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O BLD no Exercício “TÁCTICO C 05”
         O BLD no Exercício “TÁCTICO C 05”

                            – Missão fora do Território Nacional –

               e 29 de Junho a 05 de Julho, decorreu  dida sensivelmente entre o Rio Arade –  Por-  através da activação de meios de vigilância do
               no Algarve, Portimão, Mata Nacional  timão e Barão de S. João – Lagos, 539 ele-  campo de batalha, de equipas de reconheci-
         Dde Barão de S. João e zonas adjacentes  mentos e 51 viaturas tácticas, com autonomia  mento e da condução de patrulhas de presen-
         - o exercício “TÁCTICO C 05” sendo, para o  logística.                ça e de combate.
         efeito, activado o Batalhão Ligeiro de Desem-  Para criar as condições iniciais de entrada na   No decorrer do exercício, estiveram presen-
         barque (BLD) sob o comando do CFR FZ Tei-  Área de Operações foi activada a TU 443.24.01  tes diversas entidades, realçando-se a passagem
         xeira Moreira e constituído pelas CF 22, CF 23,                       pelo Posto de Comando, do Ministro da Agri-
         Pelotões de Reconhecimento, Morteiros, Anti-                          cultura, Dr. Jaime Silva, integrada no programa
         Carro e de Polícia Naval e pelo Elemento de                           de reflorestação da área ardida entre Vila do
         Apoio de Serv. em Combate (EASC).                                     Bispo e Monchique e,  no âmbito da actividade
           O BLD, que neste exercício recebeu o desig-                         da TU, a presença do CN, VALM Silva da Fon-
         nador operacional TU 443.30.02, é uma for-                            seca, do CCF, CALM Vargas de Matos, do DSP,
         ça-tarefa FT de escalão batalhão, e que con-                          CALM Correia Gonçalves, da Vice-Presidente
         templa, para além de uma estrutura própria                            do Conselho Nacional do Planeamento Civil de
         de comando, a agregação de pessoal e meios                            Emergência, Dra. Maria Figueirinhas, do Chefe
         operacionais das UFZ’z, bem como os servi-                            de Gab. em representação do Gov. Civil de Faro,
         ços para apoio em combate.                                            Dr. Ventura Pina, do Presidente da C. M. de La-
           Complementarmente foi constituído uma                               gos, Sr. Monteiro Barroso,  entre outros.
         Direcção do Exercício (DISTAFF) responsá-                               O empenho e profissionalismo de todos os
         vel pelas actividades de planeamento, pre-                            elementos envolvidos na preparação e execu-
         paração e condução que, pela primeira vez,                            ção do exercício, na persecução dos objectivos
         englobou equipas de avaliação de natureza                             definidos, permitiu confirmar:
         operacional e técnica, materializando o novo                            - A adequabilidade da estrutura modular
         sistema de avaliação das Unidades e Forças                            do BLD para a actual tipologia de missões e a
         de FZ’s. Para materializar a população de                             sua flexibilidade organizacional para emprego
         Brownland – nome fictício do País onde de-                             operacional como Initial Entry Force;
         correu a acção – e os elementos combatentes                             - O Destacamento HUMINT (DHUMINT)
         que se opunham à acção do BLD, foi empe-                              atingiu a sua capacidade operacional inicial
         nhada a CF 21 como força de cenário.                                  (Initial Operational Capability – IOC);
           O exercício constituiu-se como corolário de                           - A capacidade de roteamento de todo o trá-
         um ciclo de treino iniciado a partir de NOV04  constituída pelos NRP “Sacadura Cabral”, NRP  fego de mensagens, para ligação do BLD ao
