Page 129 - Revista da Armada
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homem do mar. RCg.ilt:lViI na ri:l de A\ciro. n.::gillci cm Lcixõc, ( ) Puru d,,, ImUl idl'ill,lu di/lel/ldmll' do Ir"hulh" dr dl'«(fN"Jimçu/I
quando frequentava a Universidade do Porto. onde pratiquei. IrtllI.,('ft't"!'IIm' '/0 li. R' lI1"ncionml". (J Il'gwlII";
igualmente. remo. tendo sido campeão nacional de Yolle de
oilO. J;i cm U"hQa. regatei tanto cm remo como cm \'ela. lendo
Rl'"g/lll<'III11 /k'm IU;lI (""raul'"lll dr lIozr mmfl,~ (11. 2~ do re'JX'cCi\()
sido campeão de VOl/gos cm 1945 (já lá vão 40 anos. meu
documento)
Deu'i!). Ta" ti" l"mlUl I"': flu/mu5: Il'r" I/(· cmwdu u c""oda flmll' flo/mm
Mais tarde. presidi à direcção do CNOCA. !cndOSldoo pri-
IIrl'p"'''' UII {"t/ulId" "'l'fI UI' !furo: UI' mICa Irr" ,·iml' /W'mo( dI' gl)(l: dt
meiro patrão-cncarrcgado do actual iate "Xixão>o, d<'igmlo I"': Plllmm; kni amdu di' pmo dal/(/ pt,lIa I'.<qlladria .mlt "cm·
Hoje deixei-mede regalas. limitando-me a ircspaircccrpara o' I',I/mm. II'Tfi III' 11I1/(lIm"mo nllll' fllllmm: Rodoruo (0"1 \·illll''' Ir,,::
o mar num pequeno motor-sai/e, que CQnSlTui há vinte anos. o gmmil/dlll""j 111111/1 fIIllli"J qu" IIdlllr"", no drlglldo r,,!W,lmdo tm 1"1.1
A minha aposta agora consiste na recuperação da arle de p"rl,',( hllli ,..,fi Illtur" d" }:mlllimllllit' p"{lU" r"ptlflirilo 1.'111 Irl': p,,"rII"
navegar com vchls de bastardo. uma armaç.io ,cns.1cional de
I/U,j fX"" <I lIhmiml'l/If/ d" mudâm: II'TU dI' (OUII.tll' ,·in/t' I! (UI(I> pi/lm(J'
rendimento vélico. mas caída cm desuso por ser de técnica Ira- ml'didos p"lflll.'w/lIlIClriu I' dI' IUnçllll11'I//(J "lIllI {ll/IIIIOS I.' III/III 11"(11 dr p/ll-
• balhosa. mo,' I' gio III' lurllo II'Ta ulllt'/Udl' dllboca: u, I"ulisus dI' pn/Wl'm IIllIIr"
JU~lamcnlC o programa de treino de tripulações para a cara- dI' ,át pillm'" I' ",c"lhl.'ril hum (I<Ilmo pl'r" dl'mro fis uPnht'uas q!llllllo
.... ela .. São Cristóvão,. irá passar pela manobra de velas das ca- 1/lll'rl'"'" ,I" "II" III11/fI IlInçurão n/"dido .\tlhrf' o gio. A JÚI/U (I pUIU 'I'rfi
noas .. Boneca,. e .. Anfitrite"_ gentilmente oferecidas pelos seus
prl'"lIllllu 1.'111 ,,1111 r" III' d"wlI/(} (1<11111,,< I' nU 1'0(1<1 pt" hiiÜ"IJ do l:ifJ U l'<cUli·
• proprietiírios ao Museu de Marinha para o efeito. I/UI .<,,,,i f,'illl '1111/111" á"co [UIU.( U" mllflro;" f'IJ,ão Il'rfi ";,IIf' /Wlmm II"
..RA,.-SaocmolOquc o Grupode Amigosdo Museu de Ma- comprid,,; II'rá PI"I'·\ 1111 fomltl glllill/mio t'1II /TI': lmm pontO U(J'I'III"rlio
rinha. a cuja direcçflo o comandante preside. pretende con~truir
/I C"f1ll<,rflllllll'~If<II/I/ IflÚlhu fllI 1111'11 IllI.f l/IIr(um,'lIIm rl'purliro.() 1/ m"tlt'irll
um réplica das cara"da~ dos Descobrimentos e reconstituir a 11111' fifll'l' 1/ <l1","g<lm" UfllSWUII do {"mieI.' d" pfi>lllrl': pulmo.l; ,,,,ti o gf(/.
viagem de B;\rto]omeu Dias ao cabo da Boa Esperança. Poderá
mil/do ,It- pmll III.' /I"" I/ui/(}: u qllillltl Il'rti dullo hl/m pulmll df' g{)(/ f' UI'
o comand,!nte dizer como surgiu a ideia? gTt)(" 1111/ d" UUTU, A pt'/W hl/m plll>. Apfls/(ITf'()s]6 /Wos. CUIII''''(lS].1
PC - E com muito gosto que lhe falo no projecto da cara\'ela Plm, fX'ro P"IU .~J. Arrbrçlldo5R. Pt'fdl' CU"'f'irtJprru porilo I]. Carlin-
.. S;io Cristó,';io". pois entendo que mcrece a divulgação para
gllll/I/I I. ("01/((',( dom], PI'ÇU5 d" rOlIIl]. PI'ÇU dr quilhu.l ('r,,/(Hlf' I.
