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REVISTA DA ARMADA | 509
          NAVIO DE PATRULHA COSTEIRO


          CLASSE TEJO
















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           No seu número de dezembro de 2014 a Revista da Armada le-  • Avaliação prévia de condição, visando reduzir ao mínimo as in-
          vantou a “ponta do véu” relativamente aos quatro navios patrulha   tervenções corretivas a efetuar;
          dinamarqueses Classe Flyvefisken (Peixe-voador) – tipo Standard   • Aquisição dos equipamentos e aprestamento necessários à fu-
          Flex 300 ou SF300, na sua forma abreviada. Esta pequena esqua-  tura operação da Classe Tejo;
          dra de quatro navios com casco em fibra foi adquirida pelo Estado   •  Aquisição  de  serviços  especializados  à  Indústria  Privada  (IP)
          Português em 23 de outubro de 2014, sendo posteriormente bati-  portuguesa e dinamarquesa para intervenção em diversos siste-
          zada como Classe TEJO. Será composta pelos NRP Tejo (P590), NRP   mas e equipamentos;
          Douro (P591), NRP Mondego (P592) e NRP Guadiana (P593). Além   • Aquisição de serviços ao DDALO  para ministrar formação espe-
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          destes quatro navios, o Estado Português optou por adquirir em   cializada na operação desta classe de navios a apoiar a avaliação
          13 de março de 2015 um quinto navio, o ex-HDMS Gribben, como   de condição;
          plataforma logística para apoio aos restantes, abreviando-se desta   • Contratação ao AA do estudo do projeto para a reconfiguração
          forma o tempo gasto na obtenção de componentes.     da Classe Tejo; da execução da manutenção e reconfiguração dos
           Os 14 navios que inicialmente compunham a classe Flyvefisken   navios definida pela Direção de Navios, e da aquisição dos mate-
          foram construídos pelo estaleiro dinamarquês DANYARD A/S en-  riais e sobressalentes necessários.
          tre 1985 e 1996, estaleiro que entretanto encerrou a sua ativi-  A operação de reboque foi levada a cabo pelo rebocador N/M
          dade. Dos 14 navios iniciais, divididos por três series, consoante   “Montenovo” da Rebonave – Setúbal, em 3 viagens consecuti-
          o tipo de missão principal a que se destinavam e o tipo de pro-  vas. Esta operação foi antecedida da preparação dos navios para
          pulsão, um já foi abatido e desmantelado em 2006; três foram   o reboque com recurso a equipas da Marinha Portuguesa e da
          vendidos à Lituânia em 2007; cinco foram vendidos a Portugal   Rebonave, que estivaram todo o material a bordo, verificaram
          em 2014/15, e o único navio da terceira serie, o HDMS Soloven,   as válvulas de fundo, colocaram em cada navio os indispensáveis
          opera agora como navio de apoio a mergulhadores na Marinha   olhais de reboque, e embarcaram um gerador de emergência,
          da Dinamarca. Os restantes quatro navios poderão eventualmen-  baterias, sensores de alagamento, e luzes de navegação e de alar-
          te ter como destino a Lituânia (1) e o Egito (3).   me apropriadas a navio rebocado.
           No decurso das visitas prévias efetuadas aos navios tipo STAN-  • De 30 de abril a 12 de maio de 2015 – reboque do NRP Tejo via
          FLEX 300 na Base Naval de Korsor – Dinamarca, foi notória a ex-  canal de Kiel;
          celente qualidade de construção das plataformas onde abunda   • De 3 a 18 de julho de 2015 – reboque simultâneo dos NRP Douro
          o aço inoxidável, o seu bom estado interior, contrastando, aqui e   e Mondego contornando o norte da Dinamarca;
          ali, com a desarrumação causada pela desmontagem de inúme-  • De 7 a 20 de agosto de 2015 – reboque simultâneo dos NRP Gua-
          ros equipamentos e sensores requeridos pela Marinha Dinamar-  diana e ex-HDMS Gribben contornando o norte da Dinamarca.
          quesa, os excelentes padrões de habitabilidade, e a generalidade   Após a sua chegada a Portugal o NRP Tejo teve ainda honras de
          dos equipamentos a dar mostras de estarem apenas à espera   visita a bordo por parte do Ministro da Defesa Nacional, Dr. Pe-
          “que  se  desse  à  chave”  para  arrancarem.  Foi  com  base  nessa   dro Aguiar-Branco, que no Dia da Marinha, e acompanhado pelo
          avaliação prévia que se desenhou a estratégia a adotar para esta   Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e de outras indivi-
          classe de navios com vista à sua futura integração na esquadra:   dualidades convidadas para o evento, visitou demoradamente o
          • Contratação da NSPA (NATO Support and Procurement Agency)   navio, inteirando-se da sua configuração atual e ouvindo expli-
          para operacionalizar o reboque dos cinco navios da Base Naval   cações sobre a sua futura configuração já ao serviço da Marinha
          de Korsor até Lisboa;                               Portuguesa.
          • Definição, pelo Estado-Maior da Armada, do Conceito de Em-  E foi no dia 23 de julho de 2015 que, pela primeira vez, passá-
          prego Operacional e dos Requisitos Operacionais;    mos sob a quilha do NRP Tejo, acabado de alar na Doca Flutuante



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