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velocidade máxima superior a 28 nós.  CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS UAM 601   Presentemente existem 21 embarcações sal-
           Estes salva-vidas, cujo projecto observa os mais   “Vigilante”      va-vidas classificadas como UAM, sendo cinco
         exigentes requisitos aplicáveis a embarcações   Comprimento total   14.5 m  construídas em madeira.
         deste tipo, estão certificados  pela Rinave/”Bureau   Comprimento entre PP  13.45 m  No final da década de 70, o Arsenal do Al-
         Veritas” com notações próprias de salva-vidas   Boca máxima  4.3 m    feite construiu duas embarcações da Classe
         costeiros, são embarcações auto-endireitantes,   Pontal  2.1 m        “Waveney”, com projecto da Royal National
         isto é, com capacidade de voltar à posição direita,   Deslocamento carregado  18.0 t  Lifeboat Institution (RNLI) e com a estrutura
         vertical, mesmo que totalmente invertidos.    Velocidade máxima  superior a 28 nós  em aço especial.
           Sendo virtualmente inafundáveis e capazes   Combustível  1850 l       Na década de 80 foram adquiridos seis salva-
         de se deslocar a elevadas velocidades, por per-  Autonomia  150 milhas  vidas da classe “William Hubotter”, de liga de
         mitirem, em condições de razoável conforto, o                         alumínio, construídos na Alemanha.
         reboque de outras embarcações e a recupera-  Aguada     200 l           No final da década de 90 foram adquiridos
         ção até onze náufragos em mares de grandes   Guarnição  4             6 novos salva-vidas em plástico reforçado com
         alturas de onda, as embarcações salva-vidas   Motores propulsores  Scania DI12   fibra, da classe “Rainha D. Amélia”, construídos
                                                                 43M 2x478 Kw
         constituem uma clara mais-valia para o ISN e   Jacto de água  UJ376   no estaleiro Rodman, de Vigo, a que seguiram
         para o país na salvaguarda da vida no mar.                            dois outros, modificados, já em 2000.
           O Arsenal do Alfeite,  é um estabelecimento fabril da Marinha, cuja   A UAM 601 “Vigilante” é o primeiro salva-vidas integralmente pro-
         finalidade principal é construir e reparar os navios a esta destinados,  jectado e construído em Portugal, sendo igualmente o de maiores di-
         com competências firmadas nas áreas do projecto e da construção na-  mensões, com propulsão por jacto de água e com uma velocidade
         val, sendo o primeiro e actualmente único organismo da Marinha cer-  muito superior às outras classes anteriores. Trata-se da primeira uni-
         tificado de acordo com a norma NP EN ISO 9001:2000    dade duma nova classe, cujo contrato prevê a aquisição de duas ou-
           A “Vigilante” foi a 147.ª construção realizada pelo Arsenal do  tras embarcações.
         Alfeite.                                              De referir que no dispositivo de socorros a náufragos existem embar-
                                                              cações mais velozes, do tipo semi-rígido, mas com características dife-
         SALVA-VIDAS “VIGILANTE” VAI INTEGRAR O DISPOSITIVO   rentes, com menor capacidade de enfrentar situações de tempestade,
         NACIONAL DE EMBARCAÇÕES SALVA-VIDAS                  por serem embarcações de boca aberta sem as condições de operação
           Actualmente, o dispositivo que o Instituto de Socorros a Náufragos  com mau tempo associadas aos salva-vidas do tipo do “Vigilante”.
