Page 344 - Revista da Armada
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As novas fragatas





























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                 arecerá estranho ao leitor ha-  lizar grande esforço e determinação   A acção da Marinha não começa
                 bituai da «Revista da Armada-  a quantos servem na nossa Marinha.   e  acaba  com  a  guerra.  A  despesa
            P que  tendo  toda  a  imprensa      Para qualquer de nós que um dia   vultosa com navios novos, em tempo
            portuguesa  e  alguma  estrangeira   decidimos ser marinheiros, dispor de   de paz parece ser exagerada.
            vindo  a difundir frequentes  notícias   meios modernos e similares aos que   Porque  gastar  tanto  dinheiro,
            sobre  a  aquisição  de  tres  fragatas   navegam em outras marinhas. é ra-  porque construir todos estes navios;
            antl-submarinas  para a  Marinha de   zão de intenso júbilo. de estímulo ao   porquê  treinar  tantos  homens.  O
            Guerra, a sua Revista tenha mantido   nosso profissionalismo e de desafio   que é que a Marinha tem a fazer em
            sobre o assunto relativo silêncio.   à vontade e capacidade traduzida na   tempo de paz?
               Poderá encontrar-se como razão   preparação  que  temos  de  realizar   Nada mais fútil argumentar que,
            para o facto de ter sido o processo de   para os guarnecer com eficiência.   porque  não  perigo  imediato  duma
            aquisição,  por complexo e oneroso,                                  guerra, '"Ião há ponanto necessidade
            demasiado  moroso  com  interrup-                                    imediata de MARINHA.  Poderá en-
            ções  frequentes  para  que  nele  se   NECESSIDADE                  tão dizer-se que, porque as pessoas
            acreditasse  sem as reticências que   DE NOVOS MEIOS                 não  têm  medo  imediato  da  morle,
            nós portugueses com facilidade po-                                   não tem necessidade imediata dum
            mos,  fazendo  assim  desanimar  os   Dizer da necessidade destes na-  seguro de vida.
            mais optimistas e  dando razão aos   vios para satisfação das tarefas que   A  guerra  tal como a  mone vem
            incrédulos. Dentro da nossa tradicio-  à  Marinha competem,  poderá pare-  sempre sem se esperar e de muitas
            nal honestidade e sentido realistico,   cer redundante pois todos a conhe-  formas  diferentes  e  não  se podem
            não teria sido sensato promover in-  cemos e sentimos.               construir navios e treinar guarnições
            formação  que  pudesse aumentar a    Todavia passá-Ia-emosem revis-  num só dia ou mesmo num sóano.
            insegurança e criar novos desapon-  ta  para  avivar  a  memória daqueles   A  Marinha  é pane integrante do
            tamentos.                          leitores que tendo passado pelas fi-  seguro de vida da Nação.
               Porque  o  actual  ponto  de situa-  leiras  se  encontram  afastados  do   A situação de Portugal na Europa
            ção conta com contratos acordados   serviço.                         e  a  sua  dispersão  geográfica  pelo
            e  ajudas  financeiras  confirmadas,   Para começar não resisto à  ten-  Oceano Atlântico confere-lhe a quali-
            atingiu-se o ponto de irreversibilida-  tação de transcrever o que, a respei-  dade de potência marítima num pro-
            de que nos faz crer ser altura de. a n/-  to das  seis novas fragatas canadia·   cesso  histórico  com  centenas  de
            vel interno, falar sobre o assunto que   nas,  foi escrito numa publicação da   anos,  e  que  vem  caracterizando  a
             a todos nós interessa e que vai mobi-  Canadian Navy:               sua estratêgia por uma forte implan-

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