Page 10 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA | 522
mais carenciados, material que havia sido trazido de Lisboa.
A recuperação de duas embarcações da Guarda Costeira,
com parte do material cedido pela Autoridade Marítima Foto: Luís Melão
Nacional, foi uma gratificante atividade desenvolvida em
prol da capacitação das forças armadas santomenses. A mul-
tidisciplinaridade da equipa desembarcada permitiu obser-
var que os elementos das guarnições agregam um conjunto
de perícias que lhes permite serem empenhados para além
daquilo que será exigível a um militar português.
A cooperação com STP terminou a 24 de abril, com uma
ação de apoio à comunidade do Ilhéu das Rolas, tendo
sido transportado para o local uma equipa constituída por
médico, enfermeiro e socorrista portugueses e dois socor-
ristas santomenses, além de diverso material médico e de
cariz social oferecido pela Marinha ao Governo santomense.
Esta ação, que contou com a presença do Embaixador de
Portugal e representantes do governo santomense, permitiu
igualmente ofertar às crianças brinquedos, roupa e material escolar. No âmbito da CTM foram desenvolvidas mais de 50 iniciativas de
O navio iniciou depois o trânsito para Marrocos, tendo efetuado o cooperação e protocolo, conduzidas duas ações entre forças congé-
último reabastecimento com o Bérrio a 2 de maio, transferindo tam- neres de Fuzileiros, reparadas embarcações da guarda costeira, efe-
bém para aquela unidade parte da guarnição de cooperantes do NRP tuadas 160 consultas médicas a civis, e distribuídos medicamentos
Álvares Cabral – a Força de Fuzileiros. e diverso material de cariz social aos mais carenciados. A participa-
ção nos exercícios OE17 e ALX17 representou uma excelente opor-
AL CANTARA 2017 – ALX17 tunidade de treino. A realização de três receções e outros eventos
protocolares permitiram servir os interesses da política externa de
No âmbito dos acordos entre países, a Marinha Portuguesa e a Portugal na região.
Marinha Real de Marrocos (MRM) promoveram a realização da pri- Validou-se também a operação e emprego de uma Força de Fuzi-
meira edição do exercício bilateral ALX17, no porto de Casablanca leiros numa fragata por período prolongado, perfeitamente inte-
e nas águas territoriais marroquinas adjacentes a esse porto. Este grada e adaptada às especificidades da vida a bordo, aumentando
evento teve como propósito estreitar os laços entre os dois países, as valências e capacidades dos meios navais, e demonstrando a
melhorando a integração e a interoperabilidade dos meios navais valência expedicionária da nossa Marinha. Constatou-se igualmente
através do treino em diversas áreas da guerra naval convencional, a enorme utilidade de contar com a presença permanente do NRP
com enfoque para a luta antissubmarina, e nas áreas da marinharia e Bérrio em apoio logístico à missão.
navegação, proporcionando-se assim a partilha de táticas, técnicas e Tendo em consideração a cobertura mediática por parte dos Órgãos
procedimentos relacionados com as operações marítimas. de Comunicação Social locais, a participação do NRP Álvares Cabral
O navio atracou em Casablanca a 6 de maio, onde apoiou a visita permitiu promover a imagem das forças militares e de Portugal junto
oficial do Ministro da Defesa Nacional com a realização de uma rece- daquelas populações, tendo sido igualmente uma oportunidade
ção a bordo. Para além de altas entidades militares e diplomáticas, para desenvolver nos decisores e elementos-chave a consciência da
tanto nacionais como marroquinas e de outros países parceiros, importância de elevar a segurança marítima na região.
também estiveram presentes representantes da nossa indústria de A 13 de maio, dois meses depois do seu início, terminou uma mis-
defesa nacional, procurando promover o que de melhor se faz em são que, para além de reforçar a imagem nacional em cooperação,
Portugal. Neste particular, releve-se que a MRM tem enviado alguns versatilidade e competência, demonstrada através da pluralidade
dos seus meios navais para serem reparados no Arsenal do Alfeite. das tarefas efetuadas, foi enriquecedora para os militares envolvidos
No mar e até ao final do exercício, a 12 de maio, realizaram-se mais pois promoveram, com um sentimento de missão cumprida, o pres-
de 25 atividades, tendo resultado numa melhoria da interoperabili- tígio das nossas Forças Armadas.
dade e conhecimento entre Marinhas.
Colaboração do COMANDO DO NRP ÁLVARES CABRAL
O RESULTADO – UMA GUARNIÇÃO
DE COOPERANTES
Notas
Com todas as tarefas cumpridas, consideram-se atingidos os obje- 1 Comunidade de Países de Língua Portuguesa
tivos da missão. Isso foi possível através do empenho de toda a guar- 2 Na linguagem nativa daquela região, Obangame significa “União”, demonstrando
nição, do NRP Bérrio, dos militares que integram projetos de CTM o espírito de cooperação e entreajuda pretendido com o exercício.
em CV e STP, dos Adidos, ao EMGFA e à estrutura da Marinha, que 3 4 Direção-Geral de Política de Defesa Nacional
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interiorizaram o espírito de cooperação em prol de um bem comum: 5 Ministério dos Negócios Estrangeiros
Estado-Maior General das Forças Armadas
a paz e segurança marítima.
10 SETEMBRO/OUTUBRO 2017