Page 167 - Revista da Armada
P. 167
Razões que se prendem com o evoluir Comemorando os 50 anos da incorpo- O texto do antigo CEMA, Almirante
das preocupações quanto à situação vi- ração do seu 1.º Curso na Escola Naval, Nuno Gonçalo Vieira Matias a seguir ci-
vida nos territórios do Ultramar, terão le- do seu longo e rico passado não se pode tado, oferece uma imagem perfeita do re-
vado os comandos da Marinha à decisão pretender que, num único artigo, se es- conhecimento que a Marinha sempre dis-
de criarem a classe dos fuzileiros na Re- pensou à sua Reserva Naval, ao longo dos
serva Naval. anos e aos seus diversos cursos, seguidores
E são deste 4.º CEORN os primeiros RN e respeitadores do exemplo que os primei-
fuzileiros, destacados e incorporados nas ros vinte cadetes demonstraram em 1958.
primeiras duas Companhias mobilizadas, “No mar ou em terra, frequentemente afasta-
para Angola, a 1ª sob o comando do 1TEN dos dos seus interesses mais directos e até isolados
Joaquim Alberto Pires Dias e, para Moçam- em longas comissões, os oficiais da Reserva Naval
bique, a 2.ª sob o comando do 1TEN José integraram-se na melhor e mais viva das tradições
Carlos Borges Delgado. navais, dominando dificuldades, em áreas cientifi-
Ainda deste curso o primeiro fuzileiro cas e técnicas, em teatros de paz e de guerra.
especial RN, João Pedro Toscano Rico, que A actuação destes oficiais foi destacada em
sendo embora oriundo da classe de Mari- centenas de louvores e de condecorações que lhes
nha, se ofereceu como voluntário para fre- foram outorgadas, muitos em consequência de
quentar a especialidade, tornando-se apto acções em combate, mas igualmente em áreas
no final do respectivo curso. técnicas onde mais se fazia sentir a carência da
Incorporou, ainda em 1962, o 1.º Desta- Marinha em meios humanos.
camento de Fuzileiros Especiais que par- Tendo-lhes sido confiados cargos e missões
tiu para Angola nesse ano, sob o coman- da mais alta responsabilidade militar, soube-
do do 1TEN Augusto Henrique Coelho ram elevar bem alto as mais nobres qualidades
Metzner. do marinheiro, mantendo desde a primeira hora
Centenas de outros oficiais RN Fuzilei- um espírito de camaradagem, lealdade e vonta-
ros foram sendo formados e mobilizados de de bem servir, que no plano dos princípios
ao longo dos anos, ombreando com ofi- continua a inspirar referências e a ocupar um
ciais do QP e com sargentos e praças, em ASP RN Rogério Canas de Sousa Ferreira. destacado lugar no imaginário de muitos ofi-
acções de combate nos cenários de guer- ciais da Armada.”
ra do Ultramar, em missões bem mais ar- praie toda a sua História, relevante pelos Z
riscadas do que as executadas pelos RN’s seus aspectos de total ligação à Marinha José Pires de Lima
do 1.º Curso, mas tendo como fundamen- de Guerra mas também pelo perfeito en- 2TEN RN
to para o seu comportamento o exemplo tendimento das missões de que os seus 4. º CEORN – 1961
dos primeiros. membros foram incumbidos. (continua)
PROTOCOLO
PROTOCOLO
omo consequência dos resultados obtidos nas acções de
formação que desde 1995 foram ministradas por militares
Cdo Destacamento de Acções Especiais a agentes do Corpo
de Polícia de Segurança Pública da Região Administrativa Espe-
cial de Macau (RAEM), no passado dia 27 de Março de 2008 teve
lugar a assinatura de um protocolo de cooperação entre a Mari-
nha Portuguesa e aquele Corpo de Polícia de Segurança Pública,
reconhecimento do interesse mútuo em consolidar os laços his-
tóricos de amizade que unem as instituições de ambas as partes
através do incremento e concretização de acções específicas de
âmbito bilateral.
A cerimónia de assinatura do protocolo teve lugar no Salão
Nobre do Comando do Corpo de Fuzileiros, foi rubricado pelo
Comandante do Corpo de Fuzileiros, CALM Carvalho Abreu, em
representação da Marinha Portuguesa, e pelo Superintendente Lei
Siu Peng, Comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública
de Macau, contou com a presença do Chefe da Delegação Econó-
mica e Comercial de Macau em Lisboa, das entidades que consti-
tuiram a delegação da RAEM e dos Oficiais mais representativos
do Comando, Estado-Maior e Unidades do Corpo de Fuzileiros
e terminou com um almoço no Palácio do Alfeite, oferecido pelo
Comandante Naval, VALM Vargas de Matos.
A celebração do protocolo entre a Marinha Portuguesa e o
Corpo de Polícia de Segurança Pública de Macau, materializa
o aprofundamento da cooperação no âmbito da instrução e for-
mação de recursos humanos na área de operações especiais no
meio aquático.
Z
(Colaboração do COMANDO DO CORPO DE FUZILEIROS)
REVISTA DA ARMADA U MAIO 2008 21