Page 7 - Revista da Armada
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ALMIRANTE
Fernando José Ribeiro de Melo Gomes
Chefe do Estado-Maior da Armada
O Almirante Fernando José Ribeiro de Melo Gomes ingressou na Escola
Naval em 1965.
Especializado em comunicações, embarcou em diversos navios e co-
mandou dois draga-minas, uma corveta e a fragata “Corte-Real”. Participou
em exercícios nacionais e internacionais e em quatro integrações na Força
Naval Permanente do Atlântico da NATO (STANAVFORLANT), incluindo
duas operações: Sharp Guard, onde acumulou funções de “flag-captain” e
Active Endeavour, como Comandante da Força.
Em terra, serviu no Ultramar, na Guiné, no Centro de Instrução de Táctica
Naval, no Estado-Maior da Armada, na Casa Militar da Presidência da Repú-
blica e no Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada.
Como Comandante do Grupo-Tarefa Português, entre 1997 e 1999, coman-
dou diversos exercícios no mar, bem como uma operação real de evacuação
de civis na Guiné-Bissau, em 1998, durante a qual foram resgatados 1237
cidadãos de 33 nacionalidades. Em 1999, comandou a EUROMARFOR.
Comandou a STANAVFORLANT entre Março de 2001 e Abril de 2002,
tendo a força sido empregue, pela primeira vez, ao abrigo do artigo V do Tra-
tado de Washington. Em Junho de 2002, foi nomeado 2º Comandante Naval
e Comandante da Flotilha. Entre Abril de 2004 e Novembro de 2005, exerceu
o cargo de 2º Comandante do Comando Aliado Conjunto de Lisboa.
Em 28 de Novembro de 2005 foi promovido a Almirante e tomou posse
como Chefe do Estado-Maior da Armada.
O Almirante Melo Gomes foi agraciado com diversas condecorações,
entre as quais sete Medalhas Militares de Serviços Distintos (duas de ouro),
a Medalha de Mérito Militar, a Cruz Naval e a Medalha Comemorativa das
Campanhas (Guiné). Possui outras condecorações de diversas nações.
O Almirante Melo Gomes é casado com Maria Eugénia. O casal tem
duas filhas.
Mensagem do Almirante
Chefe do Estado-Maior da Armada
à Marinha
m primeiro lugar quero dirigir uma pa- dificuldades que esse esforço repre- vés de uma delegação de competências que
lavra de agradecimento pessoal ao Sr. senta para cada português. A Marinha potencie a descentralização da execução ao
EAlmirante Vidal Abreu que fez a fineza não é, nem poderia ser, uma excepção. mesmo tempo que garanta o controlo cen-
de estar presente nesta cerimónia. É uma hon- As dificuldades com que nos debatemos não tralizado. Só deste modo, penso, nos pode-
ra ter o Sr. Almirante aqui na Casa da Balança serão um fenómeno passageiro. remos libertar do espartilho do quotidiano
hoje, pelo que isso representa no domínio ins- Mas sempre soubemos ultrapassar situa- para focalizarmos o pensamento no futuro e
titucional e também pessoal. Muito obrigado, ções mais difíceis ao longo de uma história na interacção com o que nos rodeia.
Sr. Almirante, pela sua presença. de séculos que é a nossa identidade. A entidade mítica e auto-suficiente que re-
Em segundo lugar, quero agradecer a to- Temos assim que procurar soluções ino- solvia todos os problemas internos e exter-
dos os que fizeram questão de aqui estar a vadoras que permitam, com “talent de bien nos, aquém e além mar, já não existe, nem
receber-me nesta ocasião de grande simbolis- faire”, cumprir a nobre missão que nos está sequer no imaginário da maioria dos mari-
mo para a nossa Marinha e para mim. Muito atribuída, que é - tão simplesmente - a defesa nheiros do século XXI.
obrigado a todos. dos interesses de Portugal no mar. A Marinha de hoje, tem de ser uma ins-
Dirijo-me nesta ocasião, a todos os que como É minha firme intenção fazê-lo convos- tituição moderna, integrada na sociedade
eu servem a Marinha e o País, com um propó- co. A modernização da Marinha é um im- que serve e donde provém, pautada pelo
sito bem definido: dizer-vos o que penso sobre perativo nacional. Terá que ser feita com as rigor, pela norma e pela interdependência,
o que é necessário fazermos nos próximos três pessoas que a servem, aquelas que lhe dão visando um bem maior, ao serviço do País.
anos para continuarmos a dignificar a institui- o seu melhor em cada dia. Não tenhamos A estratégia passa, sobretudo, pela adapta-
ção a que nos orgulhamos de pertencer. dúvidas. Tal como nos navios, será apenas ção das organizações às mudanças estrutu-
pelo conjunto que nos poderemos afirmar! rais do ambiente.
Marinheiros,
É o conjunto que vale, pelo que cada um, ao É isso que temos de fazer.
Portugal vive um momento difícil. seu nível, terá que cumprir a sua tarefa. Ten- Em regra, as operações e envolvimentos
Todos sabemos o que o País está a fa- ciono iniciar este processo ao nível mais ele- das Forças Armadas no presente e no fu-
zer para recuperar desta situação e as vado, da chefia superior da Marinha, atra- turo serão conjuntas. Contribuiremos para
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