Page 102 - Revista da Armada
P. 102

TOMADA DE POSSE



                           DIRECTOR DO PLANETÁRIO CALOUSTE GULBENKIAN

         ● Em 9 de Janeiro passado teve                                              Ensino Superior e da Associação de
         lugar no Planetário Calouste                                                Astrónomos Amadores.
         Gulbenkian a cerimónia de tomada                                              Após umas breves palavras de
         de posse do novo director, o CMG                                            despedida proferidas pelo director
         Monteiro Santos. À cerimónia pre-                                           cessante, CMG Leal Faria e lida a
         sidida pelo Presidente da Comissão                                          ordem de nomeação do novo direc-
         Cultural da Marinha, CALM Leiria                                            tor, este começou por manifestar
         Pinto em representação do ALM                                               satisfação pela confiança nele
         CEMA, assistiram entre outros o                                             depositada para o exercício do
         VALM SSM, membros da Comissão                                               cargo, declarando o seu empenho
         Cultural, o Director do Observatório                                        no cumprimento das tarefas que
         Astronómico de Lisboa, antigos                                              incubem ao Planetário como centro
         directores do Planetário, represen-                                         científico e cultural na promoção
         tantes do Ministério da Ciência e                                           do interesse pela astronomia afir-
                                                                                     mou vou exercer as minhas funções
           O CMG Mário Alberto Dias Monteiro                                         dentro das competências atribuídas na
          Santos nasceu em Lisboa e ingressou na                                     LOMAR, por forma a assegurar um
          Escola Naval em 1963, tendo sido promovido a Guarda-Marinha em MAR68.
           Especializado em Fuzileiro Especial, como Guarda-Marinha e 2º Tenente prestou  eficiente e equilibrado funcionamento do Planetário.
          serviço durante dois anos num Destacamento de Fuzileiros em zona de campanha  Seguidamente, o CALM Leiria Pinto elogiou o modo eficaz como
          na Guiné e três anos a bordo de diversos navios patrulhas em intensa actividade  o Comandante Leal Faria tinha desempenhado as suas funções e,
          operacional nas águas do Continente e dos Açores. Promovido a 1º Tenente  depois de se referir à situação do projecto de substituição do projec-
          foi comandante dos D/M’S “Horta” e “Rosário” tendo participado em exercí-  tor, salientou apesar do equipamento principal há muito ter excedido o
          cios nacionais e da NATO. Mais tarde, já como Capitão-Tenente, comandou o
          NRP “Oliveira e Carmo”. Especializado em Navegação foi durante cinco anos  tempo previsto da sua vida útil, o mesmo, embora com limitações, mantém-
          Chefe da Divisão de Métodos e Material de Navegação no Instituto Hidrográfico.  -se em funcionamento exclusivamente devido à elevada competência profis-
           Exerceu como oficial superior funções de Estado-Maior no Comando Naval,  sional e extrema dedicação do pessoal que aqui presta serviço.
          Divisão de Informações e também os cargos de 2º Comandante do G2EA, de  Relativamente ao novo director partiu do princípio que são ele-
          Comandante do Corpo de Alunos  e 2º Comandante da Escola Naval e ainda de  vadas as aptidões, capacidades e qualidades que o Comandante Monteiro
          Comandante da Esquadrilha de Navios Patrulhas. Além das especialidades
          atrás  referidas o CMG Monteiro dos Santos frequentou, no país e no  Santos demonstrou possuir ao longo da sua já brilhante carreira, e decla-
          estrangeiro, diversos cursos de Minas, Contra-Medidas e Informações, estando  rou que este está perante um desafio e estou certo que, como sempre tem
          igualmente habilitado com os Cursos Geral e Superior Naval de Guerra.  feito, em condições adversas semelhantes, o vencerá, tendo-lhe assegu-
           É detentor de vários louvores e condecorações das quais se destacam duas  rado o total apoio da Comissão Cultural desejou-lhe as maiores feli-
          medalhas militares de prata de serviços distintos.
                                                              cidades no novo cargo.


             APRESENTAÇÃO DE “NAUFRÁGIOS E LONGITUDE”, LIVRO DA AUTORIA DO
                  COMANDANTE COSTA CANAS EDITADO PELA COMISSÃO CULTURAL

           Realizou-se na Biblioteca Central da                                 cionamento dos navios no mar durante
         Marinha, no passado dia 13 de Fevereiro                                os séculos da Expansão Marítima Por-
         a apresentação da obra em título, obra                                 tuguesa.
         esta que foi vencedora em 1999, ex-                                      Em seguida o Comandante Canas
         -aequo, do prémio Almirante Sarmento                                   indicou que a sua obra consistiu em
         Rodrigues instituído pela Academia de                                  averiguar até que ponto podemos falar numa
         Marinha.                                                               culpa efectiva dos pilotos, ou se, pelo con-
           Como tem sido tradicional em even-                                   trário, eles faziam tudo aquilo que estava ao
         tos semelhantes, o CALM Leiria Pinto,                                  seu alcance para evitar os naufrágios.
         na qualidade de Presidente da Co-                                      Esclareceu que o estudo incidiu funda-
         missão Cultural, iniciou a cerimónia                                   mentalmente sobre aspectos relativos à
         fazendo uma breve referência biográfica                                condução dos navios extraída do relato
         do autor da obra, tendo salientado a                                   de três naufrágios e foi dividido em duas
         respectiva carreira como oficial sub-                                  partes: uma primeira que faz um historial
         marinista e posteriormente como profes-                                das técnicas de navegação usadas pelos
         sor na Escola Naval, responsável por                                   Portugueses na época das Descobertas;
         disciplinas do âmbito da Navegação. Foi                                enquanto que na segunda serão analisados os
         depois reportada a actividade do                                       mencionados relatos de naufrágio.
         Comandante Canas na área das Letras                                      Terminou a apresentação do seu livro
         na qual se tem evidenciado não só                                      declarando que da leitura do mesmo se
         através de artigos editados em várias                                  pode deduzir que os pilotos procederam de
         publicações, nomeadamente nos Anais                                    acordo com os conhecimentos e as técnicas ao
         do Clube Militar Naval como também                                     seu dispor. Os naufrágios aconteceram
         participando, em Simpósios, Congressos e Colóquios, na sua  porque, naquelas viagens, era fundamental o conhecimento mais ri-
         maioria visando temas relacionados com o problema do posi-  goroso da longitude e tal não era possível naquela época.

         28 MARÇO 2003 • REVISTA DA ARMADA
   97   98   99   100   101   102   103   104   105   106   107