Page 242 - Revista da Armada
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Realização de um vídeo de instrução
Realização de um vídeo de instrução
“Incêndio no porto”
“Incêndio no porto”
vídeo é um dos meios que pode para o oriente, em que foi acompanhado
ser utilizado como forma de um exercício de combate a incêndios,
Oauxílio na instrução, tornando-a estando por esse facto grande parte do
mais atraente, evitando gastos desne- pessoal de bordo e de forma activa,
cessários de material e poupando tempo, empenhado na acção. Este exercício foi
que nos dias de hoje constitui um bem importante para se testarem as câmaras e
extremamente valioso. Permite principal- a iluminação necessária para posteriores
mente demonstrar uma sequência correcta filmagens bem como a vantagem do uso
de acções, que se pretende venham a ser de lente grande-angular para conseguir
cumpridas pelo pessoal, de uma forma expandir a imagem nos corredores inte-
estruturada e muito pormenorizada. riores, conseguindo-se melhores perspec-
Assim os vídeos feitos especificamente tivas e campo de acção. Muitas dessas
para instrução são por excelência e por imagens então obtidas, puderam ser
esse motivo, um meio relativamente bara- Dispondo a Marinha de elevado mesmo incluídas no vídeo final, pois veri-
to de conseguir estes objectivos. Na número de navios de variadas classes em fica-se que todo o pessoal age nessas cir-
Marinha em que os procedimentos estão que a instrução requer o mais alto nível cunstâncias de forma muito mais natural
sempre balizados por normas de segu- de profissionalismo e dada a disponibili- e descontraída do que durante cenas pre-
rança, podem suprir muitas deficiências dade das fragatas da classe “Vasco da viamente combinadas.
na área do treino, qualquer que ele seja, Gama”, naturalmente que foram estes os Ainda no decorrer desta fase durante o
proporcionando a todo o pessoal envolvi- navios escolhidos para o vídeo men- mês de Dezembro foi efectuado um voo
do uma forma agradável de adquirir e cionado. num helicóptero da Marinha com a finali-
cimentar conhecimentos. Normalmente a fase de elaboração do dade de serem recolhidas imagens do
guião, é demorada. No entanto a existên- porto de Setúbal e vistas aéreas da Base
cia de um trabalho fornecido pela Flotilha Naval no Alfeite bem como dos navios
sobre o assunto e devidamente validado intervenientes.
pela ELA permitiu avançar desde logo Obtida uma ideia das dificuldades a
para as fases seguintes. Ora uma das enfrentar e do material necessário, no-
grandes vantagens em serem realizados meadamente de iluminação, algum do
vídeos por elementos da própria Marinha, qual foi adquirido para o efeito, foi estabe-
sejam eles oficiais ou sargentos consiste lecido um calendário, de acordo com as
em que, tanto os pormenores das filma- disponibilidades dos navios e seu estado
gens como da montagem subsequente, de aprontamento, com a colaboração do
bem como a sequência das cenas e a Departamento de Treino e Avaliação da
colaboração com elementos das unidades Flotilha, entidade que solicitou e auxiliou
navais envolvidas é extremamente fácil e na elaboração do vídeo. Esse calendário
natural, pois decorre num ambiente co- dividiu as filmagens subsequentes em
A realização pela Marinha Portuguesa nhecido que é o de toda a vida profissio- mais três fases distintas:
com meios próprios, de um vídeo sobre nal, encontrando-se estes perfeitamente
“Incêndio no porto”, veio concretizar conhecedores dos objectivos a atingir e 2ª Fase - Decorreu a partir de Janeiro a
uma ideia que já vinha de longe, desde os da forma de fazer passar a mensagem a bordo das fragatas que se encontravam no
tempos em que há 40 anos atrás na Escola todo o pessoal envolvido. país uma das quais em fase de apronta-
de Limitação de Avarias (ELA), se dispu- Para a realização do trabalho houve mento a “Álvares Cabral” e outra ainda
nha de filmes de 16 mm a preto e branco, que prever várias fases de actuação, de operacional a “Corte Real”. Nesta fase
maioritariamente falados em inglês, com forma a que os procedimentos e ensina- foram tiradas imagens dos interiores e
acções de combate a incêndios e alaga- mentos a transmitir, fossem antecedidos locais de risco, do material de LA, sua
mentos, os quais constituíam uma grande no próprio vídeo da informação suficiente disposição a bordo e actividades normais
ajuda para os então cadetes, sargentos, sobre os referidos navios e sobre o tipo e
praças e mesmo civis, que por lá pas- arrumação do material existente a bordo,
savam ciclicamente para tirar os respec- para que qualquer pessoa, mesmo nunca
tivos cursos e aperfeiçoamentos. tendo visitado ou prestado serviço neste
Naturalmente que o suporte em filme tipo de unidade naval, pudesse acompa-
era e é, de difícil concretização dados os nhar a acção, sempre mais acelerada a
meios que exige mas actualmente com o partir da fase de eclosão do sinistro.
aparecimento de equipamentos de vídeo,
primeiro analógicos e depois digitais, com Assim as filmagens decorreram em 4
um nível de resposta já semi-profissional, fases a saber:
torna-se viável realizar curtas metragens Fase inicial e de avaliação - Teve lugar
com qualidade elevada e preenchendo os em Novembro de 1999 a bordo da
requisitos técnicos necessários. ”Vasco da Gama”, antes da sua partida
24 JULHO 2000 • REVISTA DA ARMADA