Page 17 - Revista da Armada
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Cooperação Técnico-Militar com Angola

                     CONVERSAÇÕES FORMAIS ENTRE ESTADOS-MAIORES
DA MARINHA DE GUERRA ANGOLANA E DA MARINHA PORTUGUESA
AMarinha Portuguesa (MP) e a Marinha
        de Guerra de Angola (MGA) realiza-    tendo por objetivo contribuírem para o de-   los nossos militares em Angola, no âmbito da
        ram, pela primeira vez, conversações  senvolvimento mútuo.                         cooperação técnico-militar.

                                               As autoridades navais angolanas proporcio-   A delegação portuguesa pôde notar que o
formais entre os seus Estados-Maiores, no pe- naram várias visitas técnicas, destacando-se: processo de reedificação em curso na MGA
ríodo de 19 a 22 de novembro, em Luanda. o Comando da MGA, a Base Naval e Acade- é um contributo significativo para a moderni-
O estabelecimento de Conversações For- mia Naval, em Luanda; o Comando da Re- zação das Forças Armadas Angolanas (FAA):
mais entre Estados-Maiores, vulgo Naval gião Naval do Sul e a Escola de Especialistas a MGA tem todo o potencial para ser uma
Staff-Talks, traduz-se na definição de                                                     marinha moderna.
áreas de cooperação a desenvolver                                                          Durante a visita houve oportunidade
numa periodicidade bienal e cuja exe-                                                      de assistir a demonstrações táticas dos
cução técnica é analisada e acordada                                                       fuzileiros navais angolanos: as mano-
caso a caso.                                                                               bras efetuadas impressionaram pelo
A delegação nacional foi chefiada                                                          profissionalismo, cuidado na prepara-
pelo CALM Cortes Picciochi e a de-                                                         ção e eficácia demonstrada.
legação congénere pelo VALM Jorge                                                          Houve também oportunidade para
Correia da Silva (vice-almirante diretor                                                   verificar o nível de organização, de-
da Direção de Preparação Combativa                                                         senvolvimento e espírito de formação
e Ensino). Esta iniciativa permitiu iden-                                                  dos oficiais, sargentos e praças da Es-
tificar um conjunto de ações concretas                                                     cola de Especialistas Navais da MGA,
a desenvolver, tendo em consideração                                                       localizada na Praia do Bebé, no muni-
as principais necessidades e ambições                                                      cípio da Catumbela.
de ambas as marinhas, em particular                                                         É motivo de orgulho para a Marinha
aquelas de apoio ao desenvolvimento        O CALM Picciochi recebe honras no Ambriz.       Portuguesa, o facto de o bom traba-

e afirmação da MGA.                           Navais, no Lobito; a Brigada de Fuzileiros e a lho que está a ser feito na Escola Naval da
Durante as conversações, foram discuti- Escola de Fuzileiros, no Ambriz. Estas visitas MGA, em Luanda, se dever em parte aos
das futuras áreas de cooperação de caráter permitiram à delegação portuguesa aprofun- nossos especialistas.
técnico-naval, nomeadamente no ensino e dar o seu conhecimento sobre as capacida- As conversações levadas a cabo decorre-
formação, do treino, da realização de exer- des da MGA e constatar o forte empenho ram num ambiente de grande cordialidade
cícios combinados, do desenvolvimento de daquela Marinha para o desenvolvimento e constituíram-se um bom ponto de partida
apoio logístico, da doutrina, do conheci- daquele país parceiro.                           para o desenvolvimento da cooperação entre
mento situacional marítimo, do sistema de A delegação foi muito bem recebida pela as duas marinhas no futuro próximo, tendo
autoridade marítima e ainda cooperação MGA, a qual demonstrou uma atitude de a próxima edição de conversações ficado
cultural, e que refletem os interesses estraté- elevado respeito pela Marinha Portuguesa e agendada para Lisboa, durante o 2º semestre
gicos e operacionais de ambas as marinhas, pelo trabalho que tem sido desenvolvido pe- de 2013.

                     CADETES ANGOLANOS EMBARCAM EM NAVIO-PATRULHA
N PROJETO N.º 8 – MARINHA DE GUERRA ANGOLANA
o âmbito das atividades de for-               manhã de sábado com destino ao Norte         oportunidade de observar a entrada no
mação da Academia Naval de                    da barra do Dande, permitindo a prática      porto de Luanda, assim como de se intei-
Angola, ocorreu, no passado                   de navegação costeira, com marcação          rar da faina e das manobras de atracação
dia 21 de outubro, o embarque de                                                           do navio.
nove cadetes no navio-patrulha                                                             A continuidade destas ações é
Golfinho.                                                                                  indispensável para uma adequada
Este embarque, no qual partici-                                                            formação dos militares angolanos,
param cinco cadetes da classe de                                                           permitindo-lhes um contacto com
Marinha e quatro da classe de Me-                                                          a realidade da vida de bordo e um
cânica, constituiu uma oportunida-                                                         ganho de toda uma série de expe-
de indispensável para complemen-                                                           riências de índole naval essenciais
tar e consolidar as aprendizagens                                                          para a sua formação. O comando
lecionadas na Academia Naval de                                                            da Academia Naval de Angola
Angola, na sua vertente prática.                                                           está sensibilizado para a importân-
O acompanhamento dos cadetes                                                               cia destes embarques, pelo que se
feito pelos assessores técnicos da                                                         prevê que eles venham a ocorrer
Marinha Portuguesa, nas valên-                                                             de forma mais frequente no futuro,
cias de Marinharia, Navegação e                                                            proporcionando aos cadetes ango-
Mecânica, veio reforçar e apoiar a         Patrulha Golfinho na Base Naval de Luanda.      lanos as imprescindíveis oportuni-

formação dos futuros oficiais da Marinha de pontos-radar na carta, assim como a dades de prática a bordo das unidades
Angolana.                                     prática de marinheiro do leme e de ma- navais angolanas.
O navio-patrulha, da classe Mandu- nobras de homem ao mar. No regresso,
me, largou da Base Naval de Luanda na à tarde, os cadetes do 2.º ano tiveram a                        Colaboração EMA-DIVRE

                                                                                           REVISTA DA ARMADA • MARÇO 2013 17
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