Page 11 - Revista da Armada
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o seu el/cal/lo incerto,  em qlfe a (Ji.f-  Prestes  a  desbravar  mais  rumos  de   TlIlZlo  a  sede  do ignoto {).\'  desvairoll
                              f/âlJcia chora,                     lesplendor!   - Fiquei-me a adivinhar ti vi,\'âo clara
          Com paisagens .wrgilldo emrea névoa                                  Dum mundo que só ela desvendou"
                                 Ido largo,   Assim  o  velho  parlO  acorda  -  e
          Com  slmdades do  sol e  maciezas de                  {cisma, Assim   Nes/(l doce mllllhâ de primavera
                                  fallrora!   Lembra  a  glóri{l  distal/le,  a  alegria   Não  entristece  vê-Ia  mar/a.  as,úm:
          Diz-me  gritos  (Ie  10llge  e  ciciar  da                [passada,   - Voo quebrtulo à hora da quimera,
                                [espuma ..   E a saudade que o pUl/ge clIIlOvela-se   QUllndo  ti  vida  parece nâo ler fim,.
          E sob li I/oire negra eu recomponho e                      [em mim
                                    {vejo,   E aI/da que se de~faz, é cinza. é morte,   É que nesse cadáver pequenillo,
          Cenários  de  beleza,  ilhas  Iludes  lia                 {é naâa".   Crispado  IIUI1I  IOrme/!/o  quase  111/-
                                  {bmll1l1,   Dói  mais  do  qlle  lima  queixa  es/(/                  [mallo.
          Regiões que eu  1//lIIca  vi,  cé/ls c/aros            Irecordação;   Não  sc apaga  ti  alegria  dlim  destino
                              {que desejo ...
                                            Faz-/lOs  nU/I  evocar  a  força  011  fi   Que  foi  sol,  que  foi  céu,  que  foi
          E ellqllamo as olldas lIêm morrer jUII-                     [beleza                        {occal/o.' ...
                               l/o das casas   Quando,  {/O  ressuscitá-Ia,  o  IIOSSO
          Há  ges/O.I·  de ambição  em corpo.ç  de                  [coração   AIz! plldes~'e eu morrer de  igual 101/-
                                {coragem,                                                                {cura.
                                            Sabe  que  tudo  acaba  em  névoas  de
          E 110 seio das mâe.\·.  a arfar de 1I0s/al-                          Na avidez tle voare de partir.
                                                                 [incerfeza, ,
                                     [ gia,                                    Com a.I'as de llll,\'iedade e tle (/\'en/ura
                                            EIIJ  silêncio  imerrogo  a  Iloile  misle-
          É maior do  que a  dor O  orgulho da                         [ riosa   Emrc  a graça tle espulIJas a florir! ..
                                  [viagem!   Como  quem  illlerroga  a  verdlule fll-
          A  froIU  aparelhou  abrindo  as  velas                      [lIIra:   Ma.ç  que o embalo das ondas nâo me
                                  {todas  ..   Da  lerra  vem  subindo  lima  agonia                     {fraga
          Adeus.'..   Adeus!..   Gajeiro,  olha                     {ansiosll,   Ao porto  onde  embarcar o  meu (Ie-
                                                                                                          [seja:
                            {bem onde vais.'   Do céll  desce lima paz de  engallo ou
          O IIia  é  /0110  sol.  como  11m  (/ia  de         {de amargura"    -  Que  lima  vaga  me lelle,  que lima
                                   [batias,   Nem  11111  murmlÍrio  agita  o  silêncio                   {vaga
          E,   110.\'  olhos  da  gell/e,  artlência.I'           {profundo!   À di,~tâllcia me enleie o último beijo, ..
                                 II/updais   Nem  lima  luz  de  vid(1  esle  silêncio
         Sorriem p(lra o mar de espl/mas virgi-                      Ivela! ..   Pois  eu  qllero  julgar  que  o  ri/mo
                                   {lIai,c   Sob  a  treva,  maior,  são  ruína.I'  as                 [ardenfc
                                                                               Do mell sanglle.  sequioso de paixão,
                                                                      {casas.
          Depois  a  1'011U.  (/  volw.  em  p/ena  e   JUII/O ao cais não palpila (J all/arra de   Fica  110  mar  pulsando  e/ernamenle:
                               [viwl glória,                     {uma vela"    - Como .~e fosse o mar. que sanita e
         Olhos  pasmos  de  ver  maravilhas  e   Mas,  leimosa.  a  fluir  como  o  lume                 [.~enle,
                                 [abismos,                    [ell/re as bra.ms,   O sangue do meu próprio coraçiio!"
         O sabor d%ram e moço da  vitória,   Alada como a fé e o desejo do mlllzdo.
          E  uma  Pátria  a  lIa.çcer  tle  supremos   Insis/ellle  e  febril  de  secreto  fervor.
                             {heroísmos!. ..                                  SOL NO MAR ALTO
         No  cai.I'  -  11111  desrol(lr  âe  riquezas   - A  IIOZ  do  Mar  é  Ioda  um  gralltJe
                                 {ignotas.                      {baler de asas   Sol que brilhas além, emrea bruma do
         A colmeia feliz do trabalho e do amor,   Elllre li I/oile a buscar I/OVOS rumos de              [mar.
         O  velho  pOria,  só,  110  silêllcio  pro-                [amor ...   Pequenillo clarâo entre (I névoa esque·
                                  [fUI/do.                                                               [cido.
          Lemo e lemo IIesperta fiO grande bmer                               Prendi ti lua luz o meu olhar
                                            UMA  GAIVOTA  EXUL..
                                  {de asas                                    Que na cinza do ar se queda,  emo/'pe-
         Do mar q/le traz COI/sigo o desejo âo             a Phitéas Lebesgue                            [cido.
                                 [mulldo!                                     Prendi o olhar ti /lia luz disf(lIIle
                                            Uma gaivota eX1I1 morreu 110 mar,.
                                            E o seu corpo. de cândida energia,   Que doira,  apel/as, ul1laleve e.çpul/w,
          Desperta..  E já relembra  o  seu pas-  Sobre uma OIu/aveio lIaufragar   Uma ondeqlle passa,
                              {sado mar/o,   Ao cais donde parlirtl, certo dia .. ,   E morre, ;nSlallle a il/s/aTlle,
          No  cais,  mmorejalldo,  a fail/a  reco-                            Longe, elZlrea bmma,
                                  {meça ..   Tinha  (IS  (lsas  abrindo  (/0  vento   E a cI/JIII(1  e o frio  des/a  hora baça.
         Caravelas  e  naus  p(lrtem  do  alegre                    [Opei/o
                                                                              S6 tu fulges  e ris  fia  li"itlez  da  /(mle,
                                    {porto   Arqueado ainda, como se aspirasse
         Onde o venlo é mais doce e a vida //flUI   O perfume do largo - e insa/isfeito   Flecha  de sol coriruulo  a fUllda  cer-
                               {promessa.   Mais  disliincia  quisesse  e  conquis-                    {raçâo/
         fiá multidões cal/lando.  há  risos  de                      {lasse.   Tudo  em  VO/1fI  de  mim (/iz  a mãgo(1
                                 [el/ergia,                                                           [covarde
         E mais velas ao l'enlO.  e mai,l' lIatlS,  e   E  em  seus  OUIOS,  que  a  morte  mio   Da  vida sem 11m  grito e sem lima CllII-
                               {maisfrow.ç                          {cerrara,                           {çâo ...

                                                                                                             9
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