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Papel do Tutor na Formação
                       Papel do Tutor na Formação

         O TUTOR                                                                 No que se refere ao ensino (i.), o tutor deve
                                                                               incentivar a aprendizagem não só através da ex-
              onsiderando a importância estratégica do                         posição e transmissão de conhecimentos, mas
              tutor no Ensino a Distância (EAD) torna-se                       também orientar e aconselhar o aluno para o
         Cpertinente reflectir e definir o seu papel e                           desenvolvimento de estratégias individuais de
         função enquanto facilitador de aprendizagens.                         aprendizagem. Será através deste controlo, ao
           Subjacente à definição de Ensino a Distância                         longo do processo, que o aluno irá adquirindo,
         (EAD) está a ideia pré-concebida de uma apren-                        conscientemente ou não, a sua autonomia.
         dizagem em que o aluno está geograficamente                              O aconselhamento (ii.) pode ser ao nível
         separado do professor, e que essas aprendiza-                         pessoal e académico. O tutor acompanha e
         gens são realizadas através de um processo de                         orienta o aluno no âmbito quer escolar, quer
         aquisição individual, sem a intervenção de um                         profissional, criando laços numa atitude posi-
         agente de ensino, sem uma escola, enfim, sem                           tiva e construtiva.
         um conjunto de espaços/conceitos/suportes tra-                          A negociação (iii.) consiste no contrato efec-
         dicionalmente conhecidos. Porém, a distância                          tuado entre o tutor e o aluno. No contrato são
         física, espacial e sobretudo psicológica é senti-                     estabelecidas metas e objectivos individuais
         da e partilhada por todos os agentes de ensino                        que devem ser cumpridos tanto pelo aluno,
         (tutor ↔ professor ↔ aluno).                                          como pelo tutor.
           O tutor desempenha um papel preponderan-                              Finalmente, a avaliação (iv.) passa pela moni-
         te no processo de ensino-aprendizagem, sendo  do seguinte modo: i. encorajar e apoiar o aluno;  torização que o tutor efectua das aprendizagens
         responsável pelo acompanhamento, aconselha-  ii. ajudar o aluno a resolver dificuldades pesso-  realizadas pelo aluno. Através deste controlo o tu-
         mento, negociação e avaliação da mesma. Da  ais; iii. monitorizar o curso; iv. orientar o aluno  tor pode identificar as necessidades, as dificulda-
         triangulação entre tutor ↔ aluno ↔ conteúdos  nos trabalhos práticos; v. aconselhar e orientar  des e, deste modo, redefinir novas estratégias de
         (pedagógicos, curriculares e valores de cidada-  sobre opções possíveis para o desenvolvimen-  aprendizagem. Ou seja, a avaliação dos testes e
         nia...) resulta um “produto”, fruto de um proces-  to da aprendizagem; vi. orientar o aluno sobre  dos exercícios efectuados pelo aluno conduzem
         so de construção individual, que tornará o indi-  metodologias de estudo; vii. corrigir e comentar  o tutor à formulação de juízos de valor sobre as
         víduo mais autónomo e independente, quer no  trabalhos do aluno.      formas de aprendizagem do tutorando.
         seu estudo, quer na sua vida activa.                                    A função e papel do tutor é o de orientar e
           De acordo com Roger (1984), o tutor bem su-                         facilitar a aprendizagem.
         cedido é aquele que possui um conjunto de ca-                           A aprendizagem é um processo centrado no
         racterísticas individuais, técnicas e sociais espe-                   aluno, no qual este é responsável pela aquisição
         cíficas. No âmbito das características individuais,                    de novos conhecimentos e saberes, exercendo o
         o autor salienta a empatia e o saber ouvir como                       controlo da sua própria aprendizagem. O tutor
         sendo competências fundamentais do tutor.                             ajuda o aluno a aprender a aprender através da
           Assim, o tutor deve ser capaz de desenvolver                        suscitação de situações de aprendizagem e da
         uma relação empática e de confiança, com o                             criação de grupos de estudo ou de redes cola-
         aluno (saber ser), proporcionando uma comu-                           borativas de partilha de informação.
         nicação clara e precisa, de modo a obter o feed-                        Neste contexto de aprendizagem, o indiví-
         back do mesmo. Cria-se, então, uma situação                           duo torna-se co-responsável, autónomo e mais
         de aprendizagem, na qual a comunicação é bi-                          independente, revelando-se um cidadão parti-
         direccional (tutor ↔ aluno) e não unidireccional   FUNÇÕES DO TUTOR   cipativo na comunidade envolvente.
         (tutor → aluno). O tutor, possuidor de compe-  A especificidade deste tipo de ensino-aprendi-          Z
         tências técnicas (saber fazer), deverá ser capaz  zagem reflecte-se nas funções exigidas e exerci-  Ana Gouveia
         de lidar e dominar as técnicas de informação e  das pelo tutor. Nesse sentido, torna-se necessário   2TEN TSN
         comunicação (TIC).                 conceptualizar e operacionalizar as funções do   Referências Bibliográficas:
                                                                                 Lewis, R. (1984). How the tutor and support learners.
           Nesta perspectiva, Rowntree (1986) reforça  tutor que, de acordo com Waterhouse (1983),   Hudddersfield: Council of Educational Technology.
         a importância do contacto humano no proces-  são enumeradas da seguinte forma: i. ensino; ii.   WATERHOUSE, Philip (1983), Supported Self-study:
         so de aprendizagem, protagonizado pelo tutor,  aconselhamento; iii. negociação; iv. avaliação.   a Handbook for Teachers, CET.



                II Jornadas de “Bibliotecas de Defensa”
                 II Jornadas de “Bibliotecas de Defensa”
         A                                  fundos mais relevantes da BCM e os esforços de   importante, uma vez que proporciona o esta-
              Biblioteca Central da Marinha, partici-
                                                                                 A participação neste tipo de eventos é muito
                                            modernização e divulgação que esta tem leva-
              pou, de 29 a 31 de Outubro, nas II Jor-
              nadas de “Bibliotecas de Defensa”, em  do a cabo, tanto no exterior, como no seio da  belecimento de relações de cooperação com
         S. Fernando (Cádiz), organizadas pela “Subdi-  Marinha. Referiram-se, igualmente, alguns dos  outras bibliotecas, nacionais e estrangeiras, fa-
         rección General de Documentación y Publica-  projectos futuros da Biblioteca, nomeadamen-  cultando o intercâmbio de experiências e a di-
         ciones – Unidade de Coordinácion Bibliotecá-  te o relançamento do Boletim Bibliográfico e o  vulgação do panorama biblioteconómico euro-
         ria” do Ministério de Defesa Espanhol.   processo de digitalização das obras mais emble-  peu, sobretudo no que diz respeito ao universo
           Nestas Jornadas foi apresentada uma divul-  máticas da BCM, na área do Livro Antigo.   específico das bibliotecas e centros de docu-
         gação, pela STEN Ana Tavares, subordinada ao   A contribuição portuguesa nestas Jornadas  mentação militares.
         tema “Biblioteca Central da Marinha: preservan-  contou, ainda, com um representante do Centro        Z
         do e divulgando o património bibliográfico da  de Documentação e Informação da Secretaria-     Ana Tavares
         Marinha”, que incidiu sobre a constituição dos  Geral do Ministério da Defesa Nacional.          STEN TSN

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