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REVISTA DA ARMADA | 509
NRP ÁLVARES CABRAL
25 ANOS
PRÓLOGO
A intenção de substituir as fragatas da classe Pereira da Silva, um longo e desgastante processo de guerra colonial, ao se redire-
construídas em Portugal nos anos 60 do século passado, com cionar para o Atlântico Norte e para as missões do âmbito da OTAN.
base num projeto da Marinha americana, teve origem no final A construção das 3 fragatas do tipo Meko 200, futura classe
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da década seguinte com decisão nos anos 80. A inadequação, em Vasco da Gama , com decisão tomada em 1985 e início da cons-
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termos de capacidades, dos navios então existentes (incluindo as trução em 1989, foi atribuída ao consórcio Blohm+Voss, tendo,
fragatas da classe João Belo), não permitia a Portugal participar grande parte do custo total e do fornecimento de material e
com os requisitos operacionais e meios adequados em missões sistemas para os navios, sido suportada pelas contribuições da
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Estas pla- OTAN e de alguns dos seus membros.
taformas não detinham as valências já então necessárias para Numa década marcada em Portugal pela dinâmica de integra-
as operações navais, como sistemas de Mísseis, sistemas de Co- ção resultante da entrada na Comunidade Económica Europeia,
mando, Controlo e de Comunicações avançados, meios para luta a vinda destes navios foi, naquele final de século, a mais impor-
antissubmarina (ASW) como helicóptero orgânico, etc. tante mudança na Marinha. Revolucionaram-se áreas como a or-
Assim, e apesar da crise financeira do Estado, que obrigou às ganização interna das unidades navais e o treino dessas unidades
intervenções do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1977 e e das suas guarnições, trazendo uma nova cultura de elevados
1983, surge o requisito de não só reequipar a Marinha com meios padrões operacionais e de modernização a toda a Marinha. Isso
que satisfizessem as necessidades operacionais de uma força mili- permitiu ao país não só comandar forças da OTAN e da União Eu-
tar moderna, mas também de o país se afirmar politicamente, após ropeia (UE), mas também consolidar a sua posição como parceiro
6 JULHO 2016