Page 262 - Revista da Armada
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OS  AVISOS  DE  2.' CLASSE  "PEDRO  NUNES ..  E  "JOÃO DE LISBOA>.



           2. parte - «João de Lisboa))
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                  lém do que ficou dito a respeito dos dois navios, na 1,- parte -  só largou deste porto em 4 de No-
                  Revista n. o 232 -  acrescenta-se que o uJoão de Lisboa.  tinha   vembro chegando a Batávia em 11,
           A uma lista branca pintada na chaminé para o  distinguir do seu      tendo sido obrigado a alterar a  rota
           parceiro icPedro Nunes»,  No ilúcio da sua construção foi baptizado de   para  fugir  a  um  tufão.  Depois  de
           «Infanta D. Henrique)! mas, porque o Governo entendia dever dar 8sse   uma permanência de cinco dias, lar-
           nome a um navio maior, fez publicar' uma portaria (n. o 8432 de 30-4-36)   gou para Lourenço Marques, onde
           muda ndo o  nome para lIPedro Nunes •.                               atracou ao cais em 4 de Dezembro.
               Foi o  último navio de ferro construido no antigo Arssnal da Mari-  Em  24  de  Fevereiro  de  1940
           nha 8 custou 20 894 140$00. Ao ser lançado à  égu8 -  parece que asta-  largou  para  Angola,  onde visitou
           va ansioso por iS801 - quando retiraram BB ascoras, deslizou na carreira  vários portos, regressando à Metró-
           antes da bora marcada, estragando a cerimónia. sem olhar a que esta-  pole  com escalas na Guiné,  Cabo
           vam a assistir: o Presidente da República, vários membros do Governo   Verde  e  Funchal.  Amarrou à  bóia
           8 altas entidades militares e civis I Não levou, por isso, o baptismo com   em Lisboa,  em 10 de Maio_
            a garrafa de champanhe à proa nem um voto apropriado da madrinha:      Em 13 de J unho largou para os
            que Deus te proteja e a  todos  os que em ti viajarem: que Deus te livre   ma res do Algarve  onde, integrado
            dos perigos e  temporais ...                                        numa força naval constituída por 14
                                                                                navios de superfície e submarinos,
                                                                                tomou  parte  nas  Comemorações
            PRINCIPAIS EVENTOS NO NAVIO       mar algumas vezes e subiu o plano   Centenárias  (da  Independência  e
                                              inclinado  do  Arsenal  do  AHeite   da Restauração de Portugal). De re-
               Em 17 de Outubro de 1937 lar·   aprontando para comissão de ser-  gresso a Lisboa saiu para o mar pa-
            gou do  Tejo,  pela  primeira  vez,  a   viço no Extremo Oriente.   ra experiências de motores, depois
            fim de efectuar experiências de má-  Na descida do plano foi violen-  de fabricas  no Arsenal do AHeite.
            quinas, fazer corridas na milha em   tamente  abalroado  por  um  dos   Seguiu  depois  para  os  Açores  e
            Sesimbra para elaboração de tabe·   rebocadores  que  o  assistiam  na   dali, em 3 de Março de 1941, para
            las de rotações e velocidades, etc.,   manobra, tendo de subir novamen·   o Extremo Oriente, com várias es-
            regressando ao Tejo em  29.       te  para  reparar  as  avarias  q ue   calas,  chegando  a  Batávia,  onde
               Em  5  de  Novembro,  com  18   sofreu. Decididamente, este navio   amarrou de popa e proa a bóias, em
            guardas·marinhas a  bordo,  largou   não  gostava  dos  p lanos  incli-  3 de Maio. Largou para Macau em
            para uma viagem de instrução em   nados .. _                        8  e  chegou a  15.
            que visitou: Port Said, Suez, Aden,   Em  18  desse  mês,  zarpou  de   Neste porto suportou, em 30 de
            vários portos de Moçambique, An·   Lisboa com destino a  Macau, com   Junho, 6 de Julho e 6 de Agosto, tu-
            gola, Guiné e  Cabo Verde. regres-  escalas em Port Said, Colombo, Sino   fOes  que só não causaram muitos
            sando ao  Tejo  em  22  de  Abril de   gapura e  Van Fong Bay. onde arri-  estragos  porque  a  guarnição  ac-
            1938.                             bou  para  reparar  avarias  sofridas   tuou bem e  a  tempo.  No primeiro
               De  26 a  29  de Maio esteve no   em  consequência  do  mau  tempo   teve que afundar a bóia de amarra-
            Porto,  em  agrupamento  com  o   que enfrentou, com ventos de for-  ção a  tiro  por estar a  bater forte-
            ((Pedro  Nunes))  em  representação   ça dez da escala de Beaufort.  Lar-  mente no costado. Até 15 de Maio
            da Marinha nas comemorações da  gou deste porto passados três dias   de 1942, data em que iniciou o  re-
            Revolução de  28 de Maio.         e  chegou  a  Macau  no  dia  12  de   gresso à Metrópole, fez fabricos em
               Enue  18  de  Junho  e  30  de   Abril.                           Hong-Kong e realizou exercícios de
            Agosto realizou exercícios com sub-   Em 28, com as guarnições dos   artilharia.
            marinos e calibrou o radiogonióme-  outros  navios  ali  estacionados  -  Levando rumo  para Honolulu,
            uo ao largo de Cascais e, integrado  «Gonçalves  ZarCOIJ  e  lancha-  foi  contactado  por  vários  navios   \.
            numa força  naval  constituida  por   -canhoneira «Macau» -, tomou par.   que pediram para se identificar re·
            vários  navios de superfície e  sub-  te  das  comemorações  do  (128  de   cebendo, na antevéspera da chega-
            marinos,  realizou  exercícios  em   Maio)).                         da, ordem de Lisboa para se dirigir
            águas dos Açores, visitando vários    Entre  27 de Julho e 30 de Outu-  para  Port Allen , o  que fez.
            portos do arquipélago.             bro,  realizou  fabricas  em  Hong-  Os condicionamentos políticos
                Até Fevereiro de 1939, fez exer·   ·Kong  regressando  a  Macau_  devidos à 2_· Grande Guerra, acon-
            cícios de tiro de superfície na cos-  Devido a um acidente de viação em   selharam o regresso pelo Canal do
            ta  algarvia,  com  outros  navios,   que  ficaram  feridas  gravemente   Panamá,  com  escalas  pelas  ilhas
            contra alvo rebocado; saiu  para o   duas praças da guarnição o  navio   Havai o que deu como resultado o

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