~u<;citar o intere,!>C dos portuguescs. nomeadamente das gera- Porcu< 5. 0< mrrm dI' bomhus] Gifl I, ,~()hrf'quilllll x. O"mlf'mI'J 25.
çõe, jovens. F.nch/II1I.'IlIOS dt' IJf/1U 13. ASll's {JI'm I'/ln ]6, Ahiw 1. Api'fllml.t J{}lO.
A ideia apareceu de forma algo imprecisa na mente de qua-
tro pessoas. que depois resolveram unir esforços para a realizar. ("lIh",'w"m,' I. Cml/rlldomll'ml!J .m. CII"'OJ do ("IIIIIII'S I' rl'lIr< I{)(). SIi"
IIIllo5 <,w,'t {lIIIII dI' ,ohrl' UI.' qUI! fuz \/Imu 1440. Mlldl'iru dr (li"lw ,"ro
Em 1981. tendo passado à Reserva. pensei concretizar um
o It'nw l. VirOl/'S pi'm poplll' proo93, I.UlClff' rordllS 110. Pt'ldl'cu"'l'im
velho sonho meu que era liquidar tudo. arranjar um barco e nele f>.I. 5011111 "~I/.IIII!II/l'i'(I dI' pinho]79 P"O,(. As laml(lS pura o fundo 16 dll'
correr o Mundo, Entre ngs isto parece uma ideia peregrina, de :/0$. Pf'Ta 11.\ cfrog/ls 1'(,()(l'ir(ls 5 cfu:iul. TahtHH pl'rullS(lfca;rru .Wdi/:iuJ.
mente algo penurbada. E. porém. prática noutros povos mais
A '(1'1II;"'I"rtlI.'IUhlIUS 51 dll:illS.
atirados ao mar c com maior espirito de aventura. Tendo lido
recentemente o livro .. A Caravela Ponuguesa ... doeomandante
Ouirino da Fonseca. e observado atentamente alguns modelos
de caravelas existentes no Museu de Marinha. pensci que seria
interessante tenlar a construção de uma pequena caravela e nela
afoitar-me no mar com meia duzia de amigos. Desde novo era
um admirador das qualidades ,'élicas das velas de bastardo. de
há muito caidalO em desuso nas embarcaçõcs comerciais pela
concorrencia do motor e em embarcaçõcs de recreio pela dificul-
dade de manobra.
Em Aveiro. onde trabalhava. abordei mestre Necas Mónica
sobre as possibilidades de consuução de uma caravela de cerca
de 20 metros e respectivo orçamento. Fiquei desanimado com
a resposta: não SÓ h:wia dificuldades em encontrar carpinteiros
de machado. como a estimativa do CUStO e manutenção excedia.
largamente. as minhas possibilidades. Pus a ideia de lado depois
de nela ter falado a alguns amigos. nomeadamente aos coman-
dantes António Cardoso e Estácio dos Reis. do Museu de Mari·
nha. Estes. entretanto. tiveram conhecimento que o almirante
Vasco Viegas dedicava os seus ócios ao estudo das cara"elas dos
Desobrimentos. prosseguindo eom entu~iilsmo um trabalho de
descodificação e interpretação do traçado descrito no «Livro de
Traças de Carpintaria". de Manuel Fernandes. publicado em
1616. A linguagem empregada por Manuel Fernandes era algo
hermctica e extremamente sintética e o uabalho de interpreta-
ção do almirante Viega~. que lhe permitiu a feitura do antepro-
jeetodo plano geomcuieo, foi verdadeiramente notã\el ("1-
No Mu"'u de Marinha soube·se que ii Republica da Africa
doSul tinha lançado um programa para celebrar. cm 198K ii des·
cobert:l do cabo da Boa Esperança. em que se previa a con~tru
ção de uma eara\cla portuguesa da cpoca. Achámos. assim. que
eS!:\fiam rcunida~ 3" condições para congregarmos esforços no
âmbito do Grupo dc Amigos do Museu de Marinha (GRAM-
MA) e lançarmo, um projecto de construção de uma cara,'ela
do~ DescobrimenlO5. que poderia integrar-se nas comemora-
ções da histórica viagem de Banolomeu Diils.
"RA,.- Em que consiste. exactamente. o Projecto Cara\'ela
"S:io Cristóv;io»?
PC - Pretende-se que seja. fundumentillmente. um empre-
endimento histÓrieo·cultural que responda às muitas dúvidas
que ainda subsi~tem. devido â carência de elementos. na área
da construção na,'al da época das Descobcnas. e bem a<;sim no
que respeita ao aparelho e manobra deste tipo de navios. \1001'/0 con.Ilmido prlo Opl'ráTio I'sp«ioll,lIl'< AII/(/I.((o (I'sur Ol'mnu·
O projecto in<;ere-se assim no campo da arqueologia experi- '.>1'. U l'.Iwdur" u/Wrdho I' manohTu du (0,.11 .. ('/111'111 pmjl'(w
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