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            “A implementação do Automatic Identification System
            “A implementação do Automatic Identification System
                  e o seu contributo para a segurança marítima”
                   e o seu contributo para a segurança marítima”
              ealizou-se no passado dia 25 de Janeiro  palestra “Descrição do sistema AIS”, apresen-  nal do AIS”, moderado pelo CMG Gouveia
              de 2007, no auditório do Comando do  tando o sistema e os seus princípios de funcio-  e Melo, Comandante do N.R.P. “Vasco da
         RCorpo de Fuzileiros o seminário patro-  namento, identificando a forma como é feita  Gama”, intervieram mais uma vez diversos
         cinado pelo Comando Naval, “A implementa-  a troca de informação e qual é o desenvolvi-  palestrantes, iniciando o CFR Salvado de Fi-
         ção do AIS e o seu contributo para a segurança  mento futuro previsto, listando, na perspectiva  gueiredo, da Escola Naval – Departamento
         marítima”, no qual participaram representantes  do oficial de quarto, quais são as vantagens  de Formação de Marinha, que apresentou “A
         dos diversos organismos da Marinha e delega-  e as limitações operacionais do sistema e a   implementação do AIS numa FFGH na Ope-
         ções do IPTM, FAP e GNR.           perspectiva da sua integração no panorama  ração ACTIVE ENDEAVOUR”.. Esta apre-
           O seminário teve por finalidade suscitar  nacional. No final, apresentou o projecto MA-  sentação retratou e avaliou a forma como
         a partilha do conhecimento existente e dos  CAIS  (rede AIS da MACARONÉSIA).  o sistema foi pela primeira vez instalado a
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         desafios relacionados com a implementação   Seguiu-se uma palestra proferida pelo  bordo de um navio da Marinha, no N.R.P.
         do AIS na Marinha, por forma a consolidar o  CFR EMA Alves Francisco, do Estado-Maior  “Côrte-Real”, onde desempenhava então as
         conhecimento genérico comum essencial à  da Armada – Divisão de Comunicações e  funções de oficial de operações, e como de
         geração de sinergias e eficiências na imple-  Sistemas de Informação, que abordou “O  imediato produziu efeitos na sua utilização
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         mentação do sistema, tendo em conta os de-  conceito de emprego do AIS na Marinha /  operacional na OAE .
         senvolvimentos que se registam no domínio  Projecto de implementação na Marinha”.   Seguiu-se “O emprego do AIS na OPER AC-
         da salvaguarda e segurança marítima.  Descreveu as vantagens operacionais do  TIVE ENDEAVOUR – MPA”, pelo Major José
           O seminário dividiu-se em duas partes, a  AIS/(W)AIS  assim como as suas limitações,  Nogueira, Comandante do Centro de Apoio
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         primeira, na parte da manhã, procurando con-  e  o ponto de situação a nível NATO do em-  à Missão (CAM) da Força Aérea, o qual dei-
         textualizar a utilização do sistema AIS na sal-  prego do sistema.    xou nos participantes de forma bem patente
         vaguarda e segurança marítima e a segunda,   Na palestra “Implementação do AIS na  a importância e a relevância que o sistema
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         na parte da tarde, vocacionada para a explo-  AM  e segurança marítima”, pelo CTEN Ve-  tem para a condução das operações aéreas de
         ração operacional do sistema na Marinha.  lho Gouveia, da Direcção-Geral de Autori-  apoio às forças navais, como mais uma ferra-
           A definição da agenda e a escolha das en-  dade Marítima, foram identificadas as aplica-  menta importante para uma maior cobertura
         tidades envolvidas visou proporcionar aos  ções do AIS nos orgãos da AM assim como a  de área e na demostração do poder aéreo.
