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INSTITUTO DE SOCORROS A NÁUFRAGOS


               A sua actividade em 1998
               A sua actividade em 1998



                ma vez mais se aproxima uma
                época balnear, momento viva-
         U mente aguardado por crianças e
         adultos, ambos sequiosos por sol, água,
         relaxe e descontracção e,  como vem
         sendo tradição desde há várias décadas,
         o Instituto de Socorros a Náufragos vive
         a azáfama própria desta época, desde o
         olhar com atenção o passado, tirando
         daí as respectivas ilações, a encarar o fu-
         turo com novo alento.
           No que concerne ao passado tem-se
         vindo, felizmente, a assistir a uma dimi-
         nuição constante dos acidentes fatais re-
         gistados nas nossas praias; não só às da
         orla costeira, mas também às praias de
         rio, lagoas e albufeiras, onde o perigo é
         bastante evidente, e onde continuam a
         ocorrer acidentes mortais, na sua maio-
         ria por incúria dos utentes.
           Das sete ocorrências fatais registadas
         nas praias do interior na passada época
         balnear, ressalta a evidência da falta de
         previdência por parte dos utentes, para
         além do facto de existir um notório
         alheamento por parte de alguns adultos
         no que diz respeito à atenção que devem  as regras mais elementares de sobrevi-  problemas do foro cardíaco, fica a
         dispensar para com os seus filhos, muito  vência, nomeadamente a que este Insti-  recomendação, uma vez mais, para não
         especialmente em zonas de risco, como  tuto divulga e que refere o espaço de 3  estarem demasiado tempo expostas ao
         são os casos de correntes e fundões exis-  horas que se deve fazer após as refeições,  sol, nem para entrarem de rompante na
         tentes nas nossas zonas hídricas.   antes de tomar banho.             água.
           Alguns dos acidentes fatais seriam                                    Na época balnear de 1998, e no que diz
         evitáveis se existisse uma maior conscien-  Parece, francamente, uma norma ele-  respeito às praias vigiadas, registaram-se
         cialização por parte de quem usa essas  mentar, lógica e de fácil concretização, ao  5 ocorrências fatais e destas, 4 foram aci-
         zonas de lazer e que escondem inúmeros  passo que o seu incumprimento reflecte  dentes cardíacos em pessoas com mais
         perigos. Fica aqui, portanto, o alerta.  um notório desleixo absolutamente ina-  de 60 anos, num universo de 1600 acções
           Também os casos de congestões fatais  dmissível e de consequências trágicas.  de salvamento efectuadas.
         seriam evitáveis se as pessoas seguissem  No que diz respeito às pessoas com  Não há salvamentos que valham a
                                                                               quem não quer ser salvo, a quem não
                                                                               quer cumprir as mais elementares regras
                                                                               de sobrevivência.
                                                                                 No entanto, a maior incidência de aci-
                                                                               dentes fatais localiza-se em praias não
                                                                               concessionadas e, na sua maioria, são
                                                                               causados ora por congestão, ora por ata-
                                                                               que cardíaco.
                                                                                 Uma vez mais, estas são as causas
                                                                               principais de acidentes fatais nas nossas
                                                                               praias. Não há maneira de evitar isso, se
                                                                               são os próprios veraneantes que não o
                                                                               tentam evitar, seja qual for a razão.
                                                                                 É evidente que tais factos não servem
                                                                               de pretexto para descurar a vigilância,
                                                                               bem pelo contrário, o reforço na salva-
                                                                               guarda da vida humana nas áreas bal-
                                                                               neares, quer em meios humanos quer em
                                                                               meios materiais, tem tido da parte do
                                                                               I.S.N. a máxima atenção e tem vindo a
                                                                               aumentar de uma forma consistente;
                                                                               grandes investimentos têm sido feitos de
                                                                               forma a proporcionar uma mais eficaz
                                                                               segurança nessas zonas.          ✎
                                                                                         REVISTA DA ARMADA • ABRIL  99  23
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