Page 82 - Revista da Armada
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Voz da Abita
CARTAS AO DIRECTOR nizador da Marinha moderna, o «re- da guarnição do .. Gil Eanes» esteve
trógrado» Pina Manique afirmou-se em Barrow-In-Fumess, onde o navio
Dos nossos leitores e amigos re-
como o mais notável revolucionário foi receber sobressalentes para os
cebemos a seguinte correspondên-
da cultura, do seu tempo (Latino navios recentemente ali construidos.
cia: Teve, então, ensejo de conhecer um
Do cap.-frag. EMQ Viriato Ta- Coelho).
deu, a carta que transcrevemos: Isto permitiu-me afirmar naquele camarada da Marinha de Guerra bra-
ano, em comunicação na Academia sileira, da guarnição do navio-escola
No último número da .. Revista da de Marinha (<<Um Bosquejo Histórico «Almirante Saldanha», que ai se en-
Armada" (n,0172/86) li, com júbilo, o da Cultura e da Marinha e a Funda- contrava também, do qual se tomou
trabalho de pesquisa histórica do 1. Q.. ção da Casa Pia»), que ainda não amigo.
-sargento HE Augusto Afonso, intitu- chegou ao conhecimento publico por Este navio-escola passou depois
lado: «Nos 180 Anos do Hospital da estar atrasada a publicação das res- por Lisboa, tendo ele tido ocasião de
Marinha - A Sua Fundação», Li-o pectivas «Memórias», a seguinte servir de cicerone ao seu amigo do
com contentamento de verificar afirmaçáo: Brasil, que se mostrou encantado
quanto interesse e amor dedica a Num colégio de Lisboa conflui- com a cidade e com ludo que nela
gente da Armada aos seus navios e ram alunos da Aula Régia de Pintura pôde observar.
instalações - o seu Hospital, Cor- e alunos externos (entre os quais o Depois disso, leve oportunidade
doaria, Quartel de Alcântara, Museu, famoso pintor Domingos Sequeira) e de estabelecer novos contactos com
«Nau de Pedra», etc. - que, por 58- Pina Manique fez também convergir brasileiros, de todos havendo resul-
rem parte integrante da nossa Arte, até os humildes alunos da Aula de tado o mútuo reconhecimento da ado
certo livro recente e notável, «Tesou- Desenho da Casa Pia, criando em miração e estima que existem entre
ros Ar1fsticos de Portugal» ('), afir- Roma um colégio de Belas Artes, os dois povos e a verificação de, jun·
mava: onde, de 1785 a 1798, permanece- tos, persistirem na caminhada do de-
.. As obras de arte dão testemu- ram os mais aptos artistas seleccio- senvolvimento cultural e económico
nho de outros tempos e outras men-
nados naquele colégio. em prol do progresso das duas na-
talidades (. . .) são documentos de Joáo José de Aguiar (1770-1841) çOesirmãs.
modos de ver e sentir os homens e
foi, sem duvida, o principal escultor
as coisas, de modos de estar no dessa plêiade de eleitos, devendo-
Mundo. Heranças dos nossos ante- o
-se-lhe: a estátua de D. Maria I, hoje
passados, que náo podemos rene- em Queluz; dez estátuas da entrada
( .. .) .. do Palácio Nacional da Ajuda; duas
gar sob pena de nos perdermos De Joio Carvalho da Silveira,
estátuas dos jardins do Palácio de ex-grumete FZE n.0978263, Calvá-
Li com contentamento esse tra- rio Moure, uma carta em que afirma
Belém, e a aludida estátua do prínci-
balho e por ele felicito o seu autor. ser através da Revista que sabe de
pe D. João, exposta no átrio do Hos-
Todavia, peça-lhe que me permita alguns camaradas dos quais nunca
pital da Marinha.
esclarecer uma lacuna - do texto e mais teve noticias, o que lhe dá muita
Para os críticos e mestres apre-
da contracapa da Revista - ao refe- ciadores da arte(t), a estátua do Hos- alegria, pois, diz: separaçáo é morte
rir que a estátua de D. João foi escul- e crê que muitos mais virão a apare-
pital da Marinha é a melhor das suas
pida em Itália, o que pode levar a de- cer nas páginas da Revista. Lembra
obras.
duzir que o escunor fosse italiano. E os «filhos da escola» de 1963, em
nAofoi. especial os que estiveram com ele
Tendo sido aluno da Casa Pia aM (") J. Augusto Frtlr1Ça - .. A Me Portu· no Destacamento n. 9, de 1964 a
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concluir o curso na Escola Naval, fiz guesa de Oitoctm/OS ... livro publicado em 1966, do comando do valoroso co-
1979.
parte duma comissão de casapianos mandante Metelo de Nápoles, tendo
que, em 1980, delineou parte do pro- como imediato o tenente Oliveira
grama das comemoraçlJes do seu N. R. - Agt"8d8ctlmos {f'ICOj .. 'l8cidiJmente Monteiro e como 3. o olicial o tenente
2. o centenário, o que me levou a es- ao nosso estimado ooI8borsdor os escI8rf1Ci. Simões. A todos manda um grande
11I6fI/OS prestados nesta carta, que mostram.
tudar, até onde foi posslvel, essa abraço e sugere, o mais breve possl-
mais uma vez. que a .. velha,. casa Pia tem
época, com tantas implicaç6es, com cIstkJ 80 pars filhos muito ilustres. vel, um almoço de confraternização
as reformas do inesqueclvel ministro para reviverem o ambiente dessa fa-
Melo e Castro, em relaç6es colabo- o mlliaquefoio DFE9.
rantes com o intendente da Policia Agradece ao tenente Edmundo e
Pina Manique. Se o primeiro foi orga- Do sarg.-aj. A Joaquim Prata, ao sargento Alfaro (o .. Alhandra .. ) a
Cacém, uma carta em que diz que, oferta de alguns exemplares da Re-
(') EdiçAo de Se/ocç(Jes do Readt:lBr's Di-
gest(1976). na década de 30, fazendo ele parte vista que lhe faltavam e pede a aI-
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