         participantes um conhecimento genérico  implementação desta ferramenta nos meios   O CTEN Marcelo Correia, do Comando
         do sistema AIS, qual o ponto de situação e  da DGAM/CGPM.             Naval – Divisão de Operações, apresentou
         desenvolvimentos previstos nos âmbitos es-  O 1TEN Coelho Dias, Chefe do Serviço de  em seguida “O emprego do AIS na con-
         trutural, genético e operacional quanto à sua  Navegação do N.R.P. “Côrte-Real” apresen-  dução das operações navais” descrevendo
         implementação, designadamente nas verten-  tou os “Desafios para a condução da nave-  como em termos nacionais, é feita ao nível
         tes técnica, operacional e da segurança da  gação”, numa óptica do utilizador a bordo  do Comando Naval a gestão da informação
         navegação, assim como os desenvolvimen-  de um navio, descrevendo uma instalação  AIS. Abordou ainda a política de transmissão
         tos que se registam no domínio internacional  de bordo e identificando quais as principais  AIS em vigor para os navios da Marinha, tal
         na implementação de processos que visam  vantagens sentidas com o AIS vs CENO, as-  como a forma padrão para a exploração ope-
         a melhoria da salvaguarda e segurança, a  sim como os principais constrangimentos  racional e as linhas de acção indicadas para
         utilização prática do sistema em operações  inerentes à utilização do sistema.   se maximizar o ciclo de decisão, diminuindo
         combinadas de controlo do mar.       Na palestra “O processamento e análise  o tempo de acção ou reacção, do Comando
           O seminário foi aberto pelo Comandante  da informação AIS na NATO”, o CTEN Mar-  Operacional, no sentido de integrar todos os
         Naval, VALM Vargas de Matos, que contex-  celo Correia, do Comando Naval – Divisão  sistemas que constituem fontes de dados e
         tualizou o seminário enquanto mais uma  de Operações, descreveu a forma como o  de informação. A finalizar o período de pa-
         oportunidade de reflectir sobre situações e  sistema AIS e a informação que dele pro-  lestras, o Eng.º José Cruz, Instituto Portuário
         conceitos da actividade marítima, salientou  vém integra o panorama do Comando Na-  e Transportes Marítimos, apresentou o “Pro-
         os objectivos do seminário e identificou, para  val, apresentando o entendimento de cada  jecto VTS/AIS costeiro”, incluindo o ponto
         além de outros, três pontos permanentes da  um dos comandos NATO, Nápoles e Nor-  de situação da sua execução e implementa-
         agenda do Comando Naval: a salvaguarda  thwood, relativamente à qualidade, relevân-  ção, referido a Janeiro de 2007.
         (safety) e a segurança (security) no ambien-  cia e importância da informação do sistema   Tal como aconteceu com o primeiro pai-
         te marítimo como factor de preocupação da  AIS para tomada de decisão.   nel, foi também aberto o forum de debate,
         Marinha e do País; o accionamento das ca-  Seguiu-se o painel no qual se registou  com base nas apresentações e tendo em vista
         pacidades (meios e instrumentos) para fazer  um debate vivo, com diversas intervenções,  fomentar a cultura operacional enquadrada
         frente às situações e ameaças na zona ma-  abordando questões de natureza legal rela-  na interpretação e correlação de dados, na
         rítima de interesse estratégico nacional, e a  cionadas com o enquadramento da explora-  integração de sistemas e essencialmente na
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         cooperação entre os departamentos e ser-  ção operacional do sistema, designadamente  edificação de uma estrutura de C I, com vista
         viços do Estado com responsabilidades no  quanto à imposição de utilização do AIS, va-  a resolução do problema da gestão da infor-
         espaço marítimo.                   lor da gravação de dados AIS enquanto meio  mação, que é comum a todas as entidades
           No período da manhã foram efectuadas  de prova em contra-ordenação, e também  com responsabilidades para actuar no domí-
         as apresentações destinadas a enquadrar o  de natureza técnica como foram as vanta-  nio do espaço marítimo nacional.
         painel “O Contexto do AIS na Segurança Ma-  gens identificadas de interligação e transfe-  Neste seminário ficou bem patente que a
         rítima”, moderado pelo CMG Novo Palma,  rência de dados entre o AIS e equipamentos  necessidade de interoperabilidade entre os
         Comandante do N.R.P. “Côrte-Real”.  GMDSS para chamadas DSC.          departamentos do Estado com atribuições
           O CTEN Rafael da Silva, do Instituto Hi-  No período da tarde, singrando para o pai-  que resultam na actuação no espaço maríti-
         drográfico – Divisão de Navegação proferiu a  nel as “Implicações do emprego operacio-  mo nacional é uma realidade, e que atenta
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