Page 25 - Revista da Armada
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velocidade máxima superior a 28 nós. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS UAM 601 Presentemente existem 21 embarcações sal-
Estes salva-vidas, cujo projecto observa os mais “Vigilante” va-vidas classificadas como UAM, sendo cinco
exigentes requisitos aplicáveis a embarcações Comprimento total 14.5 m construídas em madeira.
deste tipo, estão certificados pela Rinave/”Bureau Comprimento entre PP 13.45 m No final da década de 70, o Arsenal do Al-
Veritas” com notações próprias de salva-vidas Boca máxima 4.3 m feite construiu duas embarcações da Classe
costeiros, são embarcações auto-endireitantes, Pontal 2.1 m “Waveney”, com projecto da Royal National
isto é, com capacidade de voltar à posição direita, Deslocamento carregado 18.0 t Lifeboat Institution (RNLI) e com a estrutura
vertical, mesmo que totalmente invertidos. Velocidade máxima superior a 28 nós em aço especial.
Sendo virtualmente inafundáveis e capazes Combustível 1850 l Na década de 80 foram adquiridos seis salva-
de se deslocar a elevadas velocidades, por per- Autonomia 150 milhas vidas da classe “William Hubotter”, de liga de
mitirem, em condições de razoável conforto, o alumínio, construídos na Alemanha.
reboque de outras embarcações e a recupera- Aguada 200 l No final da década de 90 foram adquiridos
ção até onze náufragos em mares de grandes Guarnição 4 6 novos salva-vidas em plástico reforçado com
alturas de onda, as embarcações salva-vidas Motores propulsores Scania DI12 fibra, da classe “Rainha D. Amélia”, construídos
43M 2x478 Kw
constituem uma clara mais-valia para o ISN e Jacto de água UJ376 no estaleiro Rodman, de Vigo, a que seguiram
para o país na salvaguarda da vida no mar. dois outros, modificados, já em 2000.
O Arsenal do Alfeite, é um estabelecimento fabril da Marinha, cuja A UAM 601 “Vigilante” é o primeiro salva-vidas integralmente pro-
finalidade principal é construir e reparar os navios a esta destinados, jectado e construído em Portugal, sendo igualmente o de maiores di-
com competências firmadas nas áreas do projecto e da construção na- mensões, com propulsão por jacto de água e com uma velocidade
val, sendo o primeiro e actualmente único organismo da Marinha cer- muito superior às outras classes anteriores. Trata-se da primeira uni-
tificado de acordo com a norma NP EN ISO 9001:2000 dade duma nova classe, cujo contrato prevê a aquisição de duas ou-
A “Vigilante” foi a 147.ª construção realizada pelo Arsenal do tras embarcações.
Alfeite. De referir que no dispositivo de socorros a náufragos existem embar-
cações mais velozes, do tipo semi-rígido, mas com características dife-
SALVA-VIDAS “VIGILANTE” VAI INTEGRAR O DISPOSITIVO rentes, com menor capacidade de enfrentar situações de tempestade,
NACIONAL DE EMBARCAÇÕES SALVA-VIDAS por serem embarcações de boca aberta sem as condições de operação
Actualmente, o dispositivo que o Instituto de Socorros a Náufragos com mau tempo associadas aos salva-vidas do tipo do “Vigilante”.
tem espalhado pela orla costeira nacional é constituído por 65 embar-
cações salva-vidas distribuídas por 31 estações salva-vidas. Tipo de salva-vidas Comprimento Deslocamento Velocidade (nós)
total (m)
(tons)
Diversas corporações de bombeiros de povoações do litoral dispõem Waveney 11.43 16.0 15.3
ainda de 140 embarcações salva-vidas de pequeno porte, bem como William Hubotter 8.78 5.3 15.3
de 24 auto-porta-cabos. Rainha D. Amélia
As embarcações salva-vidas da Marinha mais habilitadas para o (Rodman) 13.5 11.2 21
salvamento estão classificadas como unidades auxiliares de Marinha Vigilante 14.5 18.0 Sup. a 28
(UAM) e estão posicionadas nos principais portos do Continente e das Z
Regiões Autónomas. (Colaboração do Arsenal do Alfeite)
Lancha “Comandante Ribeiro Ezequiel”
Lancha “Comandante Ribeiro Ezequiel”
ecorreu no passado dia 29 de lancha como pronta no mês de Setem-
Setembro, na cidade da Hor- bro deste ano.
Dta, Ilha do Faial, a entrega da A assinatura do auto de alienação de
ex-UAM 626 “Espalamaca” ao Agru- cedência gratuita teve lugar nas insta-
pamento de Escuteiros Marítimos da lações da Capitania do Porto da Horta,
Feteira. seguindo-se a cerimónia de baptismo
O Agrupamento 1152 do Corp o junto ao Clube Naval na Marina da
Nacional de Escutas – Escuteiros Ma- Horta. Estiveram presentes o Presiden-
rítimos da Feteira, constituído em te da Assembleia Legislativa da Região
08FEV98, há muito que vinha fazen- Autónoma dos Açores, Dr. Fernando
do sentir junto de várias entidades, de- Menezes, o Presidente da Câmara Mu-
signadamente a Capitania do Porto da nicipal da Horta, Dr. João Castro, en-
Horta, a necessidade de dispor de uma tre outras individualidades regionais e
embarcação para instrução no mar dos locais, o Director-Geral da Autoridade
seus lobitos, moços, marinheiros e companheiros. Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima, VALM Medeiros
Na esteira dessa necessidade, e após cerca de meio século ao serviço Alves, que presidiu, o Chefe do Departamento Marítimo dos Açores,
da Capitania, inicialmente como lancha de pilotos e, posteriormente, CALM Ramos da Silva, para além de pessoal militar, militarizado e civil
como embarcação auxiliar, a “Espalamaca” vinha acusando o peso da que presta serviço na Capitania e outros convidados.
idade, com uma degradação crescente e visível que indiciava a possi- A nova lancha dos escuteiros foi baptizada com o nome de “Coman-
bilidade de, no curto prazo, vir a ser abatida ao efectivo das Unidades dante Ribeiro Ezequiel” e teve como madrinha a Dra. Albertina Mene-
Auxiliares da Marinha. zes, mulher do Presidente da Assembleia Legislativa.
Depois de uma peritagem técnica pela Direcção de Navios que a Para a comunidade local este acto reveste-se de particular signifi-
deu como irrecuperável, o processo de abate e cedência da embarca- cado, porquanto reforça a imagem da Autoridade Marítima naquela
ção foi desencadeado pelo então Capitão do Porto, CFR Ribeiro Eze- região autónoma como pólo dinamizador junto das populações da
quiel, tendo culminado com o Despacho do Almirante CEMA nº 04, importância que o mar e as actividades a ele associadas representam
de 06JAN06, que determinou a sua cedência ao Agrupamento de Es- para os jovens.
cuteiros Marítimos da Feteira. Importa referir que os trabalhos de recu- Z
peração foram integralmente suportados pelo Agrupamento, que deu a (Colaboração da Direcção-Geral da Autoridade Marítima)
REVISTA DA ARMADA U JANEIRO 2008 23