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REVISTA DA ARMADA | 522
TERCEIRA FASE DE EDIFICAÇÃO
ecorreu entre 5 de abril e 9 de julho a terceira fase de edificação e A EDIFICAÇÃO
Dcapacitação da Estrutura da Autoridade Marítima Nacional (AMN)
nas ilhas Selvagens. Para o efeito, foi constituída a terceira missão téc- O processo de edificação do Posto Marítimo das Selvagens (PMS) –
nica que teve como principais objetivos a edificação, na ilha Selvagem primeiro andar com configuração T2 - e do contraforte para reforço
Grande da infraestrutura do Posto Marítimo, do contraforte da parede da parede exterior do hangar, teve início logo após a conclusão da
exterior do hangar da lancha semirrígida da Policia Marítima (PM), do primeira faina de desembarque de material, em 12 de abril. Moti-
muro em betão armado para contenção das aguagens no interior da vado por questões meteo-oceanográficas adversas, o início da
Enseada das Cagarras, e ainda a instalação na ilha Selvagem Pequena do construção do muro em betão armado foi protelado até ao dia 25
sensor eletro-ótico do Sistema Costa Segura. Concretizaram-se ainda, a de abril. Em 8 de maio, estando o processo de edificação das três
requalificação do defletor de ondas da rampa de acesso à Enseada das infraestruturas na Selvagem Grande a decorrer a bom ritmo, foi
Cagarras e a substituição do farolim na ilha Selvagem Pequena. projetada para a ilha Selvagem Pequena uma subequipa da missão
De salientar que o Posto Marítimo inclui o Posto de Comando Local a fim de instalar o sensor eletro-ótico/sistema energético fotovol-
da Polícia Marítima do Funchal e a extensão da Repartição Marítima taico e substituir o farolim do Pico do Veado. O transporte e a ine-
do Funchal nas ilhas Selvagens. rente logística de apoio à permanência na Selvagem Pequena, por
três semanas, foram assegurados pelo NRP Zaire e pela semirrígida
PLANEAMENTO, RECURSOS E SUPORTE LOGÍSTICO AMN-10-SG Barracuda, sediada na Ilha Selvagem Grande. Com a
conclusão dos trabalhos na Selvagem Pequena, a 26 de maio, o Sis-
O planeamento e a coordenação da missão ficaram a cargo da Direção tema Costa Segura passou a operar em toda a sua plenitude no sub-
de Faróis e da Capitania do Porto do Funchal. No entanto, a tipologia -arquipélago das Selvagens. A partir desta data, foram retomados,
singular da missão, que envolveu o transporte e o desembarque de 240 em pleno, os trabalhos na Selvagem Grande. Três semanas depois,
ton de material e equipamentos, a realização de ações técnicas simultâ- em 15 de junho, o NRP Almirante Gago Coutinho transportou para a
neas em ambas as ilhas e a duração da missão, impôs um planeamento Selvagem Grande a semirrígida AMN-46-SM Calcamar. A equipa da
e coordenação conjuntos com o Comando Naval. À semelhança das PM nas ilhas Selvagens passou a estar dotada com a primeira semir-
fases anteriores, estabeleceu-se a base logística na cidade do Funchal. rígida anfíbia (!) da AMN. No final de junho a energia da missão
A equipa técnica multidisciplinar integrou treze militares, militariza- foi inteiramente direcionada para a conclusão do PMS, tendo esse
dos e polícias marítimos da AMN e quinze militares da Marinha, tendo objetivo sido alcançado em 8 de julho.
a sua projeção para a Selvagem Grande sido assegurada pelo NRP As sinergias resultantes da integração de militares, militarizados e
Zaire, nos dias 7 e 10 de abril. Nesta ocasião foram desembarcados 6 polícias marítimos da AMN, apoiados por militares da Marinha, o
ton de mantimentos, ferramentas, água doce, combustível instalou- empenho, competência técnica, elevado espírito de camaradagem
-se o acampamento, e improvisou-se uma coberta e uma enfermaria e cooperação verificados no seio da equipa, foram determinantes
na casa do Dr. Francis Zino. O restante material, mormente cimento, para o cumprimento dos objetivos da missão. Complementarmente,
areia, brita, cablagem elétrica, baterias e painéis solares, num total de há ainda que salientar o sempre presente, forte e inequívoco apoio
185 ton, foi posteriormente transportado pelo NRP Almirante Gago que foi proporcionado nas mais diversas vertentes pela Direção-geral
Coutinho, no decurso de três missões às Selvagens. De assinalar que da Autoridade Marítima, Comando Naval e outros organismos da
no dia 21 de abril, e no decurso da última faina, foram preposiciona- Marinha e AMN, onde se incluem as guarnições dos navios, pelo
das 5 ton de material na ilha Selvagem Pequena. Durante os meses de Dr. Francis Zino e pelas múltiplas equipas da PM, Troço do Mar e
maio e junho, o NRP Zaire efetuou treze missões de apoio, cifrando-se Vigilantes da Natureza do Instituto das Florestas e Conservação da
em mais 49 ton de material desembarcado. Este foi sempre desem- Natureza (IFCN), que estiveram presentes nos três meses de missão
barcado de forma manual, e contou com o precioso auxílio de botes nas Selvagens. Um agradecimento ao IFCN e à Direção Regional do
pneumáticos do Corpo de Fuzileiros e da AMN. O exigente esforço Equipamento Social e Conservação pela colaboração e auxílio pres-
físico do desembarque das 185 ton foi repartido pelos elementos da tados na idealização e conceção da infraestrutura do PMS.
missão e da equipa de apoio do Comando Naval, embarcada a bordo
do NRP Almirante Gago Coutinho, constituída por onze fuzileiros e Pereira Cavaco
oito praças de outras classes. CFR EN-Mec
SETEMBRO/OUTUBRO 2017 7