Page 222 - Revista da Armada
P. 222

A Aprendizagem ao Longo da Vida e o
                    A Aprendizagem ao Longo da Vida e o

           Reconhecimento de Competências na Marinha
           Reconhecimento de Competências na Marinha

         O                                  e experiências de diversos matizes, para além,   onde se pretende “evidenciar, reconhecer e
                                                                                 UÊ ˆ`>`>˜ˆ>ÊiÊ*ÀœvˆÃȜ˜>ˆ`>`iÊ­ *®,
               Reconhecimento, Validação e Certi-
               ficação de Competências (RVCC) é  obviamente, dos aspectos pessoais e de cida-
                                            dania, todos eles concorrendo para a constru-
                                                                               certificar competências-chave da e na cida-
               um processo que, integrado na Ini-
         ciativa Novas Oportunidades, se constitui  ção da identidade e da história de vida de cada  dania democrática”, tendo em atenção que
         como uma via alternativa para a elevação  um, os nossos militares têm razões, e legítimas  “o trabalho é uma das dimensões fundamen-
         das qualificações escolares e profissionais  expectativas de, cumprindo as diferentes fases  tais da vida” de um indivíduo.
         dos portugueses.                   de um processo RVCC, verem as suas compe-  UÊ-œVˆi`>`i]Ê/iV˜œœ}ˆ>ÊiÊ ˆk˜Vˆ>Ê­-/ ®,
           Sendo esta preocupação compartilhada  tências formalmente reconhecidas.  onde se “trabalha a evidenciação de com-
         pela Marinha, como claramente expressa a   O processo RVCC desenvolve-se segundo  petências-chave em campos que envolvem
         Directiva de Política Naval, nas Linhas de  directivas, e sob a orientação, coordenação e  saberes formalizados e especializados cada
         Acção de Comando e                                                                    vez mais complexos”,
         Administração Supe-                                                                   na perspectiva de
         rior para a área Pessoal                                                              “uma visão integrada
         – “Prosseguir a política                                                              de três dimensões de
         de potenciação dos re-                                                                vida dos cidadãos – a
         cursos humanos, como                                                                  ciência, a tecnologia e
         garante do fortaleci-                                                                 a sociedade …”
         mento do potencial es-                                                                  UÊ ÕÌÕÀ>]Ê ‰˜}Õ>]Ê
         tratégico da Marinha”                                                                 Comunicação (LCL),
         – faz todo o sentido a                                                                onde as competên-
         Marinha fazer parte                                                                   cias-chave são defi-
         deste Projecto, através                                                               nidas “em torno da
         do seu Centro Novas                                                                   dimensão cultural
         Oportunidades (CNO),                                                                  da vida dos indiví-
         inserido no Centro Na-                                                                duos nas sociedades
         val de Ensino a Distân-                                                               contemporâneas, da
         cia (CNED).                                                                           dimensão linguísti-
           Tendo por base dois                                                                 ca (inequivocamente
         conceitos essenciais –                                                                transversal) e da di-
         o de que a aprendizagem se faz ao longo da  avaliação da Agência Nacional para a Qua-  mensão comunicacional que cruza questões
         vida, e o de que essa aprendizagem assume  lificação, que desempenha um papel fulcral  mediáticas, tecnológicas e sociais…”
         estratégias formais, não formais e informais  no Sistema Nacional de Qualificação, em   Cumprindo as várias fases de um proces-
         – e, por outro lado, partindo da identificação  paralelo com o Quadro Nacional de Quali-  so RVCC – Acolhimento, Diagnóstico/Tria-
         de “Competências” como sendo a capacidade  ficação, onde se define a estrutura de níveis  gem, Encaminhamento, Reconhecimento de
         reconhecida para mobilizar os conhecimen-  de qualificação, e com o Catálogo Nacional  Competências, Validação de Competências
         tos, as aptidões e as atitudes em contextos de  de Qualificações, que integra as qualifica-  e Certificação esta após júri de certificação –
         trabalho, de desenvolvimento profissional, de  ções baseadas em competências e identifica,  as competências-chave devem ser demons-
         educação e de desenvolvimento pessoal, a ac-  para cada uma, os respectivos referenciais de  tradas nos diferentes contextos em que os
         tividade dos CNO tem como metas:   competências-chave e de formação.  indivíduos agem nas sociedades contempo-
           UÊ>ÊÛ>œÀˆâ>XKœÊ`œÊ«>ÃÃ>`œÊ`iÊV>`>ʈ˜`ˆ-  São estes referenciais de competências-  râneas: privado, profissional, institucional
         viduo, no que respeita aos saberes e compe-  -chave que constituem todo o esqueleto de  e macro-estrutural.
         tências adquiridos;                desenvolvimento de um processo de RVCC,   Reflectir sobre a sua História de Vida
           UʜÊ`iÃi˜ÛœÛˆ“i˜Ìœ]ʘœÊ«ÀiÃi˜Ìi]Ê`œÃÊÃ>-  seja ao nível Básico (equivalente aos 4º, 6º e  nestes diversos contextos, “desocultan-
         beres e das competências que constituam,  9º anos de escolaridade), ao nível secundário  do” saberes e competências adquiridas
         para cada individuo, a sua melhor opção  (equivalente ao Secundário) ou ao Profissio-  de modo formal, não formal e informal e
         de vida;                                                                              demonstrando a sua
           UÊ>ʈ`i˜ÌˆwV>XKœÊ`iÊ  Centro Novas Oportunidades - CNED (De 2007 a 01/06/2008)      integração e aplicabi-
         perspectivas de futuro                                                                lidade em cada uma
         para cada individuo,                Inscrições  Início   Início Processo  Certi-  Encami-  Trans-  Desis-  das áreas de compe-
         numa constante pro-                        Diagnóstico  de RVC  ficados  nhados  feridos  tentes  tências-chave, e cons-
         cura de mais elevados   Básico  Civis   307    246       203  145    15   110   30    truindo deste modo o
         níveis de qualidade de        Militares  53     53       55    22     0    10    2    seu Portefólio Refle-
         vida, através da aquisi-  Secundário  Civis  588  108    49    0      6   105    6    xivo de Aprendiza-
         ção de novos saberes e        Militares  508    69       30    0      6    32    5    gens (onde expressa a
         competências adequa-                                                                  demonstração daque-
         dos aos seus interesses   A 1 de Junho de 2008 o CNO do CNED apresenta esta situação.  las competências), é
         e motivações.                      nal (este visando a dupla certificação: esco-  o desafio que se coloca aos candidatos ao
           Ora, quer através das acções de formação  lar/níveis básico, secundário e profissional/  RVCC.
         frequentadas no âmbito do Sistema de For-  níveis II e III de qualificação profissional).  É um desafio à medida dos nossos mi-
         mação Profissional da Marinha (SFPM), quer   No que respeita ao RVCC – Nível Secun-  litares!
         no treino operacional, quer na prática concreta  dário, o referencial reparte-se por três áreas       Z
         de uma profissão rica e recheada de desafios  de competências-chave:                   (Colaboração da DSF e CNED)

         4  JULHO 2008 U REVISTA DA ARMADA
   217   218   219   220   221   222   223   224   225   226   227