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INSTITUTO HIDROGRÁFICO
NRP “D. CARLOS I”
O NRP “D. Carlos I” encon- um outro navio, o T-AGOS 5
tra-se em doca seca no “ASSURANCE”, gémeo do
Arsenal do Alfeite a sofrer NRP “D. Carlos I”, para a Ma-
obras de adaptação de navio rinha portuguesa.
de vigilância oceânica para À semelhança do NRP “D.
navio hidrográfico. Os traba- Carlos I”, também este novo
lhos em estaleiro constam navio tem de ser equipado e
principalmente das alterações carece de alterações estrutu-
estruturais de adaptação a rais, incluindo a colocação de
navio hidrográfico e oceano- transdutores, o que implica
gráfico. Estas obras foram igualmente trabalho de es-
suportadas pelo financiamen- taleiro em doca seca. Para
to do PIDDAC. No entanto, minimizar as dificuldades or-
existe ainda uma outra verba O N.R.P. “D. Carlos I” no Arsenal do Alfeite. çamentais foi superiormente
que estava prevista, e que proposto que os trabalhos de
ainda não foi disponibilizada, em zonas distantes permitin- levantamentos hidrográficos adaptação e a aquisição e ins-
mas que se espera o venha a do desenvolver a cooperação portuários com recurso a em- talação de equipamento cien-
ser a curto prazo. Esta encon- com os países africanos, e barcação de sondagem, por- tífico mais importante fossem
tra-se no âmbito do Programa para esse efeito já existe finan- tanto incapaz de executar efectuados nos Estados Uni-
PRAXIS XXI para a aquisição ciamento, as especificações qualquer tarefa na área da ocea- dos, em simultâneo com os
e instalação do equipamento respectivas e espera-se que nografia. trabalhos de reactivação. Esta
técnico e científico necessário. venha ser adquirido no ano de Quando for altura da insta- solução permitirá que, quan-
Sabe-se desde já que o navio 1999. lação do equipamento científi- do chegar a Portugal o navio
será ainda equipado com Em conclusão, quando o co, o navio terá de voltar ao disponha já de capacidade
embarcação de sondagem, e NRP “D. Carlos I” estiver estaleiro, paralisando a sua operacional nas áreas da hi-
com gruas que permitam a operacional significa que a actividade durante mais al- drografia, fundamental para
utilização de embarcações já sua capacidade se limita à gum tempo. dar início ao projecto de estu-
disponíveis, de modo a tornar execução de levantamentos Apesar desta realidade, foi do da plataforma continental,
possível efectuar levantamen- com sondador monofeixe, levan- já aprovada pelo Congresso projecto de reconhecido inte-
tos hidrográficos portuários tamentos com sonar lateral e Americano a transferência de resse nacional.
A EXPLORAÇÃO DAS ILHAS DESERTAS
No decurso da missão que o ilhas Desertas é constituído pelo
NRP “Auriga” efectuou no Ar- ilhéu Chão, Deserta Grande e
quipélago da Madeira, nos Bugio, os quais pela sua forma
meses de Abril a Julho de 1997, alongada e quase na mesma di-
estava embarcada uma equipa recção, de NNW para SSE,
da Brigada Hidrográfica Nº 2 apresentam aspectos muito di-
constituída por dois oficiais, ferentes conforme o azimute
um sargento e duas praças, e por que são observados. As
que tinha como objectivo, entre ilhas de origem vulcânica, apre-
outros, efectuar o levantamento sentam na sua constituição cin- Desembarque de pessoal na Ilha Deserta Grande.
hidrográfico costeiro das ilhas zas de cor avermelhada e ala- gislativo Regional Nº 14/90/M VHF (sistema de posicionamen-
Desertas. ranjada, sendo todas elas áridas definiu uma área de protecção to global em modo diferencial
As ilhas Desertas, conjunta- e dasabitadas. especial das ilhas Desertas, com transmissão de correcções
mente com as ilhas Selvagens, a Dada a sua especificidade re- entre a linha de costa e a bati- em VHF) como método de radio-
ilha do Porto Santo e a ilha da lativamente à fauna e flora lo- métrica dos 100 m. Para efeitos localização utilizado, houve por
Madeira, constituem o Arquipé- cais, o Governo Regional da de protecção, acompanhamento vezes necessidade de ocupar
lago da Madeira. O grupo das Madeira através do Decreto Le-
e salvaguarda das espécies ani- novas estações-terra do GPS
mais e vegetais, com particular DIF-VHF.
interesse para a colónia de lo- Após utilização dos locais
bos-marinhos que habitam as indicados para a instalação da
ilhas Desertas, as ilhas dispõem referida estação na ilha da
de equipas de vigias que per- Madeira e no sentido de con-
manecem na ilha Deserta Gran- cluir o levantamento hidrográfi-
de por períodos médios de co, optou-se por efectuar o
quinze dias. reconhecimento da ilha Deserta
Durante a realização do Grande no sentido de avaliar o
levantamento hidrográfico cos- estado dos marcos geodésicos
teiro das ilhas Desertas, à escala aí construídos e eventual uti-
1:25 000 e à escala 1:50 000, e lização para o apoio de posi-
Aspecto da Ilha Deserta Grande. dada a utilização do GPS DIF – cionamento ao NRP “Auriga”.
24 MARÇO 99 • REVISTA DA ARMADA