre sob o comando operacional do Comandante Supremo da
apoio real, quer em PANTROIA quer em Pinheiro da Cruz com               Aliança na Europa (SACEUR).
a simulação de forças opositoras, tanto para o BLD como para           2 A demonstração de capacidades das componentes aérea e terrestre teve lugar
a Componente de Operações Especiais onde o DAE esteve inte-             em Itália e Espanha, respetivamente, nos dias antecedentes.
grado.

                                                                                                                                                         Foto SAJ FZ Horta Pereira

                                                                    MARÇO 2016               7
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