Page 345 - Revista da Armada
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tação naval, como privilegiada com- va responsabilidade nacional, as vais é a submarina. Ela põe em risco
ponente, que defenda a integridade ameaças podem facilmente situar-se o tráfego vital de homens e mercado-
de todos os territórios que o consti· na exploração abusiva dos recursos rias entre os vértices do triãngulo e o
tuem. económicos da nação, nas preten- que atravessa a sua área.
Muitas vezes temos ouvido falar sas supremacias de paises vizinhos, Como foi reconhecido pela Alian-
no triângulo estratégico Portugal- num possivel expansionismo norte- ça Atlântica embora as forças navais
-Açores-Madeira e todos conhece- -africano ou de quaisquer outros fac- portuguesas não tenham grande di-
mos a importância que ele imprime à tores que afectem a defesa das nos- mensão, elas são particularmente
definição duma estratégia nacional sas posições estratégicas na área importantes para o SACLANT, por
(embora poucas vezes se alerte para atlântica. serem as únicas forças navais ime-
o facto de Que o triângulo sem meios Para prevenir a concretização diatamente disponiveis para cobrir
navais e aeronavais é apenas uma fi· destas ameaças torna-se necessária importantes rotas atlãnticas que se
gura geométrica, sem significado na· a presença de navios com reconhe- cruzam no lberlant.
cional). cido potencial bélico nas águas As forças navais de que dispo-
Num contexto regional ter-se-a oceânicas em que nos assumimos, mos não satisfazem aos requisitos
como prioritário que a capacidade de transmitindo ao cidadão comum e ao NATO, nomeadamente as fragatas
defesa, necessariamente reduzida consenso intemacional a imagem em serviço, dado que, construidas
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pelos escassos recursos que dispo- duma nação organizada e soberana na dêcada de 60, deverão atingir o
mos, tem de ser antes de mais de em que os seus direitos sâo assegu- seu limite de idade com o findar do
natureza dissuasora, isto é, que o rados numa continuação histórica. século (admitindo mesmo uma vida
• potencial agressor tenha de confron- No complexo global a interven- util mais longa do que a normalmente
tar-se com a alta probabilidade de ção de Portugal num conflito genera- considerada). Dai que a sua moder-
correr riscos, gerar conflitos, admitir lizado situa-se no âmbito da NATO nização, que alguns críticos do pro-
perdas, assumir criticas internacio- sendo entâo sua missão a de colabo- grama das novas fragatas apontam
nais, etc., que o levem a ponderar se rar com os seus aliados no esforço como alternativa, não o seja real-
vafeapena o emprego da força; nes- de defesa comum, onde implicita- mente pois as actuais fragatas não
te sentido nâo é determinante que o mente se inclui a sua. permitem instalar plataformas para
numero de meios disponiveis possi- De acordo com os estudos efec- operação regular de helicópteros,
bilite igualar ou superar os do poten- tuados, a principal ameaça pendente essencial na actual luta anti-subma-
ciai agressor. sobre a área de interesse NATO rina, nem têm dimensões para insta-
Ainda neste contexto, de exclusi- onde actuam as nossas forças na- lar sistemas fundamentais de co-
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