Page 194 - Revista da Armada
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Uma Referência para a Historiografia da Marinha
Revista da Armada cons- sempre como elo de ligação – o
titui hoje uma fonte de Mar, a Marinha e toda uma Cul-
A informação indispensá- tura Naval que nos envolve.
vel, nomeadamente para todos Porém a diferença maior em re-
aqueles que servem na Marinha lação aos primeiros tempos da Re-
– oficiais, sargentos, praças e ci- vista reside na importância dada à
vis, que apesar de prestarem ser- divulgação da informação. Hoje,
viço nos navios e nos organismos a Revista tem que estar atenta a
em terra, não se apercebem mui- tudo o que se passa na Marinha e
tas vezes do que se vai passando aprontar a sua divulgação o mais
na Corporação. E também para rapidamente possível. Julgo que
aqueles que serviram na Mari- se tem conseguido este objectivo
nha, desde os que aqui estiveram e, todos os sectores da Marinha
um par de anos, em serviço mili- cientes desta necessidade, têm
tar obrigatório, até àqueles muito colaborado prestimosamente.
saudosos, que por aqui passaram Por isso a Revista é cada vez
uma vida e que, agora, ansiosa- mais uma referência para quem
mente aguardam todos os meses quiser estudar a História da Mari-
a chegada da Revista para recor- nha no último quarto de século.
darem a sua Marinha. E ainda os Não nos podemos esquecer que
que, através dos tempos, por qual- a Revista da Armada é a publica-
quer motivo, vieram a ter conhe- ção oficial da Marinha e, embora
cimento da Revista, gostaram, e a tendo autonomia como qualquer
ela ficaram ligados. outro órgão de comunicação so-
Quando a Revista começou a sua publicação, há trinta e dois anos, cial, os artigos de opinião nela inseridos não se poderão afastar
por vontade expressa do Almirante Pereira Crespo, notável Minis- da doutrina naval estabelecida.
tro da Marinha, tinha como objectivos principais – Contribuir para E quanto ao conteúdo dos artigos e aos seus autores, é sabido
o fortalecimento do Espírito do Corpo que os artigos da Revista são qua-
que sempre caracterizou a nossa Mari- se exclusivamente escritos por ma-
nha e ao qual estão ligadas as virtudes rinheiros, e é ao seu saber, iniciati-
e as tradições navais e ao mesmo tem- va, empenhamento e estudo que se
po que possa ser lida com agrado pelos deve a obra, coordenados necessa-
nossos oficiais, sargentos e praças. São, riamente pelo Director e dentro de
como se constata, objectivos perma- um planeamento por ele estabele-
nentes, que têm estado sempre pre- cido, abrangendo no seu conjunto
sentes em quem dirige a Revista, de crónicas, ensaios, reportagens, en-
forma a criar bem-estar em todos e trevistas, notícias, contos, efeméri-
contribuir para que sintam orgulho des, fotografias, passatempos, ane-
na nossa Marinha. dotas, caricaturas, etc.. A toda esta
Olhando para trás, que comen- panóplia juntam-se, por vezes, ar-
tário nos oferece fazer sobre a Re- tigos teóricos de carácter pedagó-
vista? Primeiro que tudo, é que gico e, em alguns casos, tenta-se
trinta e tal anos é um período de mostrar a evolução das tecnolo-
tempo significativo, e a Revista gias inerentes aos novos sistemas
necessariamente teve que acom- e equipamentos dos navios.
panhar a evolução dos tempos e A Revista vive portanto da
modernizar-se. Acompanhando prestimosa acção dos seus cola-
as novas tecnologias, modificou boradores, que têm contribuído
o design do cabeçalho na capa, in- de forma notável para a boa ima-
troduziu um novo estilo gráfico, gem alcançada.
passou a imprimir todas as pá- Para galardoar anualmente os
ginas a cores e em papel couché, autores do melhor artigo e da me-
tornando-se assim mais apelati- lhor colaboração, foram instituídos
va. Por sua vez a renovação das em 1982 os prémios “Comandante
mentalidades, fruto dos novos Joaquim Costa” e “Almirante Ma-
tempos, e designadamente a nova nuel Pereira Crespo” que são en-
preparação das praças, fez mexer tregues em cerimónia especial por
nos conteúdos, mas mantendo ocasião do Dia da Marinha.
12 JUNHO 2004 U REVISTA DA ARMADA