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CORPO DE FUZILEIROS
ENCERRAMENTO DO ANO OPERACIONAL
O encerramento do ano opera- o preenchimento das dotações e obri-
cional no Corpo de Fuzileiros marca ga a um esforço suplementar para os
a passagem de um ciclo de trabalho a que estão presentes. Vive-se nos
outro e reveste-se de um significado fuzileiros a eminência de novas mis-
particular, na medida em que é apro- sões, em teatros de operações que
veitado para efectuar um balanço das podem ser afastados de Portugal, e a
actividades efectuadas e uma pers- nossa Marinha ainda não está dotada
pectivação do futuro. É este o mo- com todos os meios, de forma a per-
mento oportuno para analisar as difi- mitir a integração cabal dessas mis-
culdades sentidas no ano anterior, fa- sões no contexto de um Poder Naval
lando das carências mais prementes e projectado. O navio polivalente, de
dos sucessos alcançados, ao mesmo que tanto se tem falado, é o elemento
tempo que se olha para o ano que chave para o entrosamento perfeito
começa pensando na melhor forma de o prio Almirante Matias que expressou a sua entre fuzileiros e marinheiros – todos
cumprir, encarando os desafios com o rea- compreensão dos diversos problemas que homens do mar, como realçou o Almirante
lismo indispensável e com decisão. vêm afectando os fuzileiros e que transitam CEMA –, no desempenho dessas missões.
Este ano a cerimónia teve lugar na Base de ano para ano. Às normais carências ma- A cerimónia terminou com o desfile das
de Fuzileiros, a 15 de Outubro, sendo pre- teriais devidas a escassos orçamentos que Forças em Parada a que se seguiu um al-
sidida pelo Chefe do Estado Maior da Ar- dificultam o processo de reequipamento, moço de convívio.
mada, Almirante Vieira Matias. E foi o pró- acresce agora a falta de pessoal que impede
RENDIÇÃO DO COMANDO DA ESCOLA DE FUZILEIROS
No passado dia 22 de Outubro, a Escola mento presente, realçando a importância
de Fuzileiros assistiu pela 16ª vez à rendição crescente das Forças Anfíbias no contexto in- O NOVO COMANDANTE
do seu comandante. Criada em 3 de Junho ternacional e no novo ambiente, onde as DA ESCOLA DE FUZILEIROS
de 1961, esta unidade preparou durante anos crises têm de ser prevenidas atempadamente
o pessoal fuzileiro que operou nos teatros e onde a mobilidade é cada vez mais impor-
africanos e nos inúmeros cenários para onde tante. “Estando com a Marinha no mar e na
têm sido solicitados. Na contingência pre- altura apropriada” – disse o comandante Re-
sente prevê-se o empenho de unidades de sende – serão os fuzileiros a desembarcar em
fuzileiros em diversas situações interna- quaisquer condições e onde quer que seja. A
cionais onde Portugal está empenhado (v.g. Força Anfíbia, podendo viver embarcada du-
os Balcãs e Timor), e a Escola continua a pre- rante períodos longos, pode, melhor do que
parar o pessoal necessário, adaptando-se às qualquer outra, chegar com todo o seu poten-
circunstâncias do momento e às novas for- cial aos mais longínquos territórios, sempre
mas de actuar. que as causas nacionais ou universais o exi- O Comandante Lhano Preto recebe o estandarte
O Capitão de Mar-e-Guerra Francisco girem. das mãos do Comandante do Corpo de Fuzileiros.
Llano Preto substituiu o Capitão de Mar-e- A transmissão simbólica do comando fez-
-Guerra Hernâni Vidal de Resende que ascen- -se pela entrega do estandarte da Unidade ao O Capitão de Mar-e-Guerra Francisco Manuel
deu ao cargo de 2º Comandante do corpo, novo comandante e pela passagem em revista Llano Preto nasceu no Distrito de Bragança em 12 de
Julho de 1948 e foi incorporado na Marinha em Se-
numa cerimónia presidida pelo Comandante às forças em parada. Seguiram-se as alocu- tembro de 1970, tendo frequentado o Curso de For-
do Corpo de Fuzileiros. Na ocasião, o co- ções proferidas pelo comandante Llano Preto mação de Oficiais da Reserva Naval e o Curso de
mandante cessante teve oportunidade de e pelo Comandante do Corpo de Fuzileiros, e Fuzileiros Especiais. Entre 1971 e 1973 cumpriu uma
referir as circunstâncias peculiares do mo- o desfile em continência. comissão de serviço em Moçambique, no Desta-
camento de Fuzileiros nº 9 e, por convite, continuou
no território, numa missão especial que durou até
1974. Em 1981 foi destacado para frequentar o
Amphibious Warfare Course nos Estados Unidos e
em 1983 assumiu o cargo de Director de Instrução
na Escola de Fuzileiros. Já com o posto de Capitão de
Fragata comandou o Batalhão de Fuzileiros nº 3, foi
Chefe do Estado Maior da Força de Fuzileiros do
Continente e Comandante da Base de Fuzileiros,
cargo em que foi promovido a Capitão de Mar-e-
-Guerra. Entre 1996 e 1999 foi Chefe do Gabinete
para a Cooperação do Estado Maior da Armada.
Possui as seguintes condecorações: Comendador
da Ordem Militar de Avis, Medalha de prata de Ser-
viços Distintos com palma, Medalha de prata de Ser-
viços Distintos, Medalha de Mérito Militar 1ª classe,
Medalha de Mérito Militar 2ª classe, Medalha de
Comportamento Exemplar, Medalha Comemorativa
de Campanhas em Moçambique (71-73 e 73-74),
Cruz Naval de 2ª classe.
O novo Comandante e o Comandante cessante passam revista às Forças em Parada.
REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 2000 27