Page 12 - Revista da Armada
P. 12
O BLD no Exercício “TÁCTICO C 05”
O BLD no Exercício “TÁCTICO C 05”
– Missão fora do Território Nacional –
e 29 de Junho a 05 de Julho, decorreu dida sensivelmente entre o Rio Arade – Por- através da activação de meios de vigilância do
no Algarve, Portimão, Mata Nacional timão e Barão de S. João – Lagos, 539 ele- campo de batalha, de equipas de reconheci-
Dde Barão de S. João e zonas adjacentes mentos e 51 viaturas tácticas, com autonomia mento e da condução de patrulhas de presen-
- o exercício “TÁCTICO C 05” sendo, para o logística. ça e de combate.
efeito, activado o Batalhão Ligeiro de Desem- Para criar as condições iniciais de entrada na No decorrer do exercício, estiveram presen-
barque (BLD) sob o comando do CFR FZ Tei- Área de Operações foi activada a TU 443.24.01 tes diversas entidades, realçando-se a passagem
xeira Moreira e constituído pelas CF 22, CF 23, pelo Posto de Comando, do Ministro da Agri-
Pelotões de Reconhecimento, Morteiros, Anti- cultura, Dr. Jaime Silva, integrada no programa
Carro e de Polícia Naval e pelo Elemento de de reflorestação da área ardida entre Vila do
Apoio de Serv. em Combate (EASC). Bispo e Monchique e, no âmbito da actividade
O BLD, que neste exercício recebeu o desig- da TU, a presença do CN, VALM Silva da Fon-
nador operacional TU 443.30.02, é uma for- seca, do CCF, CALM Vargas de Matos, do DSP,
ça-tarefa FT de escalão batalhão, e que con- CALM Correia Gonçalves, da Vice-Presidente
templa, para além de uma estrutura própria do Conselho Nacional do Planeamento Civil de
de comando, a agregação de pessoal e meios Emergência, Dra. Maria Figueirinhas, do Chefe
operacionais das UFZ’z, bem como os servi- de Gab. em representação do Gov. Civil de Faro,
ços para apoio em combate. Dr. Ventura Pina, do Presidente da C. M. de La-
Complementarmente foi constituído uma gos, Sr. Monteiro Barroso, entre outros.
Direcção do Exercício (DISTAFF) responsá- O empenho e profissionalismo de todos os
vel pelas actividades de planeamento, pre- elementos envolvidos na preparação e execu-
paração e condução que, pela primeira vez, ção do exercício, na persecução dos objectivos
englobou equipas de avaliação de natureza definidos, permitiu confirmar:
operacional e técnica, materializando o novo - A adequabilidade da estrutura modular
sistema de avaliação das Unidades e Forças do BLD para a actual tipologia de missões e a
de FZ’s. Para materializar a população de sua flexibilidade organizacional para emprego
Brownland – nome fictício do País onde de- operacional como Initial Entry Force;
correu a acção – e os elementos combatentes - O Destacamento HUMINT (DHUMINT)
que se opunham à acção do BLD, foi empe- atingiu a sua capacidade operacional inicial
nhada a CF 21 como força de cenário. (Initial Operational Capability – IOC);
O exercício constituiu-se como corolário de - A capacidade de roteamento de todo o trá-
um ciclo de treino iniciado a partir de NOV04 constituída pelos NRP “Sacadura Cabral”, NRP fego de mensagens, para ligação do BLD ao
que compreendeu um conjunto de acções de “António Enes” e por uma Força de Desembar- escalão superior, em missões fora do Território
treino dedicadas aos diversos elementos das que de escalão companhia que recebeu as in- Nacional, via ERN de Algés;
FT tendo como objectivo principal a opera- formações do Pelotão de Reconhecimento e - As vantagens do processo de planeamen-
cionalização da estrutura prevista na moderna que, através de um desembarque nocturno, to rápido em uso na NATO (Rapid Response
doutrina aplicável às forças de Fuzileiros. As garantiu a segurança de um porto (Seaport of Planning Process – R2P2);
áreas prioritárias foram as associadas ao Co- Debarkation – SPOD) em PANPORTIMÃO e - A evolução muito positiva nas capacidades
mando e Controlo (C2), ao Apoio de Serviços de um sector de desembarque. do EASC de sustentar logisticamente uma FT
em Combate, ao tiro de combate, ao comba- O restante BLD entrou na Área de Opera- de escalão batalhão;
te nocturno, ao combate em áreas edificadas ções a partir de zonas de reunião tendo ocu- - A consolidação das TTP referentes às mis-
e à projecção anfíbia além da linha do hori- pado e garantido a vigilância e defesa de um sões de gestão de crises e de ajuda humanitá-
zonte (OTH). aeroporto (Airport of Debarkation – APOD), ria de emergência.
O cenário visava o treino e avaliação do BLD simulado na Mata Nacional de Barão de O exercício foi ainda uma excelente oportuni-
nas seguintes áreas: S. João. Foram ainda executadas as seguin- dade para recolher um conjunto de lições e con-
- Comando e Controlo (C2), onde se in- tes actividades: tributos fundamentais para a orientação do esfor-
cluíram pela primeira vez as actividades de - Realização de um conjunto de acções, ten- ço de treino, nomeadamente na áreas do C2 e do
recolha de informações por fontes humanas do em vista a chegada da restante força mul- Apoio de Serv. em Combate e para orientação do
(HUMINT) e o recurso a técnicas visando in- tinacional (INTERFOR) – nome fictício para programa de reequipamento do C. Fz’s.
fluenciar os comportamentos e as atitudes das efeitos de exercício – designadas na nomencla- A realização do exercício numa área dife-
pessoas (INFOOPS); tura da NATO por: Reception, Staging, Onward rente da habitual – Herdade de Pinheiro da
- Apoio de Serviços em Combate na execu- Movement & Integration (RSOM&I); Cruz – e francamente mais afastada da B. Fz’s,
ção de missões fora do TN; - Controlo das vias de comunicação terres- a conjugação com o treino da componente
- Avaliação das tácticas, técnicas e procedi- tres (Lines Of Communication – LOC); naval da FRI numa perspectiva de rentabiliza-
mentos (TTP) inerentes às operações de gestão - Acções de ajuda humanitária de emer- ção de recursos, proporcionou um interesse
de crises e de ajuda humanitária de emergên- gência coordenadas pela célula de assuntos acrescido e novos desafios nas fases de planea-
cia a serem conduzidas sem apoio da nação civis (CIMIC); mento e execução.
hospedeira (Initial Entry Operation – IEO); - Activado e operado um Centro de Controlo A concluir uma palavra especial para a for-
- Treinar a componente naval da Força Por- de Evacuados (CCE) que apoiou deslocados; ma calorosa, amável, pró-activa e cooperante
tuguesa de Reacção Imediata (FRI); e - Conduzidas acções com o objectivo de como nos sentimos recebidos pela população
- Executar as tarefas inerentes à preparação estabilizar a situação de segurança e apoiar as e pelas autoridades locais.
da força para nova missão (redeployment). autoridades locais (Stability and Support Ope- Z
Estiveram na área de operações, compreen- rations – SASO) em toda a Área de Operações (Colaboração do CCF)
10 JANEIRO 2006 U REVISTA DA ARMADA