Page 30 - Revista da Armada
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ABATE AO EFECTIVO
O Patrulha “Mandovi”
O Patrulha “Mandovi”
N.R.P. “Mandovi” é o ter- depois de ter passado por S. Vicen-
ceiro de dez navios da te (Cabo Verde), Bissau (Guiné) e
O classe “Cacine”. O seu S. Tomé e Princípe.
nome, Mandovi, advém do rio que Durante 6 longos anos navegou
banha a antiga cidade de Goa, ter- ao longo de toda a costa angolana,
ritório português até 1962. na bacia fluvial do rio Zaire, ao
Construído no Arsenal do Alfeite largo de Cabinda e nas águas do
(P 1142), foi aumentado ao efecti- arquipélago de S. Tomé, escre-
vo dos navios da Armada em 02 de vendo uma das páginas mais bri-
Setembro de 1969, na situação de lhantes da sua história. O regresso
armamento normal. A cerimónia a Lisboa ocorreu no dia 25 de
de entrega teve lugar no Arsenal do
Alfeite, sendo presidida pelo Co- Bandada de quatro peças
mandante Naval do Continente, de vermelho e prata (branco)
em representação do Ministro da a primeira carregada com
Marinha, Almirante Quintanilha e O N.R.P. “Mandovi” ao largo da Madeira. uma roda de Sª. Catarina, de
Mendonça Dias. ouro (amarelo) com as nava-
lhas de prata (branco) e
A sua guarnição, constituída por 3 ofi- como objectivo fundamental a sobreposto à linha de separação das bandas um listel de prata,
ciais, 6 sargentos e 24 praças, teve como preparação para uma missão filetado dos contrários com a legenda em maiúsculas negras
primeiro comandante, o 1º Tenente Augusto que se aproximava a passos lar- “N.R.P. MANDOVI”.
António Catarino Salgado. Construído para gos e era bastante importante
realizar missões de patrulha costeira e dos para a Marinha e para o país. O
rios de África, efectuou um conjunto de destino: Angola, país então integrado no Fevereiro de 1975, em pleno e quente
missões genericamente de “serviço públi- território português. Era o início de uma jor- período do pós-25 de Abril e da descolo-
co”, que compreendiam a fiscalização da nada que iria culminar no dia 5 de nização angolana.
pesca, a repressão do contrabando, O N.R.P. “Mandovi” tinha con-
a busca e salvamento, o controlo de cluído com profissionalismo, co-
poluição no mar e o apoio às popu- ragem e brilhantismo os seus
lações e organismos civis. primeiros seis anos de vida mas,
No dia 10 de Setembro de 1969, novas missões e novos desafios
o N.R.P. “Mandovi” iniciou os pre- eram agora colocados na costa
parativos para a primeira de muitas continental portuguesa, com um
missões que viriam a suceder-se, período de actividade operacional
largando para o campo da honra da intenso, de que se destacam 12
ponte nº 1 do Arsenal do Alfeite. comissões na Zona Marítima da
Curiosamente, a sua primeira missão Madeira, 87 cruzeiros realizados
não teve como destino o então ao longo de toda a costa continen-
chamado Ultramar como era normal tal e vários exercícios nacionais e
no final da década de sessenta e iní- internacionais.
cio da década de setenta, mas sim, Estes números, além de vinca-
uma missão na costa continental rem uma taxa de operacionalidade
portuguesa, no âmbito da fiscaliza- A 2ª guarnição do N.R.P. “Mandovi”. assinalável, encerram serviços
ção da pesca. prestados à Marinha e ao país que
O período de adestramento da guarnição Novembro na cidade de “Luanda”, passan- enchem de orgulho não só as suas guar-
decorreu em Outubro do mesmo ano e teve do assim a depender do COMARANGOLA, nições como ainda projectam o nome do
N.R.P. “Mandovi” no tempo, dando-lhe o
merecido reconhecimento.
COMANDANTES DO N.R.P. MANDOVI Em 03 de Janeiro de 1996, e depois de
1º Tenente Augusto António Catarino Salgado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .02SET69 a 21OUT71 mais de 24500 horas de navegação e
1º Tenente Luís H. L. Silva de Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21OUT71 a 23OUT73 270000 milhas náuticas percorridas, o
1º Tenente Victor M. B. E. Lopo Cajarabille . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23OUT73 a 09MAI75 N.R.P. “Mandovi” sob o comando do
1º Tenente Fausto J. Tomás Coelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .09MAI75 a 27SET76
1ºTenente Rui Coelho Cabrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27SET76 a 30JAN77 1Tenente Miguel Nuno P. M. Machado da
1º Tenente Fernando M. O. V. de Matos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30JAN77 a 04JAN78 Silva concluiu a sua última etapa. Era o
1ºTenente Mário M. F. Alvarenga Rua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .04JAN78 a 06AGO79 fim do guerreiro.
1º Tenente José C.M. Lima Bacelar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .06AGO79 a 07JAN81 Para sempre, ficarão as memórias e “…as
1º Tenente Arménio Cunha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24AGO82 a 13SET83
1º Tenente Mário Manuel Raposo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13SET83 a 24JUL85 navegações grandes que fizeram….vós,
1º Tenente João Pedro Rocha Pereira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24JUL85 a 20NOV87 ilustres lusitanos que…mais do que prome-
1º Tenente Luís Miguel M. Cortes Picciochi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20NOV87 a 26SET89 tia a força humana…conseguistes que o
1º Tenente António Joaquim Ribeiro Ezequiel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26SET89 a 26SET91 nome de Portugal se ouvisse por terras tão
1º Tenente Custódio Fernandes Lopes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26SET91 a 04JUN92 distantes”. Obrigado, N.R.P. “Mandovi”.
1º Tenente Pedro Miguel de Sousa Costa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27ABR93 a 24FEV95
1º Tenente Miguel Nuno P. M. Machado da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24FEV95 a 03JAN796
(Colaboração da Esquadrilha de Navios Patrulha)
28 JANEIRO 2003 • REVISTA DA ARMADA