Page 157 - Revista da Armada
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de ptdl" do N.R.P. ·RovufT!d·
         Entretanto,  alguns  receios
       manifestavam-se entre o pessoal,
       uma  vez  que  a intensidade da
       guerra  naquele  território estava
       em  franca  expansAo,  e subsis-
       tiam  algumas dúvidas sobre se o
       ~Rovuma" ficaria ou  não a pres-
       tar serviço na Guiné.
         Assim  não aconteceu e, p.:1Ssa-
       dos 3 dias o navio seguiu rumo li
       ilha de S. Tomé.  Era  um percurso
       bem  mais  longo e isolado,  pois
       que havia que navegar a mais de        reencontro dos elementos que constituír,lm J wimeirJ gu,lmiçJo do N.R.P.  'Rovum,l-
       100 milhas da costa africana, em   Quando  reparámos  nas  suas   do Príncipe, ilha ainda mais próxi-  Vice-Almirante Cavaleiro de  Fer·
       rotas  não  utilizadas  por quais-  enormes peças a movimentarem-  ma  da Nigéria,  comboiando a   reira, que então comandava  o na-
       quer outros navios.        -se  na  nossa  direcção,  houve   laru::ha  de desembarque  ~ Ariete W   vio, para recorrIar aquela viagem.
         A sorte foi  que o tempo estava   alguns calafrios, mas o equivoco   que tr.msporlava reforços militares   O encontro iniciou-se com uma
       de feição,  pelo  que a viagem   foi  rapidamente desfeito e assim   para aquele local.   missa,  celebrada  pelo  Padre
       decorreu  serenamente, com  a   se chegou  à  lindíssima  ilha  de   Iniciou-se depois  e finalmente,   Manuel  Cintra, capelão da  Base
       duração de cerca de  10 dias,   S. Tomé sem qualquer novidade.   a viill.>em  do  "Rovuma" com  fU-  Naval de Lislx>a,  por intenção dos
       sem que fosse avistada vivalma.   Seguimos mais tarde para a ilha   mo a Luanda.  Mesmo assim,  to-  que já  nos deixaram  a que se
         Nesse espaço e tempo efectuou-                       dos os dias por volta do meio-dia,   seguiu um convívio, onde todos se
       -se a solene CerillÓ1ia da tm"cssia   •  ,..,MElU GUAJlNlçjO   se  tomava  necessário  voltar atrás   reconheceram  mais gordos, mais
       do  Equador,  que envolveu  parte   DO H.I .' , """IOVVMA·   para  se  poder acompanhar o   velhos,  mas  cheios de  boas re-
       signifICativa da guarnição, ou seja,                   pachorrento  andamento  do   cordações do tempo  vivido em
       todos  aqueles que  pela  primeira   I TEN A. J. Cavaleiro Ferreira   N.R.P.  MAriete".  Após  demorar   conjunto na  mesma  ~casa" nave-
       vez passaram do Hemisfério Norte   2TEN A. I. A.  Santos Gomes   quatro dias para um percurso, que   gante.
       ao Hemisfério Sul.          SUBTEN RN João Luis G. Durão   em condições normais nào chega-  Uma:  nota  pesml por parte do
         Avistou-se,  então,  a ilha  de   SUBTEN RN)osé Luis Runa Ferreira   ria  a dois, entrámos  na  magnífica   signatário, que  tendo  passado  na
       S.  Tomé, cujas montanhas facil-  15ARG ACM José Ferrão Martins   bafa de  Luanda,  o porto de desti-  Marinha de Guerra  Portuguesa
       mente  se detectaram  no  radar,   ISARG H Manue! Fazendas   no para o qual  navegámos desde   apenas uma reduzida parte da sua
       podendo  imaginar-se  a alegria   1 SARG M António Dias *   o dia 5 de fevereiro.   vida,  cerca de  3 anos,  sempre
       sentida por todos, quando ao fim   2SARG A Rafael  Peixinho        •              recorda  com  muito  afecto  aquele
       de  10  dias,  nos  apareceu  final-  lSARG E loão Neves                          tempo e a camaradagem que sem-
       mente terra  no  horizonte.  No                          A data  de  chegada  a Luanda,   pre  sentiu  por  parte,  tanto de
       entanto,  algumas  surpresas  nos   2SARG L João Martins   ocorrida  no  dia  4 de  Março de   Oficiais,  como de Sargentos  e
       estavam reservadas.         CABO TFD Joaquim Tomê .    1970; foi  o oom  pretexto,  muito   Praças.
         Nessa  época,  a Nigéria  havia   CABO F António Araújo   simpaticamente  invocado,  para   Que atitudes como estas sirvam
       proferido ameaças  militares  a   CABO S Jerónimo Can'alho   celebrar os 25 anos dessa viagem,   de bom exemplo e que c0memo-
       Portugal, devido  às questões  do   CABO C António Marques   que na  prática coincidiu  com a   rações assim  se  possam realizar
       Biafra,  pelo que diversos  navios   CABO A João ~"\Ota •   entrega do navio ii Annada e com   com a maior frequência  possível,
       da Aml.ilda  P0r1ugUe5.1 se encon-  MAR E Eduardo Gomes Cat."lrino   o embarque da sua primeira guar-  para que se mantenham  os  fortes
       travam  na  ilha de S. Tomé,  para   MAR A Joaquim Mendes Leitão   nição.  A ideia partiu do Cabo João   laços que sempre se estabelecem
       OCOfTel" a qualquer situação mais   "--\AR A Adelino Charters Cruz   Gonçalves e do Marinheiro José   entre todos aqueles que  viveram
       complexa.                   t.\AR C Joaquim Vaz Augusto   Antunes que, no dia  4 de Março   ern conjunto uma  parte das suas
         A fragata  ~Hermenegildo Ca-  MAR TFH josê Antunes   de 1995, juntaram os restantes ele-  vdas.         ~
       pelo~ era  um  desses  navios.  No   MAR F João Baluarte   mentos da  primeira guarnição do       João Durão
       dia  da  chegada do  ~Rovuma~ a   ,..-\AR  F José Fernandes   ~Rovuma~, nos quais se  incluia o      ZTENRN
       fragata  estava  em  faina  de  rea-  ,..-\AR A António Assunção
       bastecimento, atracada de pôpa,   "--\AR M António Trindade
       portanto  em  posição  bastante   MAR L João Gonçalves
       vulnerável, num local denomina-  MAR TFH  Emesto Cardoso
       do  Rosema,  precisamente do   MAR A Manuel Esteves '
       lado oposto à cidade de S. Tomé   MAR TFD José Muro'
       e  mais  próximo  da  costa  da   IGR S Alexandre A. C. Carvalho
       Nigéria.  Devido às ameaças pro-  1 GR E José Augusto Castro
       feridas  por este  l)alS  africano,   lGRAjoaquim Manuel Fernandes
       logo  que a fragata  detectou  o   1 GR Ctv\  Oaudino Duarte Ribeiro
              H
       uRovuma e porque desconhecia   1 GR CM Agostinho Veiga
       a sua chegada,  julgando tratar-se   IGR CM Joaquim Fernaocles Paixão
       uma  unidade  inimiga,  preparou-  • U 'Jltcidos
       -se para postos de combate.
                                                                                           REVISTA OAARMAOA' MNJ95  11
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