Page 300 - Revista da Armada

O N.R.P. “Vasco da Gama” conclui a atribuíção à NATO
O N.R.P. “Vasco da Gama” conclui a atribuíção à NATO

Integrada na SNMG1 desde o passado dia 18 de conjunto de navios de diferentes origens e onde aproveitada pela guarnição para rever os seus
Janeiro, a “Vasco da Gama” regressou a Lisboa se verificam normalmente significativas diferen- familiares e que serviu também para prepara-
no início de Julho concluindo a sua integração ças de procedimentos. ção do exercício seguinte “Maritime Electronic
nesta prestigiada Força de Reacção Imediata Concluído o DISTEX e depois de uma noite Warfare Trials” (EW TRIALS).
da Aliança Atlântica. Neste período participou aproveitada para descansar e preparar a tirada No dia 14 de Maio e momentos antes da For-
na Operação Active Endeavour, , nos exer- seguinte, a Força largou na manhã seguinte, re- ça largar de Leixões com destino à Base Naval
cícios SQUADEX 5-06, WORK UPS NOTG, tomando o seu programa de treino. de Rota (Espanha), o Comandante da SNMG1
BRILLIANT MARINER 06, SWORDFISH 06, O próximo porto de escala seria Lisboa onde Comodoro Denis Rouleau, visitou a Vasco da
MARITIME ELECTRONIC WARFARE TRIALS e viríamos a permanecer quatro dias com o objecti- Gama com o objectivo de homenagear os mi-
STEADFAST JAGUAR 06, tendo navegado um vo de preparar o Swordfish 06 (SF 06) que, como litares que prestaram auxílio a um cidadão Ale-
total de 2145 horas, correspondendo a uma foi sobejamente divulgado, consiste num exercí- mão no porto de Willelmshaven. O Comodoro
taxa de navegação de 55% e percorrendo cer- cio programado e dirigido pelo Comando Naval, Denis Rouleau proferiu elogiosas palavras aos
ca de 27 150 milhas. contando normalmente com a participação de elementos envolvidos nos acontecimentos no
meios navais e aéreos de vários países aliados. porto Alemão e manifestou o orgulho de ter na
oncluído o período de seis meses em Além de se tratar de um exercício aeronaval sua Força um navio que é caracterizado, não só
que o N.R.P. “Vasco da Gama” esteve de grande envergadura, o SF 06 continha ain- pelo seu nível de desempenho e profissionalis-
Catribuído à SNMG1, tendo atracado na da um aliciante operacional, inédito nas nossas mo, mas também pelo espírito de cidadania dos
Base Naval de Lisboa em 01 de Julho p.p., pre- águas e que consistia numa “série” para testar e elementos que constituem a sua guarnição.
tende-se com este quarto e último artigo des- treinar o lançamento de mísseis antiaéreos do A Força atracou em Rota em 16 de Maio para
crever a fase correspondente participar nos “EW TRIALS”.
aos últimos dois meses des- Estes testes, realizados anual-
ta longa missão, retomando mente sob a égide do NATO
para isso o momento da lar- Special Working Group 4, têm
gada de Wilhelmshaven em como objectivo testar e avaliar
17 de Abril. o desempenho dos sistemas e
Com efeito, e depois de contra-medidas de guerra elec-
uma paragem forçada naque- trónica instalados nos navios e
le porto alemão, decorrente aeronaves, ao que foram adi-
de uma complexa avaria na cionados alguns objectivos na-
caixa redutora de estibordo, cionais, tendo em vista a vali-
cuja reparação foi realizada dação de técnicas e tácticas de
em tempo recorde, o navio utilização do sistema APECS II
reuniu-se novamente com a e das novas munições combi-
Força que entretanto tinha ter- nadas de chaff e engodos in-
minado uma visita de rotina ao porto de Antuér- tipo Sea Sparrow e Standard SM-1, dos quais fra-vermelhos (Bullfighter), que irão equipar as
pia na Bélgica. se esperava obter preciosos elementos de infor- fragatas da classe “Vasco da Gama”.
Seguiu-se o trânsito em direcção a Ply mouth mação, bem como testar as suas capacidades Os “EW TRIALS” decorreram no período de
