Page 24 - Revista da Armada
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ABATE AO EFECTIVO



                              O N.R.P. “ROVUMA”
                              O N.R.P. “ROVUMA”


                                                    (1969-1999)

         O                                  missão em Angola,
                                              A prolongada co-
               N.R.P. “Rovuma” (P 1143) foi cons-
               truído no Arsenal do Alfeite e aumen-
               tado ao Efectivo dos Navios da Arma-
                                            país que então inte-
         da em 14 de Novembro de 1969. A cerimónia  grava o ex-ultramar
         de entrega à Marinha, teve lugar naquele Ar-  português, constitui-
         senal e foi presidida pelo CALM Francisco Fer-  -se como uma das
         rer Caeiro, Comandante Naval do Continente,  páginas mais brilhan-
         em representação do Ministro da Marinha. É  tes da história de trin-
         o quarto dos dez navios da classe “Cacine”.  ta anos de vida do
         O seu nome, tem origem no rio que separa  N.R.P. “Rovuma”. Em
         ao Norte, o estado de Moçambique, na altura  teatro de guerra, sem-
         província portuguesa, da Tanzânia.  pre a sua guarnição
           A guarnição foi sempre constituída por  soube resolver com
         3 oficiais, 6 sargentos e 24 praças e teve  “coragem, estoicismo
         como primeiro comandante, o 1º Tenente  e inteligência as ad-
         António José Fonseca Cavaleiro de Ferreira.  versidades e as sauda-  A navegar na costa portuguesa.
         Construído para operações de patrulha cos-  des próprias da grande
         teira e dos rios de Portugal em África, viria  distância da pátria e dos seus entes queridos”,  entanto, apesar dos números serem revelado-
         a efectuar, concomitantemente, um conjun-  como vários reconhecimentos bem atestam.  res da intensa taxa de operacionalidade, a ri-
         to de missões genericamente designadas de    O empenhamento variou entre o patrulha-  queza da sua história revela-se sobretudo pelas
         “serviço público ,” que compreendiam a fis-  mento da costa, a vigilância e escolta de navios  várias acções de salvamento de vidas humanas
         calização da pesca, a repressão do contra-  transatlânticos, o apoio a pequenas e grandes  no mar, algumas delas em situações dramáti-
         bando, a busca e salvamento, o controlo da  lanchas de desembarque, passando
         poluição no mar e o apoio às populações e  pelo transporte de pessoal e mate-  FLÂMULA HERÁLDICA
         organismos civis.                  rial, até a missões conjuntas com os
           Quando nos meses de Novembro e De-  outros ramos. Em síntese, uma verda-             Flâmula bandada
         zembro de 1969 realizou o seu primeiro Pla-  deira lição de profissionalismo e de      de quatro peças de
         no de Treino Básico  para adestramento da  orgulho para a Marinha e as Forças         prata e negro carre-
         guarnição na zona de Sesimbra e da penín-  Armadas.                                   gada a primeira com
         sula de Tróia, ficou desde logo o prenúncio   Em 16 de Março de 1975 regressou         uma cabeça de bas-
         de dias de glória, que efectivamente viriam a  a Portugal e a Lisboa. Com o terminus   tão gentílico antropo-
         ocorrer graças ao trabalho e dedicação das vá-  desta comissão, iniciou um período   mórfica de negro realçada de prata, separadas por
         rias guarnições que tiveram a honra de servir  de intensa actividade operacional,   listel de branco com a legenda em letras negras
         no navio. Em 5 de Fevereiro de 1970, iniciou  destacando-se as 16 comissões na   tipo elzevir N.R.P. “ROVUMA”.
         a sua primeira missão. Largou de Lisboa com  Zona Marítima da Madeira, uma co-
         destino a Angola sob condições meteorológi-  missão na Zona Marítima dos Açores, 70 cru-  cas e envoltas em inequívoca bravura dos seus
         cas bem adversas, tendo feito escala nos por-  zeiros ao longo de toda a costa continental e vá-  marinheiros, no apoio às populações, nomea-
         tos de S. Vicente (Cabo Verde), Bissau (Guiné)  rios exercícios conjuntos com outras unidades  damente na Zona Marítima da Madeira e, com
         e S. Tomé e Príncipe, antes de aproar à baía de  de que se realça o “Phibex 77 e 97”, o “Contex  lustre e brilho para o país, face ao seu perma-
         Luanda em 4 de Março do mês seguinte.  841 / 84”, o “Instrex 96” e o “Lusíada 97”. No  nente sentido e espírito de missão.
                                                                                 Em 15 de Março de 1999 e depois de mais
                                                                               de 26000 horas de navegação e 280000 milhas
                           COMANDANTES DO N.R.P. “ROVUMA”                      náuticas percorridas, o N.R.P. “Rovuma” atracou
                                                                               no cais 5 da B.N.L.. O ciclo estava fechado, para
           1º Tenente António José Fonseca Cavaleiro de Ferreira ...........................................14NOV69 a 18MAI72
           1º Tenente João Manuel Velho da Silva Dias ............................................................ 18MAI72 a 24JUN74  trás ficaram as façanhas, as histórias, e a saudade
           1º Tenente Carlos Alberto Nunes Ferreira ................................................................. 24JUN74 a 27MAI76  de tempos passados mas, o “ROVUMA”, per-
           1º Tenente António Carlos Nunes Carrilho Perlouro ..................................................27MAI76 a 09JAN78  manecerá de forma perene nos corações e na
           1ºTenente João Fernando Ferreira Martins ................................................................. 26JUN79 a 29SET80  memória das suas guarnições e de todos nós.
           1º Tenente José Inácio Batista Viegas ........................................................................29SET80 a 04NOV82  Por isso, a Marinha e o País agradecem ao
           1ºTenente Vítor Manuel Ferreira de Oliveira ...........................................................04NOV82 a 03DEZ84  N.R.P. “Rovuma” e a todos os que souberam
           1º Tenente Luís Manuel F. Macieira Fragoso .............................................................. 03DEZ84 a 25SET86  “...em perigos e guerras esforçados...”, ser di-
           1º Tenente Guilherme José Lucrécio Chambel ...........................................................25SET86 a 29JAN87  gnos continuadores dos ancestrais antepassa-
           1º Tenente Aníbal José Ramos Borges ....................................................................... 15DEZ88 a 04SET89  dos e levar longe o nome de Portugal e de tão
           Capitão-Tenente José A.F. de Vasconcelos ..................................................................04SET89 a 05FEV91  prestigiado navio.
           1º Tenente Rui César B.R. do Nascimento ..................................................................05FEV91 a 27JUL92
           1º Tenente Paulo José de A. Borges Gaspar ..............................................................27JUL92 a 17AGO94  (Passou em 29 de Fevereiro de 2000 ao estado
           1º Tenente Alexandre Manuel Ribeiro Cartaxo ........................................................ 17AGO94 a 09JAN95  de desarmamento e em 01 de Agosto de 2003 foi
           1º Tenente Vítor M. Martins dos Santos .................................................................... 19OUT95 a 24SET97  abatido ao Efectivo dos Navios da Armada).
           1º Tenente Eduardo Jorge M. Domingues .................................................................. 24SET97a 15MAR99  Z
                                                                                    (Colaboração da Esquadrilha de Navios Patrulhas)

         22  JANEIRO 2004 U REVISTA DA ARMADA
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