Page 233 - Revista da Armada
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M (J c a /I I' (/ '" ri r i 1/ li (I
oo/ia mais do que 11m exército e IIlIIa
arlllada ( ... ) a justiça, e mio o IlOder, era
a SI/{/ palavra dI.' ordem" (1).
No dia 22 de Agosto de 1849 foi
ass<lssinado junto d<ls Portas do Cerco.
Embor<l <l generalidade dos
historiadores de Macau, designadamente
Mont<llto de Jesus e Monsenhor
Manuel Teixeira, considere que a sua
acção governativa foi notável em todos
os domínios, ela também foi de natural
afrontamento para com o Leal Senado
e ofensiva dos interesses chineses, mas
marcou o início de uma nova era na
vida de Macau e na tentativa de
emancipação em relação à China.
Afmglllll "D. \ll1rillll" ifWaplodilf 110 /1l'JO dll ilha
da TlliJHlIlO dia 19df Ouh;/m! tk ISSO.
Quando a notícia do seu assassinato
chegou a Lisbo." o Governo designou Em Novembro de 1851 o comandante
o comandante Pedro Alexandrino da Isidoro Francisco Guimarães deixou o
Cunha, que então se encontrava no Rio comando da corveta " O. João r por ter
de Janeiro como comandante da nau sido nomeado governador de Macau,
hVasco da Gallla~, para ocupar o cargo funções que desempenhou durante
o "'''»Iorilll qUI! "" mJII da TaiJHI murtl" os nrtÍrtl1f11
e deu instruções para que as corvetas 12 anos consecutivos.
da !mgllla ~D. Mllrillll-, junlo d" qua/II MarilllJ11
"O. Jofio {" e ~/ris", que também se "'II/i:=ll rmJII ~n'm6nill rvtJ(aliva
encontravam no Rio de Janeiro, "O dill29d" O"h;bro de Mdalltlo, dt'Sdt /880. Passadas as circunstãnci<ls dramáticas
aprontassem com a maior brevidade que envolveram navios li:' govern<ldores,
par<l seguirem p<lra Macau com o novo Foi O mais trágico acidente da História é esla .corvet<l à vela e este marinheiro
governador e "COIII {/ mnior l11ímero de d<l Marinha e, muito provavelmente, que concretizam, de certa forma,
11I1I(as do Batnlluio NII1XII que fosse poss(vel" (2). as suas causas também estarão <l nova idei<l portuguesa em relação
relacionadas com as motivações que a Macau, que terá acentuada expressão
De Goa também partira com tropas levaram ao assassinato do governador através da Marinha, quer no mar,
para Macau a fragala wO. Mnrin Ir, Ferreira do Amaral e com a reacção ii quer em lerra.
que chegou a Macau a 6 de Abril de nova atitude dos portugueses em
1850, enquanto a corveta "O. João r relação a M<lcau. De facto, neste período foram
entrou com o novo governador a 26 organizados ou reorganizados
de Maio e a corveta "lris" só no dia : Alguns meses depois a corveta "Iris" diversos serviços de âmbito marítimo,
8 de Agosto surgiu no porto. : largou para Goa, enquanto a corveta entre os quais a Capitania do Porto
: "D. João 1", comandada pelo capitão- de Macau (1855), a Polida do Mar
o governador Pedro Alexandrillo veio : -tenente Isidoro Francisco Guimarães do Porto de Macau (1861) e a Escola
a falecer por doença em 6 de Julho, : que também comandava a Estação de Pilotagem de Macau (1862), que até
tendo sido formado um Conselho de : Naval, se conservou em MAcau. então existiam com estas ou outras
Governo presidido pelo Bispo de . designações, por iniciativa do Senado
Macau, até à chegada do comandante , Coube-lhe a iniciativa de retomar a de Macau. II
Francisco Gonçalves Cardoso, que em , tradição do princípio do século e
Lisboa fôra designado para o substituir armar uma lorcha de guerra, fretada
depois que foi conhecida a notícia da pelo governo de Macau e baptizada
morte do governador. "Adamnstor", que se destinava
à repressão da pirataria.
A instabilidade no território continu<lva e, REFERtNCIAS:
no dia 29 de Outubro, ocorreu um<l Entretanto, passada a tensão entre <lS (I) Macau Histórico, C. A. Mont~lto de Jesus, I'
violenta explosão no paiol da pólvora autoridades portuguesas e chines<ls e Edi,:lo portuguesa da versão apreendida em
da fragata "O. Morin IJ", ao largo da com a vida em Macau a normalizar-se, 1926, Livros do Oriente, Macdu, 1990
(2) Tris Slculos rIO Mar, Ant6nio Marques
ilha da Taipa, de que resultou a morte em Abril de 1851 a corveta "0. /000 /"
de 231 pessoas, entre as quais 188 largou para Xangai, Hong Kong e Esparteiro, Colecção Estudos, Usboa, 1985
(3) ().I Mi/ilarrs 1'111 MaOlU, Monsenhor Manuel
elementos da sua guarnição (3). Whampoo, "para //Iostrar a balldf'ira". Teixeird, Imprensa. NaciONlI, Macau. 1984
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