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TOMADA DE POSSE
DIRECTOR DO PLANETÁRIO CALOUSTE GULBENKIAN
● Em 9 de Janeiro passado teve Ensino Superior e da Associação de
lugar no Planetário Calouste Astrónomos Amadores.
Gulbenkian a cerimónia de tomada Após umas breves palavras de
de posse do novo director, o CMG despedida proferidas pelo director
Monteiro Santos. À cerimónia pre- cessante, CMG Leal Faria e lida a
sidida pelo Presidente da Comissão ordem de nomeação do novo direc-
Cultural da Marinha, CALM Leiria tor, este começou por manifestar
Pinto em representação do ALM satisfação pela confiança nele
CEMA, assistiram entre outros o depositada para o exercício do
VALM SSM, membros da Comissão cargo, declarando o seu empenho
Cultural, o Director do Observatório no cumprimento das tarefas que
Astronómico de Lisboa, antigos incubem ao Planetário como centro
directores do Planetário, represen- científico e cultural na promoção
tantes do Ministério da Ciência e do interesse pela astronomia afir-
mou vou exercer as minhas funções
O CMG Mário Alberto Dias Monteiro dentro das competências atribuídas na
Santos nasceu em Lisboa e ingressou na LOMAR, por forma a assegurar um
Escola Naval em 1963, tendo sido promovido a Guarda-Marinha em MAR68.
Especializado em Fuzileiro Especial, como Guarda-Marinha e 2º Tenente prestou eficiente e equilibrado funcionamento do Planetário.
serviço durante dois anos num Destacamento de Fuzileiros em zona de campanha Seguidamente, o CALM Leiria Pinto elogiou o modo eficaz como
na Guiné e três anos a bordo de diversos navios patrulhas em intensa actividade o Comandante Leal Faria tinha desempenhado as suas funções e,
operacional nas águas do Continente e dos Açores. Promovido a 1º Tenente depois de se referir à situação do projecto de substituição do projec-
foi comandante dos D/M’S “Horta” e “Rosário” tendo participado em exercí- tor, salientou apesar do equipamento principal há muito ter excedido o
cios nacionais e da NATO. Mais tarde, já como Capitão-Tenente, comandou o
NRP “Oliveira e Carmo”. Especializado em Navegação foi durante cinco anos tempo previsto da sua vida útil, o mesmo, embora com limitações, mantém-
Chefe da Divisão de Métodos e Material de Navegação no Instituto Hidrográfico. -se em funcionamento exclusivamente devido à elevada competência profis-
Exerceu como oficial superior funções de Estado-Maior no Comando Naval, sional e extrema dedicação do pessoal que aqui presta serviço.
Divisão de Informações e também os cargos de 2º Comandante do G2EA, de Relativamente ao novo director partiu do princípio que são ele-
Comandante do Corpo de Alunos e 2º Comandante da Escola Naval e ainda de vadas as aptidões, capacidades e qualidades que o Comandante Monteiro
Comandante da Esquadrilha de Navios Patrulhas. Além das especialidades
atrás referidas o CMG Monteiro dos Santos frequentou, no país e no Santos demonstrou possuir ao longo da sua já brilhante carreira, e decla-
estrangeiro, diversos cursos de Minas, Contra-Medidas e Informações, estando rou que este está perante um desafio e estou certo que, como sempre tem
igualmente habilitado com os Cursos Geral e Superior Naval de Guerra. feito, em condições adversas semelhantes, o vencerá, tendo-lhe assegu-
É detentor de vários louvores e condecorações das quais se destacam duas rado o total apoio da Comissão Cultural desejou-lhe as maiores feli-
medalhas militares de prata de serviços distintos.
cidades no novo cargo.
APRESENTAÇÃO DE “NAUFRÁGIOS E LONGITUDE”, LIVRO DA AUTORIA DO
COMANDANTE COSTA CANAS EDITADO PELA COMISSÃO CULTURAL
Realizou-se na Biblioteca Central da cionamento dos navios no mar durante
Marinha, no passado dia 13 de Fevereiro os séculos da Expansão Marítima Por-
a apresentação da obra em título, obra tuguesa.
esta que foi vencedora em 1999, ex- Em seguida o Comandante Canas
-aequo, do prémio Almirante Sarmento indicou que a sua obra consistiu em
Rodrigues instituído pela Academia de averiguar até que ponto podemos falar numa
Marinha. culpa efectiva dos pilotos, ou se, pelo con-
Como tem sido tradicional em even- trário, eles faziam tudo aquilo que estava ao
tos semelhantes, o CALM Leiria Pinto, seu alcance para evitar os naufrágios.
na qualidade de Presidente da Co- Esclareceu que o estudo incidiu funda-
missão Cultural, iniciou a cerimónia mentalmente sobre aspectos relativos à
fazendo uma breve referência biográfica condução dos navios extraída do relato
do autor da obra, tendo salientado a de três naufrágios e foi dividido em duas
respectiva carreira como oficial sub- partes: uma primeira que faz um historial
marinista e posteriormente como profes- das técnicas de navegação usadas pelos
sor na Escola Naval, responsável por Portugueses na época das Descobertas;
disciplinas do âmbito da Navegação. Foi enquanto que na segunda serão analisados os
depois reportada a actividade do mencionados relatos de naufrágio.
Comandante Canas na área das Letras Terminou a apresentação do seu livro
na qual se tem evidenciado não só declarando que da leitura do mesmo se
através de artigos editados em várias pode deduzir que os pilotos procederam de
publicações, nomeadamente nos Anais acordo com os conhecimentos e as técnicas ao
do Clube Militar Naval como também seu dispor. Os naufrágios aconteceram
participando, em Simpósios, Congressos e Colóquios, na sua porque, naquelas viagens, era fundamental o conhecimento mais ri-
maioria visando temas relacionados com o problema do posi- goroso da longitude e tal não era possível naquela época.
28 MARÇO 2003 • REVISTA DA ARMADA