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SEMINÁRIO
“SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO”
Inserido num conjunto de iniciativas que têm sido levadas a implementação engloba a criação de uma infra-estrutura de recu-
cabo pela DAMAG, nomeadamente a organização de seminários peração, bem como a elaboração de um plano de continuidade de
cujos temas estão intimamente relacionados com a Informática, operações.
decorreu no passado dia 18 de Novembro, no auditório da O Engº Luís Filipe Duarte Tavares (CAP TM - Exército) e posterior-
Academia de Marinha, mais um seminário, desta vez subordinado mente “Transmission Director” da Novis, falou-nos sobre “Interli-
ao tema “Segurança da Informação”. gação de Redes Locais – a sua segurança”.
O esclarecimento, divulgação e debate de questões relacionadas O desenho de segurança é um dos aspectos mais importantes do
com a segurança da informação, e a tomada de conhecimento das desenho da rede da empresa, especialmente tendo em atenção o
tendências actuais no domínio da segurança da informação, aumento de ligações a extranets e à Internet que vem assolando as
através do contributo de especialistas de reconhecido valor, foram estruturas das redes existentes.
os objectivos gerais deste seminário. A utilização de uma abordagem do tipo Top Down é um processo
O seminário teve início com uma breve alocução proferida pelo sistemático e interactivo que leva em conta, por um lado, as necessi-
Director da DAMAG, CALM dades reais de uma dada
Ribeiro Ferreira, que referiu instalação, e por outro, cons-
que “os sistemas informáti- titui um framework estrutu-
cos já são o principal supor- rante para futuros desen-
te de múltiplas actividades volvimentos.
nos domínios administrati- Este tipo de metodologia
vo, logístico, técnico, finan- para a criação de redes, tem
ceiro e operacional, poden- em conta os níveis do mode-
do a falta de segurança dos lo de referência OSI, come-
dados, dos programas e das çando pelos níveis superiores
redes de comunicação, com- em direcção aos mais baixos.
prometer gravemente a con- “Como fazer uso da tec-
secução dos objectivos de nologia para combater as
política naval nas diversas fraudes na comunicação” foi
áreas funcionais”. o tema escolhido pelo Sr. An-
Neste sentido, a DAMAG, tónio Policek que nos deu
como responsável pela se- uma breve panorâmica de co-
gurança do Sistema Inte- Aspecto da assistência no anfiteatro da Academia de Marinha. mo têm evoluído as fraudes e
grado de Informação da Ma- as formas de as combater.
rinha “está consciente dos perigos” e por isso tem vindo a adoptar “Hackers evolution e Cyber-mafia” foi o tema da comunicação
diversas medidas no âmbito da segurança física das instalações, da apresentada pelo Engº Luís João de Sousa Cardoso, responsável
segurança lógica e dos suportes físicos. O CALM Ribeiro Ferreira pela Àrea de Qualidade de Serviço da CPRM - Marconi.
salientou nesse sentido, que irão ser incrementadas, durante este Diversos países não dispõem de penalização sobre a acção dos
ano, medidas que terão de se basear em minuciosos e contínuos hackers, enquanto outros tendem a despenalizar tais acções. Em
estudos das ameaças, especialmente no que diz respeito à segu- Portugal a acção de hacker é considerada um crime punível por lei.
rança dos suportes informáticos, acessos lógicos, rede de comuni- O objectivo desta apresentação foi a análise das diversas vulne-
cação de dados e radiações electromagnéticas. rabilidades das redes e infra-estruturas.
Participaram neste seminário 6 oradores: A última comunicação esteve a cargo do Sub-Inspector da
O Dr. Paulo Pinto, Consultor de Segurança da Pararede, falou- Polícia Judiciária, Sr. Rogério Bravo, que nos falou sobre a
-nos sobre “A Segurança da Informação – Uma Visão Global”. “Evolução da criminalidade informática em Portugal”, pretenden-
O aparecimento da Internet conquistou o que nenhuma outra tec- do ilustrar os tipos de crime mais frequentes, os perfis dos autores,
nologia até então tinha conquistado, 50 milhões de utilizadores em causas e efeitos, acompanhado de estatísticas de casos e da taxa de
menos de 4 anos, criando assim o novo mundo digital. Apesar das sucesso na investigação criminal. Foi analisado ainda a legislação
decisões que as organizações já tomaram para se posicionarem neste portuguesa aplicável e as dificuldades da sua aplicação.
novo mundo digital, os responsáveis pela segurança dos sistemas A finalizar, o CMG EMM Carmo Durão, fez o balanço do semi-
informáticos das instituições mostram sinais de preocupação. nário, referindo que os objectivos foram plenamente atingidos, não
Como beneficiar das vantagens disponibilizadas pela utilização só porque se criou um fórum de esclarecimento e debate, enrique-
de recursos e tecnologias Internet, minimizando-se perdas potenci- cido pela valiosa colaboração dos conferencistas que tornaram
ais de informação, de produtividade ou de credibilidade, foram possível dar conteúdo a este seminário, como também se ficou
algumas das questões abordadas. com a certeza do interesse que a segurança da informação tem
O tema escolhido pelo Engº Luís Veríssimo, Consultor Senior I/T para a generalidade da Marinha, dado o elevado nível de adesão à
na prática de Business Recovery, na IBM, foi “Planeamento da participação neste evento.
Recuperação de Desastre: prevenindo o imprevisto”. Este seminário foi assim o primeiro passo no sentido de con-
Conscientes da necessidade que as instituições têm de se encon- cretizar o plano de acção da DAMAG para o ano 2000.
trarem preparadas para qualquer eventualidade que provoque
anomalias na continuidade das suas operações, a IBM desenvolveu Alexandra Brito
uma metodologia para abordar, desenhar, gerir e manter soluções 2TEN TSN
de continuidade de negócios. As fases desta metodologia são:
análise, desenho e implementação. Informam-se todos os interessados que o resumo das comunicações
A fase de análise consiste na identificação dos requisitos da apresentadas neste seminário encontra-se disponível na Intranet
solução e recuperação necessários para o desenho da mesma e a (Novidades).
REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 2000 29