         que compreendeu um conjunto de acções de  “António Enes” e por uma Força de Desembar-  escalão superior, em missões fora do Território
         treino dedicadas aos diversos elementos das  que de escalão companhia que recebeu as in-  Nacional, via ERN de Algés;
         FT tendo como objectivo principal a opera-  formações do Pelotão de Reconhecimento e   - As vantagens do processo de planeamen-
         cionalização da estrutura prevista na moderna  que, através de um desembarque nocturno,  to rápido em uso na NATO (Rapid Response
         doutrina aplicável às forças de Fuzileiros. As  garantiu a segurança de um porto (Seaport of  Planning Process – R2P2);
         áreas prioritárias foram as associadas ao Co-  Debarkation – SPOD) em PANPORTIMÃO e   - A evolução muito positiva nas capacidades
         mando e Controlo (C2), ao Apoio de Serviços  de um sector de desembarque.   do EASC de sustentar logisticamente uma FT
         em Combate, ao tiro de combate, ao comba-  O restante BLD entrou na Área de Opera-  de escalão batalhão;
         te nocturno, ao combate em áreas edificadas  ções a partir de zonas de reunião tendo ocu-  - A consolidação das TTP referentes às mis-
         e à projecção anfíbia além da linha do hori-  pado e garantido a vigilância e defesa de um  sões de gestão de crises e de ajuda humanitá-
         zonte (OTH).                       aeroporto (Airport of Debarkation – APOD),  ria de emergência.
           O cenário visava o treino e avaliação do BLD  simulado na Mata Nacional de Barão de   O exercício foi ainda uma excelente oportuni-
         nas seguintes áreas:               S. João. Foram ainda executadas as seguin-  dade para recolher um conjunto de lições e con-
           - Comando e Controlo (C2), onde se in-  tes actividades:            tributos fundamentais para a orientação do esfor-
         cluíram pela primeira vez as actividades de   - Realização de um conjunto de acções, ten-  ço de treino, nomeadamente na áreas do C2 e do
         recolha de informações por fontes humanas  do em vista a chegada da restante força mul-  Apoio de Serv. em Combate e para orientação do
         (HUMINT) e o recurso a técnicas visando in-  tinacional (INTERFOR) – nome fictício para  programa de reequipamento do C. Fz’s.
         fluenciar os comportamentos e as atitudes das  efeitos de exercício – designadas na nomencla-  A realização do exercício numa área dife-
         pessoas (INFOOPS);                 tura da NATO por: Reception, Staging, Onward  rente da habitual – Herdade de Pinheiro da
           - Apoio de Serviços em Combate na execu-  Movement & Integration (RSOM&I);  Cruz – e francamente mais afastada da B. Fz’s,
         ção de missões fora do TN;           - Controlo das vias de comunicação terres-  a conjugação com o treino da componente
           - Avaliação das tácticas, técnicas e procedi-  tres (Lines Of Communication – LOC);  naval da FRI numa perspectiva de rentabiliza-
         mentos (TTP) inerentes às operações de gestão   - Acções de ajuda humanitária de emer-  ção de recursos, proporcionou um interesse
         de crises e de ajuda humanitária de emergên-  gência coordenadas pela célula de assuntos  acrescido e novos desafios nas fases de planea-
         cia a serem conduzidas sem apoio da nação  civis (CIMIC);             mento e execução.
         hospedeira (Initial Entry Operation – IEO);  - Activado e operado um Centro de Controlo   A concluir uma palavra especial para a for-
           - Treinar a componente naval da Força Por-  de Evacuados (CCE) que apoiou deslocados;  ma calorosa, amável, pró-activa e cooperante
         tuguesa de Reacção Imediata (FRI); e  - Conduzidas acções com o objectivo de  como nos sentimos recebidos pela população
           - Executar as tarefas inerentes à preparação  estabilizar a situação de segurança e apoiar as  e pelas autoridades locais.
         da força para nova missão (redeployment).  autoridades locais (Stability and Support Ope-             Z
           Estiveram na área de operações, compreen-  rations – SASO) em toda a Área de Operações   (Colaboração do CCF)

         10  JANEIRO 2006 U REVISTA DA ARMADA
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