no Sul de Inglaterra, águas bem conhecidas da e eficácia quando disparados contra um alvo 16 a 24 de Maio, com um ambicioso progra-
“Vasco da Gama” e que trazem à memória o de superfície. ma de testes, que permitiram obter um vasto
treino operacional no FOST (Flag Officer Sea Para o efeito foi utilizado o casco do ex- conjunto de dados, actualmente alvo de aná-
Training) concluído no passado mês de De- -N.R.P. “Limpopo”, o qual foi rebocado pelo lise pelas equipas de especialistas da NATO e
zembro. N.R.P. “Pereira D’Eça” para a posição aonde dos diversos Estados participantes. As conclu-
Desta vez, sem os “Sea Riders” (elementos viria a decorrer o exercício. sões obtidas serão posteriormente incorporadas
das equipas de avaliação), os exercícios foram No sentido de testar a doutrina de empre- como doutrina de emprego táctico dos sistemas,
bem menos causadores de stress, embora en- go táctico do míssil Nato Sea Sparrow contra melhorando-se assim de forma significativa a ca-
carados com o mesmo sentido de responsabi- uma alvo de superfície do tipo FPB (Fast Patrol pacidade de defesa anti-míssil das forças navais
lidade e espírito de missão. Como não poderia Boat), bem como a capacidade de resposta do e dos navios isolados.
deixar de ser, o navio integrou um cenário ope- navio perante esta ameaça, foi criado um ce- Em 24 de Maio os navios da SNMG1 fi-
racional de uma “guerra de quinta-feira”, a que nário táctico representativo de uma situação zeram-se ao mar, tendo Cartagena (Espanha)
se seguiu uma visita à Base Naval de Denvon- passível de ser encontrada no cumprimento como próximo porto de destino para uma es-
port, onde reencontrámos alguns dos nossos das missões para as quais estas fragatas estão cala de rotina.
ex-avaliadores ingleses. vocacionadas. A curta estadia no porto de Cartagena (26-28
O objectivo desta visita não era descansar, Este teste, constou da simulação de um ata- MAI), pautou-se mais uma vez pela cortesia da
muito pelo contrário, esperava-nos a partici- que por uma embarcação rápida, tendo o na- Marinha Espanhola.
pação num exercício DISTEX (Disater Relief vio reagido e disparado um míssil Sea-Sparrow, A Força largou de Cartagena em 28 Maio
Exercise), cujo cenário consiste numa aldeia que, por avaria numa das suas referências, viria com destino às aguas portuguesas, para efectuar
em escombros, recentemente vitima de uma a errar o alvo por alguns metros. um exercício de apoio a uma população sinis-
catástrofe natural à qual vai ser prestada ajuda Após este lançamento seguiram-se os dis- trada (DISTEX) nas instalações navais de Tróia.
humanitária por uma Força Naval. paros de dois mísseis Sea Sparrow pela fragata Este exercício decorreu em 31 de Maio reve-
Embora o cenário fosse em tudo idêntico alemã FGS “Mecklenburg-Vorpormmern” e dois lando ser uma excelente oportunidade de treino
àquele que tínhamos treinado uns meses atrás, disparos de mísseis Standard SM-1 por parte da para a Força, na medida em que permitiu pôr
há sempre novos episódios, novas necessidades fragata espanhola SPS “Canárias”, estes últimos em prática os ensinamentos obtidos do Staff do
e desafios. Como seria de esperar foram tirados provocando o afundamento do alvo. Flag Officer Sea Training, por ocasião do DIS-
vários ensinamentos em termos de organização Após a conclusão do exercício SF 06, os na- TEX realizado em Plymouth.
e coordenação da acção neste tipo de situações, vios rumaram para o porto de Leixões para uma Em 01 de Junho a Força suspendeu do Estuá-
particularmente por ter sido praticado por um merecida paragem de fim-de-semana, que foi rio do Sado e iniciou o trânsito em direcção ao

10 SETEMBRO/OUTUBRO 2006 U REVISTA DA ARMADA