         tem espalhado pela orla costeira nacional é constituído por 65 embar-
         cações salva-vidas distribuídas por 31 estações salva-vidas.  Tipo de salva-vidas  Comprimento   Deslocamento   Velocidade (nós)
                                                                             total (m)
                                                                                         (tons)
           Diversas corporações de bombeiros de povoações do litoral dispõem   Waveney  11.43  16.0  15.3
         ainda de 140 embarcações salva-vidas de pequeno porte, bem como   William Hubotter  8.78  5.3  15.3
         de 24 auto-porta-cabos.                               Rainha D. Amélia
           As embarcações salva-vidas da Marinha mais habilitadas para o   (Rodman)  13.5  11.2      21
         salvamento estão classificadas como unidades auxiliares de Marinha   Vigilante  14.5  18.0   Sup. a 28
         (UAM) e estão posicionadas nos principais portos do Continente e das                                  Z
         Regiões Autónomas.                                                               (Colaboração do Arsenal do Alfeite)



                     Lancha “Comandante Ribeiro Ezequiel”
                     Lancha “Comandante Ribeiro Ezequiel”
               ecorreu no passado dia 29 de                                         lancha como pronta no mês de Setem-
               Setembro, na cidade da Hor-                                          bro deste ano.
         Dta, Ilha do Faial, a entrega da                                             A assinatura do auto de alienação de
         ex-UAM 626 “Espalamaca” ao Agru-                                           cedência gratuita teve lugar nas insta-
         pamento de Escuteiros Marítimos da                                         lações da Capitania do Porto da Horta,
         Feteira.                                                                   seguindo-se a cerimónia de baptismo
           O Agrupamento 1152 do Corp o                                             junto ao Clube Naval na Marina da
         Nacional de Escutas – Escuteiros Ma-                                       Horta. Estiveram presentes o Presiden-
         rítimos da Feteira, constituído em                                         te da Assembleia Legislativa da Região
         08FEV98, há muito que vinha fazen-                                         Autónoma dos Açores, Dr. Fernando
         do sentir junto de várias entidades, de-                                   Menezes, o Presidente da Câmara Mu-
         signadamente a Capitania do Porto da                                       nicipal da Horta, Dr. João Castro, en-
         Horta, a necessidade de dispor de uma                                      tre outras individualidades regionais e
         embarcação para instrução no mar dos                                       locais, o Director-Geral da Autoridade
         seus lobitos, moços, marinheiros e companheiros.     Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima, VALM Medeiros
           Na esteira dessa necessidade, e após cerca de meio século ao serviço  Alves, que presidiu, o Chefe do Departamento Marítimo dos Açores,
         da Capitania, inicialmente como lancha de pilotos e, posteriormente,  CALM Ramos da Silva, para além de pessoal militar, militarizado e civil
         como embarcação auxiliar, a “Espalamaca” vinha acusando o peso da  que presta serviço na Capitania e outros convidados.
         idade, com uma degradação crescente e visível que indiciava a possi-  A nova lancha dos escuteiros foi baptizada com o nome de “Coman-
         bilidade de, no curto prazo, vir a ser abatida ao efectivo das Unidades  dante Ribeiro Ezequiel” e teve como madrinha a Dra. Albertina Mene-
         Auxiliares da Marinha.                               zes, mulher do Presidente da Assembleia Legislativa.
           Depois de uma peritagem técnica pela Direcção de Navios que a   Para a comunidade local este acto reveste-se de particular signifi-
         deu como irrecuperável, o processo de abate e cedência da embarca-  cado, porquanto reforça a imagem da Autoridade Marítima naquela
         ção foi desencadeado pelo então Capitão do Porto, CFR Ribeiro Eze-  região autónoma como pólo dinamizador junto das populações da
         quiel, tendo culminado com o Despacho do Almirante CEMA nº 04,  importância que o mar e as actividades a ele associadas representam
         de 06JAN06, que determinou a sua cedência ao Agrupamento de Es-  para os jovens.
         cuteiros Marítimos da Feteira. Importa referir que os trabalhos de recu-                              Z
         peração foram integralmente suportados pelo Agrupamento, que deu a   (Colaboração da Direcção-Geral da Autoridade Marítima)
                                                                                      REVISTA DA ARMADA U JANEIRO 2008  23
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