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EXERCÍCIO NOBLE MARINER 2011
Realizou-se no período de 28 de Fe- incidentes provocados por grupos terroristas. De destacar ainda os reabastecimentos efec-
vereiro a 9 de Março o Exercício Os NRP D. Francisco de Almeida e NRP Côr- tuados no mar às fragatas Portuguesas, tanto
Noble Mariner 2011, que contou com o ITS Etna, como com o USNS Kanawha,
te-Real integraram a força no Grupo Tarefa de garantindo-se dessa forma o suporte logístico
com a participação dos navios portugue- Escoltas (TG 445.02) comandado pelo COMS- essencial para manutenção da sustentabilida-
ses, NRP D. Francisco de Almeida, NRP Corte- NMG14, o Contra-almirante Gualtiero Mat- de a todos os navios integrantes da Força.
-Real e NRP Tridente. Este exercício naval, tesi, da Marinha Italiana, que se encontrava
realizado a sul da costa espanhola, teve como a bordo do seu Navio-chefe o ITS Etna, cuja Durante todo o período esteve a bordo, do
principal objectivo a preparação e certificação principal missão consistia na protecção dos NRP D. Francisco de Almeida, o jornalista brasi-
da componente naval da NRF
171, de forma a habilitá-la a res- leiro Felipe Medeiros, da Revis-
ponder a situações de crise em ta “Base Militar Web Magazi-
qualquer parte do mundo. ne” para fazer uma reportagem
A nível nacional, a parti- sobre o Exercício Noble Mariner
cipação das unidades navais 2011, tendo-lhe sido possível
visou a preparação, na área contactar com o dia-a-dia de
do treino: do NRP Corte-Real, uma guarnição portuguesa
enquanto navio de reserva quando em missão no mar.
para o compromisso nacional
na Operação “ATALANTA No dia 1 de Março o NRP
(UE); do NRP D. Francisco de D. Francisco de Almeida recebeu a
Almeida para o empenhamento bordo o Comandante da TF445,
futuro na Operação “OCEAN Vice-almirante Juan Cuadrille-
SHIELD” (NATO); e no âmbito ro Pinilla, da Armada Espanho-
do Curso de Comandantes de la, que efectuou uma visita ao
Submarinos da classe “Triden- TF 445 em manobras no mar. navio, incluindo os Centros de
Comando e Controlo (Ponte,
te”. Para esse efeito, e durante todo o período meios navais da Força Tarefa (TF445). Para Central da Plataforma e Centro
estiveram embarcadas, nos navios de super- além de efectuar Operações de Interdição de Operações) e durante a qual manifestou
fície portugueses, duas equipas do Departa- Marítima este Grupo-Tarefa, também com- o seu agrado pela importante participação
mento de Treino e Avaliação da Flotilha que, posto pelo navio alemão FGS Luebeck, e pelos da Marinha Portuguesa num dos principais
dentro do conceito de exercícios da NATO.
Mobile Training Team,
permitiram assegurar a Terminado o exer-
verificação dos padrões cício, as guarnições dos
de prontidão, através da navios portugueses re-
execução de acções de gressaram à BNL com
treino no âmbito da ba- o sentimento do dever
talha interna (incêndios, cumprido, tendo apro-
alagamentos, reparação veitado totalmente as
de avarias, etc.) e acom- oportunidades de trei-
panhamento das acções no, trazendo consigo
de batalha externa exe- experiências e lições
cutadas no desenrolar aprendidas, que permi-
do cenário do exercício tirão desempenhar com
Noble Mariner. maior proficiência este
O Noble Mariner 2011 tipo de acções em mis-
contou com a presença sões futuras.
de mais de 20 navios
de guerra, incluindo o Para além de se te-
Navio-chefe ESPS Cas- rem alcançado os ob-
tilla, fragatas, reabas- jectivos de treino nacio-
tecedores de esquadra e draga-minas, para navios espanhóis ESPS Alvaro Bazan e ESPS nais, foi bem evidente a
além de quatro submarinos, quatro MPAs2 e Navarra,garantiuadefesaaérea,desuperfície, manifestação de apreço
o porta-aviões espanhol ESPS Príncipe de As- submarina e assimétrica da força. Adicional- da Armada Espanhola
túrias, com caças Harrier, perfazendo um total mente, este grupo efectuou o combate a actos pela participação nacional, expressa na men-
de mais de 3500 militares da NATO. A coor- ilícitos no mar, nomeadamente contra acções sagem de despedida do Vice-almirante Juan
denação de todos os meios foi efectuada por de pirataria, tráfico de armas e de seres hu- Cuadrillero Pinilla aqui transcrita.
uma célula controlada pelo MCC Northwood3 manos, negando também o apoio aos grupos
que, através de um cenário realista e actual, terroristas do cenário, utilizando para o efeito Colaboração do COMANDO NAVAL
desenvolveu um diversificado conjunto de as respectivas equipas de boarding. Notas:
eventos e incidentes, que permitiram aos co- O exercício foi composto por duas fases
mandos e às diversas unidades envolvidas distintas, inicialmente uma fase de progra- 1 NRF 17 – NATO’s Response Force é uma força da
no exercício, aplicar os mais recentes proce- ma seriado bastante intenso, culminando NATO de alta prontidão que engloba as Componentes
dimentos aliados, para fazer face a situações com uma fase táctica, onde os Comandos e Naval, Aérea, Terrestre e de Operações Especiais. O
tão distintas como ameaças assimétricas, ope- as forças eram obrigados a reagir a eventos seu Comando e as forças que a compõem são definidas
rações de segurança marítima e de embargo e injectados pelo controlador deste exercício. para um período semestral, tendo neste exercício sido
treinada a 17ª rotação da sua Componente Naval.2
Revista da Armada nº 358, Novembro de 2002.
2 MPA – Maritime Patrol Aircraft.
3 MCC Northwood – Allied Maritime Command de
Northwood (UK).
4 COMSNMG1 – Comandante do Standing NATO
Maritime Group One.
9REVISTA DA ARMADA • MAIO 2011