Page 95 - Revista da Armada
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Que modelo de estrutura escolar
Que modelo de estrutura escolar
para os próximos anos?
para os próximos anos?
(Estrutura escolar e orgânica do SFM)
o seguimento da Jornada Formativa promovida pela
DSF, realizada em 10 de Setembro de 1998 no G2EA
N(1) para apresentação do PRSFM junto das entidades
que com ele ficarão directa e indirectamente envolvidas,
concluiu-se da imprescindibilidade de preparar uma in-
formação, que venha a sustentar uma decisão superior, sobre
um modelo de estrutura escolar, capaz de responder, por um
lado, à urgência colocada pelos projectos com que o PRSFM
interage, nomeadamente o do Reordenamento do Parque
Escolar e das Lotações da Marinha, bem como na orientação
geral que deverá ser dada ao Grupo de Trabalho relativo ao
Sub-Projecto dos Estabelecimentos de Ensino (GT-A3).
Os objectivos do sub-projecto A3 em questão, respeitam
à elaboração dos seguintes projectos de diplomas legais:
• Criação das escolas técnico-profissionais e respectivo
Estatuto comum a todas elas, que consagre, sob a forma de 1º C.T.A. Secretariado 98 (Projecto AMI) de 20 a 23/10/98.
diploma legal, no plano interno e essencialmente externo, a formação Todos terão certamente opinião sobre as Escolas ou Centros que
técnico-profissional na Marinha, e estabeleça a sua missão , propósi- deveriam existir. Porventura até haverá quem defenda a existência
tos, princípios e características fundamentais. de apenas uma Escola técnico-profissional na Marinha. Mas é pre-
• Regulamentação específica para cada Escola / Centro de ciso preparar a decisão e a mudança. Entre outras, deverão ser equa-
Formação, que poderão constituir-se em anexo ao Estatuto, que as cionadas as seguintes questões:
caracterize e distinga entre si nos seus aspectos estruturais, proces- • As escolas / centros devem privilegiar a correspondência com as
suais, natureza, âmbito de actuação, etc. classes e carreiras de pessoal?
• Acreditação das Escolas / Centros de Formação junto do SFM e • As escolas / centros devem privilegiar a estrutura organizacional
ou MDN, que especifique os critérios e condições a observar para e funcional dos departamentos e serviços da Marinha?
efeito de posterior reconhecimento e validação da formação. • As escolas / centros devem concordar estruturalmente com as
Se a elaboração dos diplomas acima referidos são documentos de áreas funcionais consagradas na LOMAR, privilegiando o modelo e
certa forma “pacíficos”, o mesmo não poderá dizer-se dos diferentes cultura organizacional que nos caracteriza?
regulamentos respeitantes à estrutura escolar. É que trata-se de imple- Partindo destes pressupostos, que critérios devem sustentar uma
mentar um conceito que privilegie a aprendizagem e todas as formas solução de parque escolar e respectiva estrutura orgânica? Entre
disponíveis para as pessoas o fazerem, significando que pode não pas- outros, podem-se adiantar os seguintes:
sar pela necessidade de uma infraestrutura ou edifício (vulgo escola ou • A integração de escolas e currículos na perspectiva de polivalên-
centro) mas antes de um acesso ao saber ou conhecimento, de forma cia, flexibilidade e racionalização de recursos.
estruturada e organizada, nas diversas modalidades possíveis: presen- • A capacidade de resposta às necessidades globais da Marinha.
cial, auto-formação, ensino a distância ou aberto, ensino assistido por • A satisfação dos padrões navais, funcionais e ocupacionais como
computador, simulação, rede local, intranet, internet e outras. Embora base da formação e da diferenciação entre classes.
se trate de uma decisão a implementar, de uma forma gradual, tendo • A capacidade da escola em se manter adaptada à evolução orga-
em conta as diferenças acentuadas relativamente ao modelo escolar nizacional, técnica e operacional da Marinha.
que vem sendo seguido pela Marinha nos últimos vinte anos é impres- • A proximidade das designações e organização escolar com a
cindível que se decida qual o modelo de edifício da formação que irá natureza das qualificações e certificações que poderão providenciar.
sustentar e balizar as metas do SFM do próximo século. • Quantitativo mínimo de formandos que justifiquem uma escola.
• A adequabilidade das escolas ao modelo de formação proposto
no PRSFM (cursos de carreira/complemento, modularização, níveis
de formação, etc).
• A facilidade de gestão e administração escolar.
• A redução de efectivos e custos sem prejuízo da eficácia da for-
mação.
Pode o leitor agora imaginar o desafio que enfrenta o SFM no deal-
bar deste século. Mas é também uma oportunidade para se inovar e
potenciar o futuro. Que Escolas e Centros de Formação nascerão
desta Restruturação? Uma resposta que esperamos possa ser encon-
trada e anunciada aos leitores desta Revista, para muito breve, mobi-
lizando a corporação para a aprendizagem e o saber que sempre
foram tradição e apanágio das gentes do mar.
(Colaboração da DSF)
Exercicío de combate a incêndios na Escola de Limitação de Avarias. 1) Ver Revista de Novembro de 1998.
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