Page 54 - Revista da Armada
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formação técnico-profissional é feita antes de se outros oficiais que venham a desempenhar es- capaz de afectar a performance de cada tipo
avançar para o CITAN. tas funções nas «João Belo», «Vasco da Gama» de navio presente (excepto, claro, os agitados
A diversidade de cursos ministráveis dá res- e no «Bérrio». Em grupos de dois ou três por movimentos da plataforma (17)).
posta às diferentes solicitações operacionais do cubículo e aí assistidos por um cabo ou sargen- No final, observar na tela do amplo Auditório,
Comando Naval com que se coordena os que, to, na circunstância era a primeira vez que os o desenrolar das acções pode obrigar a muita
no mar, envolvem meios navais e/ou aéreos (da aspirantes de Marinha e os de Administração humildade, bom senso e capacidade de auto-
Marinha e/ou da FAP – MPAs (Maritime Patrol Naval e das Engenharias, se confrontavam com crítica e espera-se muito «fair-play» (18). Mas é
Aircrafts) na ASW (Anti Submarine Warfare) o “cérebro”, desde 1987, do CITAN, o simula- dessa análise que se retira a experiência de que
e Caças na AWW (Above Water todos irão aproveitar.
Warfare) - e de Serviço Público da Quando um exercício envol-
Armada como os de Fiscalização ve dois navios, um submarino e
das Pescas que envolvem forma- um ou dois helicópteros está-se
dores civis dessa área. perante profissionais já rodados e
Na Sala do Chão Táctico, onde naturalmente os titubiantes alinha-
uma situação como a do Adriático mentos da formatura e acertos da
pôde ser analisada, envolta, ago- distância a cada «Turn» ou «Cor-
ra, na mais completa escuridão, pen» são já assunto arrumado.
escutámos uma aula de Treino Agora é a coordenação da patru-
de Reconhecimento e Identifica- lha, da detecção, da designação e
ção Visual, na sequência do Cur- do ataque que contam.
so de Treino de Vigias, em que se Foi o que aconteceu com a «Ca-
tratava não da mera informação pelo» e a «Sacadura» face a um
do posicionamento e interpreta- submarino ex-soviético. Neste, a
ção do tipo e movimento de um A “bordo” dum submarino ... ex-soviético. baixa velocidade – 3 nós (menor
avistamento mas da sua comple- ruído e consumo de baterias)- e a
ta e rigorosa classificação. Servia de base a dor ASTT (Action Speed Tactical Trainer), um PPI 100 m de profundidade, ia-se em «Escuta (hi-
imagem duma fragata facilmente identificável e respectiva «Track Ball» e botão, o VDU (Vi- drofónica) Passiva» marcando os azimutes dos
com as – MEKO – que equipa sete Marinhas, sual Display Units), os dois MFKs (Multi Func- alvos à superfície, os S1, S2 ... Sn que um sar-
uma delas dispondo de duas classes do mesmo tion Key – o teclado sensitivo de comandos, um gento ETS (19) vai registando na Mesa, subindo
conceito alemão, exactamente a da Turquia. A de manobra de plataforma e outro das Armas e ocasionalmente à cota do APV (retomando o
pouco e pouco foram sendo assinaladas as li- Equipamentos), os dois Painéis de Comunica- francês dos «Albacora» - Antenne Periscopique
geiríssimas diferenças entre as classes «Yavuz» ções e as suas chaves de selecção de circuito de Veille) para determinação Radar, só nessas
e «Barbaros» (13). Externo/Interno. Embora uns com a matéria mais direcções, das suas distâncias e avaliação do
Interessante é também o facto de as Regras fresca e um maior à-vontade, ambos os grupos panorama táctico e, no caso, voltar a descer.
para Evitar Abalroamentos se terem tornado rapidamente se apropriaram dos pequenos se- «Rumo 3-5-0!» ... «3-4-7, vai para 3-5-0 ... 3-
preocupação significativa no âmbito da própria gredos da operação (15). 5-0, no caminho!».
NATO e matéria de um dos cursos aqui minis- Esta é certamente a mais apaixonante abor- Captada uma msg dum «Portuguese War-
trados. A complementar o simulador existente dagem ao CITAN. As capacidades do ASTT são ship»: «You are violating the safety zone – turn
na Escola Naval (ver RA Nº 341) iniciaram-se inúmeras mas já não satisfazem plenamente as away. If you don’t complain you will be conside-
já, na ala norte do CITAN, as obras do edifício actuais necessidades (16). red hostile. Over!» Ao nosso silêncio segue-se
onde será instalado, em 2004, o SIMulador de De facto, pode ali simular-se a presença de o ataque: «Leme a meio ... Governa assim! A 6
Radar de NAVegação e Manobra (SIMNAV) que mil veículos, ... 650 armas de diversos tipos, ... nós, à cota de 130 m» (300 m é o máximo) para
da «ponte» dum navio permitirá baixo da Camada Batitermográfica
treinar a navegação, com e sem vi- (20) ou, porque não, dum ... mer-
sibilidade, em áreas muito concor- cantão. A 1 milha náutica (21) é
ridas e na saída/entrada de portos, detectado um torpedo a que, com
as manobras comuns como as de outro, se riposta de pronto...
largada/atracação e as específicas À superfície tinha-se começado
das Marinhas de Guerra como as por uma «Formatura Y – Rumo 0-
evoluções em formatura e o rea- 0-5 – Distância entre navios 7.000
bastecimento a navegar (RAS – Re- Jardas ... Immediate Execute!» e os
plenishment At Sea) (14). ecos dos navios movem-no PPI
Na sala do CTT decorria, me- para as posições em linha. Se-
nos excitante mas mais exigente, gue-se um zig-zag de «Bordear
o treino individual de Controlador Estreito» e no CO, dois oficiais e
de Helicópteros de um marinheiro 15 mulheres e homens, sargentos
assistido, no seu posto por um sar- e praças, apenas se continuam a
gento e, numa cabina de controlo, ouvir a cada introdução nas MFK,
supervisionado pelo sargento ins- os «piin..!» e o silêncio entrecor-
trutor que ia injectando dados e No “CO” da «Sacadura Cabral». tado pelas incisivas ordens do Ofi-
aguardando a reacção radiotelefó- cial Táctico.
nica do instruendo que de olhos postos no PPI 220 contramedidas, ... 72 canais de comuni- Mais tarde, depois do assinalar do eco do
atentamente o monitorava. Dadas as condições cação, ... e executar, nos 12 cubículos/navios submarino e do «Datum Update» do seu últi-
de operação de helicópteros embarcados, esta (10 COs elementares e dois para navios em fun- mo eco, pois acaba de se esconder, é assumida
instrução, até 1998 ministrada no Reino Unido, ções de Comando de Grupo Tarefa, CGT/CTG – uma Search and Attack Unit (SAU) e, a prevenir,
é depois avaliada em rigorosíssimo exame. Commander Task Group) «personalizados» em activa-se em «Short Stay» o roncador (22). Con-
O Curso de Actualização de Táctica Naval de termos dos meios de que cada unidade dispõe, firmando-se «O eco 1405 é um submarino!»
Ponte, para oficiais de quarto à ponte envolve até três exercícios controlados em simultâneo definem-se rapidamente os Sectores de ataque
tanto aspirantes (5º ano) da Escola Naval como no seu Centro, e em ambiente Meteorológico e, oportunamente, é lançado um torpedo, mas
16 FEVEREIRO 2004 U REVISTA DA ARMADA