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REVISTA DA ARMADA | 509






          ACADEMIA DE MARINHA




          SESSÃO CULTURAL CONJUNTA AM-ICEA






            m 31 de maio teve lugar, no Auditório da Academia de Mari-  Durante o intervalo, na galeria da Academia, os participantes
         Enha, a XII sessão cultural conjunta com o Instituto de Cultura   puderam apreciar a Exposição documental e bibliográfica sobre a
          Europeia e Atlântica, subordinada ao tema “Comemorações da   presença da Marinha Portuguesa em Timor, pertencente ao acer-
          Chegada dos Portugueses a Timor em 1515”, com a presença da   vo do Arquivo Histórico da Marinha, ao CDIACM e à Biblioteca da
          Embaixadora da República Democrática de Timor-Leste, Dr.ª Ma-  Academia de Marinha.
          ria da Paixão Costa.                                  A segunda parte foi iniciada com a comunicação “Reler Revi-
           Antes de se ter dado início à sessão do dia, o Diretor da Filatelia   sitar dois estudos sobre Timor no tempo do Grupo de Estudos
          dos CTT Correios de Portugal, Dr. Rui Moreira, em conjunto com os   de História Marítima e do Centro de Estudos de Marinha. 1970-
          Presidentes da Academia de Marinha e do Instituto de Cultura Euro-  -1971”, pelo académico João Abel da Fonseca.
          peia e Atlântica, deram início à cerimónia da obliteração do Carimbo   O orador salientou que Timor esteve presente, desde o primei-
          Comemorativo dos 500 anos da Chegada dos Portugueses a Timor.  ro momento, há 45 anos, nos trabalhos dos organismos que fo-
           Seguidamente  foi  apresentada  a  comunicação  “Da  Chegada   ram embrião da futura Academia de Marinha. O momento serviu
          dos Portugueses a Timor até ao fim do processo da Independên-  para revisitar os dois estudos e evocar o Comandante Humberto
          cia”, pelo académico Adriano Moreira. O Professor disse que a   Leitão, bem como homenagear o Prof. Doutor Luís Filipe Thomaz
          relação de Timor com Portugal nunca foi considerada, na opinião   que até ao presente é o mais antigo membro da Classe de Histó-
          das  duas  comunidades,  como  colonial,  mais  sim  de  amigo.  O   ria Marítima, eleito correspondente em 12-12-1973 e efetivo em
          processo da independência, que cumpriu o programa da ONU,   13-07-1977.
          passou pela ocupação japonesa, pela ocupação da Indonésia e   Por fim foi apresentada a comunicação “A Presença da Mari-
          finalmente pela tese inovadora portuguesa de que se tratava da   nha em Timor”, pelo académico José Luís Leiria Pinto, que nos
          invasão de um Estado Independente, o que finalmente lhe con-  testemunhou com a sua experiência a presença da Marinha em
          cedeu o reconhecimento da igualdade entre as nações.       Timor,  de  que  foi  o  último  Capitão  dos  Portos,  distribuindo-a
           Na comunicação “Timor. De território desamparado a país re-  em períodos distintos balizados por acontecimentos marcantes,
          conhecido: acertos e desacertos na sua história”, pelo académico   como foram as sucessivas revoltas indígenas que antecederam a
          Artur Teodoro de Matos, o professor referiu que foi o comércio   implantação da República em Portugal, a “Guerra do Manufai”, a
          do sândalo que atraiu os portugueses a Timor. O sândalo conti-  invasão japonesa, a guerra civil de 1975, a invasão indonésia, a
          nuou a ser durante séculos a principal exportação da ilha, dirigi-  independência de Timor-Leste e a chegada da Força Internacio-
          do sobretudo para Macau. Tal comércio não conduziu, porém, a   nal (INTERFET) em 1999 até à atualidade.
          uma penetração sistemática dos portugueses na ilha, mas ape-  Após as palavras de congratulação e agradecimento proferidas
          nas a contactos intermitentes em portos do litoral. A penetração   pelo Dr. Viegas Freitas, Presidente do Instituto de Cultura Euro-
          portuguesa em Timor deveu-se, por isso, mais aos missionários,   peia e Atlântica, seguiu-se um momento musical com canções de
          que na esteira dos mercadores abordaram à ilha, do que aos pró-  Timor pelo artista timorense “Zé Camarada”.
          prios mercadores. Estabelecidos em Solor e nas Flores, os domi-
          nicanos foram transferindo para Timor o centro da sua atividade.          Colaboração da ACADEMIA DE MARINHA

























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