Page 235 - Revista da Armada
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REVISTA DA ARMADA PERFAZ 25 ANOS
a ....... s ti. Marln" •
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Ao evocarmos a passagem do 25º ara quem tivesse dei- plátanos, o arco da Praça do
xado a Marinha há 25 Município e a ampla parada,
aniversário da Revista da Armada torna-se Panos, quando se iniciou agora separados da avenida
absolutamente desnecessário salientar as a publicação da Revista da da Ribeira das Naus por um
profundas transformações a que o Mundo e Armada, tendo perdido o seu sugestivo e discreto gradea-
o país assistiram nos últimos 25 anos, nem contacto com ela e, agora, a mento, verificaria que a ala
ela regressasse de repente. poente do edifíc io estava
tão pouco assinalar os avanços registados encontraria muitos aspectos totalmente recuperada depois
na tecnologia ou na ciência. que se não tinham alterado do incêndio de 1969, veria
mas, também, muitos outros que o rebordo do Dique do
Salientamos apenas o vertiginoso processo absolutamente surpreen- Arsenal fóra posto a descober-
de mudança económica e social verificado dentes. to e dir-Ihe-iam que por baixo
de todo aquele conjunto iria
à escala universal, que vem desenhando
Veria o mesmo edifício brevemente passar o Metro-
uma nova geografia política, pombalino do Arsenal da Ma- politano, cujas obras estavam
que criou novas sociedades rinha, a mesma "nau de pe- bem à vista.
dra- como instalação-mestra
e novas mentalidades, que mediatizou
do comando de toda a Ar· Depois, ainda mais admi-
a paz e a guerra, que universalizou mada. mas apesar de ainda rado, ficaria a saber que jã
a informação e o conhecimento. poder ouvir alguém chamar- não havia longas comissões
·Ihe -Ministério", ficaria a no Ultramar por imposição
No caso português, esses 25 anos tiveram saber que já não existe o ou oferecimento, nem ne-
repercussões ainda mais acentuadas, Ministério da Marinha. Vol- cessidade de vacinação
porquanto alteraram um sistema político taria a ver a Casa da Balança, ~ pa ra prestar serviço em cli-
a capela de S. Roque, a impo- mas extremos~, nem navios
fechado, conduziram a uma redefinição de nente palmeira, os frondosos a aprontar, nem lanchas a
fronteiras e de interesses, impuseram novos
valores e transformaram comportamentos.
A Marinha não tem estado à margem deste
processo de profunda mudança que a
Revista da Armada tem procurado
acompanhar até ao limite do seu estatuto
editorial e na medida do possível
compreender, sem deixar de olhar para a
singular herança cultural de um passado
onde se destacam a paixão pelos navios,
o gosto pelas longas navegações,
o companheirismo das guarnições
e a solidariedade marinheira.
Em 25 anos de publicação, com tudo
o que relatou nas suas páginas
e com o que ficou por relatar,
a Revista da Armada tornou-se uma
referência indispensável para quem quiser
fazer a história mais recente da Marinha.
Algumas capas que reproduzimos
de diversas das suas edições,
são a forma que escolhemos
para evocar o seu 25º aniversário.
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