Page 17 - Revista da Armada
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canhoneira “Beira”. Faz de escudo com o seu Pinto, recebe expressivo louvor do Chefe do comboios, foi seu comandante o capitão-
navio, durante meses, à Esquadra Inglesa do Estado de então, Sidónio Pais, e uma Cruz de -tenente António Emílio Taborda de Azeve-
Atlântico surta no porto de S. Vicente de Cabo Guerra de 2ª classe. do Costa que, pelos serviços prestados, arrui-
Verde. É constante a presença de submarinos Ao largo da barra do Tejo, em missão de nando a saúde, viria a ser considerado invá-
na área e a canhoneira, primeiro, só, e depois patrulha, desaparece na queda do aparelho lido de guerra.
com a sua irmã gémea, a “Ibo”, assegura toda que tripulava, um TELLIER, o primeiro- Numa destas acidentadas viagens, rebo-
a protecção fora do porto. Cisneiros e Faria, -tenente aviador Azeredo Vasconcelos. cando a barca “Portugal”, ataca um sub-
pela sua acção, seria marino inimigo com
agraciado com uma tiros de peça no
Cruz de Guerra de Governadores Ultramarinos golfo da Biscaia, fa-
2ª classe. zendo-o emergir.
Na altura, o capi- Por esta acção rece-
tão dos portos da berá uma Cruz de
província, um ínte- Guerra de 1º classe.
gro e distinto oficial, No cruzador
o capitão-de-fragata “S. Gabriel”, em mis-
António Branco são de escolta, pela
Martins, teria acção sua acção no ataque
relevante no apre- a um submarino ini-
samento de navios migo, é agraciado
alemães surtos no com a Cruz de Guer-
porto e nos trabalhos ra de 3ª classe o 1º te-
de defesa marítima nente José Eduardo
em colaboração com Timor Macau Macau de Carvalho Crato.
os comandos das Logo que entrá-
CALM
CALM
CFR
duas canhoneiras. Sousa Gentil Artur Carmona V. Almeida e Costa mos em guerra foi
Receberia um ex- 1871-1937 1889-1965 1932- mandado seguir
pressivo louvor do para Moçambique o
Ministro das Colónias, de então. Devia este oficial ter dado por terminada a cruzador “Adamastor”. Nessa província foi
No patrulhamento da costa do continente missão, por se haver avariado um outro solicitada pelo governador e pelo comando
colabora a primeira esquadrilha de submer- avião igual, tripulado pelo seu companheiro das forças terrestres, a cooperação do navio
síveis, recentemente adquirida em Itália. na patrulha, primeiro-tenente aviador João para, forçando a barra do “Rovuma”, escor-
Nessa faina árdua e constante durante todo Lobo dos Santos Moreira. Não o fez e acabou raçar os alemães da margem norte do rio.
o período da guerra, distingue-se o então por perecer. Nunca ficou suficientemente Nessa acção, que constitui um doloroso e
comandante do “Hidra”, 1º tenente Fernando esclarecido se o avião se afundou por avaria sangrento episódio por falta de coordenação
Augusto Branco, que, pela sua acção, recebe- ou se foi atingido a tiro por submarino. de esforços, não foi ocupada de imediato a
ria o grau de cavaleiro da Torre e Espada. Nos transportes de tropas para França, ou margem, tendo-se dado numerosas baixas
É ele que nos relata, ao seu jeito de escritor, acompanhando os comboios e efectuando da nossa tropa. Não obstante, distinguiram-
no livro “Novelas Submarinas”, o que eram por vezes arriscados reboques, tornaram-se -se na operação, os guardas-marinhas
os cruzeiros e as condições vividas nos lendários o transporte “Pedro Nunes” e o Prestes Salgueiro e Maia Rebelo que, de-
minúsculos submersíveis da época: rebocador “Patrão Lopes”. O primeiro, a que baixo de violento fogo das metralhadoras
... E quando ao desembarcar se encontra chamavam o “Navio Fantasma”, por atra- alemãs sobre os escaleres de bordo que
um amigo, um conhecido, a frase com que vessar zonas infestadas de submarinos, transportavam as forças de desembarque,
nos saúda após o nosso pesadelo de longos muitas vezes sem escolta, foi comandado por praticaram actos de coragem e destemor,
dias, é esta: valorosos oficiais, de entre os quais o capitão- mergulhando por vezes nas águas lodosas
Viva seu janota! Então é aqui, passeando -tenente Vieira da Rocha, o jovem tenente do para o desencalhe de embarcações e salva-
na Rua do Ouro, que se faz a guerra? “Bacamarte” a que já nos referimos. mento de feridos e de isolados nas margens.
Este ilustre oficial, que atingiria o posto de Quanto ao “Patrão Lopes”, que efectuou Pela sua acção heróica foram ambos agracia-
capitão-de-mar-e-guerra, foi num dos gover- 3.287 milhas em reboques e assistência aos dos com a Cruz de Guerra de 1ª classe.
nos da ditadura mi- Transcendendo a
litar, em 1930, minis- acção no mar, mais
tro dos Negócios Gov. de Província e Distrito do Ultramar uma vez a Armada
Estrangeiros. tomou parte em
Em 1918, poucos operações em terra.
meses antes do céle- Envia em 1915 um
bre combate em que batalhão a Angola e
se afundou, o caça- em 1918 um batalhão
minas “Augusto de a Moçambique.
Castilho” cruza-se O primeiro inte-
com um submarino grado na expedição
inimigo junto ao do General Pereira
Cabo Raso. É o sub- d’Eça, era comanda-
marino atingido com do pelo capitão-te-
várias granadas e nente Alberto Corio-
obrigado a imergir, lano da Costa, oficial
meio adornado. já com larga folha de
O seu comandan- CTEN CTEN CTEN serviços no Ultramar.
te, primeiro-tenente Soares Andrea Pinto Cardoso L. Gonzaga Ribeiro Da acção dessa
Fernando de Oliveira 1857-1901 1859-1930 1864-1932 força, que se revela-
REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 2003 15