Page 28 - Revista da Armada
P. 28
Papel do Tutor na Formação
Papel do Tutor na Formação
O TUTOR No que se refere ao ensino (i.), o tutor deve
incentivar a aprendizagem não só através da ex-
onsiderando a importância estratégica do posição e transmissão de conhecimentos, mas
tutor no Ensino a Distância (EAD) torna-se também orientar e aconselhar o aluno para o
Cpertinente reflectir e definir o seu papel e desenvolvimento de estratégias individuais de
função enquanto facilitador de aprendizagens. aprendizagem. Será através deste controlo, ao
Subjacente à definição de Ensino a Distância longo do processo, que o aluno irá adquirindo,
(EAD) está a ideia pré-concebida de uma apren- conscientemente ou não, a sua autonomia.
dizagem em que o aluno está geograficamente O aconselhamento (ii.) pode ser ao nível
separado do professor, e que essas aprendiza- pessoal e académico. O tutor acompanha e
gens são realizadas através de um processo de orienta o aluno no âmbito quer escolar, quer
aquisição individual, sem a intervenção de um profissional, criando laços numa atitude posi-
agente de ensino, sem uma escola, enfim, sem tiva e construtiva.
um conjunto de espaços/conceitos/suportes tra- A negociação (iii.) consiste no contrato efec-
dicionalmente conhecidos. Porém, a distância tuado entre o tutor e o aluno. No contrato são
física, espacial e sobretudo psicológica é senti- estabelecidas metas e objectivos individuais
da e partilhada por todos os agentes de ensino que devem ser cumpridos tanto pelo aluno,
(tutor ↔ professor ↔ aluno). como pelo tutor.
O tutor desempenha um papel preponderan- Finalmente, a avaliação (iv.) passa pela moni-
te no processo de ensino-aprendizagem, sendo do seguinte modo: i. encorajar e apoiar o aluno; torização que o tutor efectua das aprendizagens
responsável pelo acompanhamento, aconselha- ii. ajudar o aluno a resolver dificuldades pesso- realizadas pelo aluno. Através deste controlo o tu-
mento, negociação e avaliação da mesma. Da ais; iii. monitorizar o curso; iv. orientar o aluno tor pode identificar as necessidades, as dificulda-
triangulação entre tutor ↔ aluno ↔ conteúdos nos trabalhos práticos; v. aconselhar e orientar des e, deste modo, redefinir novas estratégias de
(pedagógicos, curriculares e valores de cidada- sobre opções possíveis para o desenvolvimen- aprendizagem. Ou seja, a avaliação dos testes e
nia...) resulta um “produto”, fruto de um proces- to da aprendizagem; vi. orientar o aluno sobre dos exercícios efectuados pelo aluno conduzem
so de construção individual, que tornará o indi- metodologias de estudo; vii. corrigir e comentar o tutor à formulação de juízos de valor sobre as
víduo mais autónomo e independente, quer no trabalhos do aluno. formas de aprendizagem do tutorando.
seu estudo, quer na sua vida activa. A função e papel do tutor é o de orientar e
De acordo com Roger (1984), o tutor bem su- facilitar a aprendizagem.
cedido é aquele que possui um conjunto de ca- A aprendizagem é um processo centrado no
racterísticas individuais, técnicas e sociais espe- aluno, no qual este é responsável pela aquisição
cíficas. No âmbito das características individuais, de novos conhecimentos e saberes, exercendo o
o autor salienta a empatia e o saber ouvir como controlo da sua própria aprendizagem. O tutor
sendo competências fundamentais do tutor. ajuda o aluno a aprender a aprender através da
Assim, o tutor deve ser capaz de desenvolver suscitação de situações de aprendizagem e da
uma relação empática e de confiança, com o criação de grupos de estudo ou de redes cola-
aluno (saber ser), proporcionando uma comu- borativas de partilha de informação.
nicação clara e precisa, de modo a obter o feed- Neste contexto de aprendizagem, o indiví-
back do mesmo. Cria-se, então, uma situação duo torna-se co-responsável, autónomo e mais
de aprendizagem, na qual a comunicação é bi- independente, revelando-se um cidadão parti-
direccional (tutor ↔ aluno) e não unidireccional FUNÇÕES DO TUTOR cipativo na comunidade envolvente.
(tutor → aluno). O tutor, possuidor de compe- A especificidade deste tipo de ensino-aprendi- Z
tências técnicas (saber fazer), deverá ser capaz zagem reflecte-se nas funções exigidas e exerci- Ana Gouveia
de lidar e dominar as técnicas de informação e das pelo tutor. Nesse sentido, torna-se necessário 2TEN TSN
comunicação (TIC). conceptualizar e operacionalizar as funções do Referências Bibliográficas:
Lewis, R. (1984). How the tutor and support learners.
Nesta perspectiva, Rowntree (1986) reforça tutor que, de acordo com Waterhouse (1983), Hudddersfield: Council of Educational Technology.
a importância do contacto humano no proces- são enumeradas da seguinte forma: i. ensino; ii. WATERHOUSE, Philip (1983), Supported Self-study:
so de aprendizagem, protagonizado pelo tutor, aconselhamento; iii. negociação; iv. avaliação. a Handbook for Teachers, CET.
II Jornadas de “Bibliotecas de Defensa”
II Jornadas de “Bibliotecas de Defensa”
A fundos mais relevantes da BCM e os esforços de importante, uma vez que proporciona o esta-
Biblioteca Central da Marinha, partici-
A participação neste tipo de eventos é muito
modernização e divulgação que esta tem leva-
pou, de 29 a 31 de Outubro, nas II Jor-
nadas de “Bibliotecas de Defensa”, em do a cabo, tanto no exterior, como no seio da belecimento de relações de cooperação com
S. Fernando (Cádiz), organizadas pela “Subdi- Marinha. Referiram-se, igualmente, alguns dos outras bibliotecas, nacionais e estrangeiras, fa-
rección General de Documentación y Publica- projectos futuros da Biblioteca, nomeadamen- cultando o intercâmbio de experiências e a di-
ciones – Unidade de Coordinácion Bibliotecá- te o relançamento do Boletim Bibliográfico e o vulgação do panorama biblioteconómico euro-
ria” do Ministério de Defesa Espanhol. processo de digitalização das obras mais emble- peu, sobretudo no que diz respeito ao universo
Nestas Jornadas foi apresentada uma divul- máticas da BCM, na área do Livro Antigo. específico das bibliotecas e centros de docu-
gação, pela STEN Ana Tavares, subordinada ao A contribuição portuguesa nestas Jornadas mentação militares.
tema “Biblioteca Central da Marinha: preservan- contou, ainda, com um representante do Centro Z
do e divulgando o património bibliográfico da de Documentação e Informação da Secretaria- Ana Tavares
Marinha”, que incidiu sobre a constituição dos Geral do Ministério da Defesa Nacional. STEN TSN
26 JANEIRO 2008 U REVISTA DA ARMADA