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OS MERGULHADORES DA ARMADA

Os Mergulhadores da Armada RESUMO HISTÓRICO
e a sua Escola foram criados
por Diploma Real assinado tomada pelos Destacamentos, ficando
por D. Carlos I em 1899, onde se men- cometidas à Escola de Mergulhadores
exclusivamente tarefas de instrução.
No prosseguimento da edificação
cionava, pela primeira vez e de forma da capacidade de Guerra de Minas,
muito sumária, a natureza de atuação prevista no Sistema de Forças Nacio-
dos Mergulhadores da Marinha. Ape- nal 04 - Componente Operacional, e
sar de se considerar este documento considerando ainda a necessidade de
como a primeira referência, existem garantir condições para que os demais
duas menções a mergulhadores, que organismos pudessem contribuir efe-
remontam uma a 1171, em que Um tivamente para o cumprimento deste
valoroso soldado português a quem desiderato, foi criado em 2008 o Des-
a história nem ao menos o nome co- tacamento de Mergulhadores Sapado-
mentou, aproveitando a treva da noite res nº 3 (DMS3-MW).
aproximou-se do dromon, abriu-lhe
um enorme rombo nas obras-vivas su-
ficiente para o navio soçobrar; e outra ORGANIZAÇÃO

a 1580, que refere nadadores portu- Os Destacamentos de Mergulhado-
gueses, nadando debaixo de água, res Sapadores são unidades operacio-
atacam navios espanhóis fundeados nais organizadas de forma a executar
no Rio Tejo, procurando danificar-lhes ações no quadro das missões da Mari-
o casco. nha. Cada Destacamento é composto
Em 1899, a principal missão dos mer- por secções ou equipas, que podem
gulhadores era no âmbito do Socorro atuar de forma independente e dis-
a Náufragos e da Salvação Marítima. persa geograficamente, e constituído
Mais tarde, em 1961, foi instituído o por militares habilitados com o curso
atual Quadro de Mergulhadores e, em de formação ou de especialização em
1964, as primeiras unidades operacio- mergulhador-sapador.
nais que, a partir de 1966, prestaram Com a entrada em vigor da Lei Orgâ-
serviço no Comando da Defesa Maríti- nica da Marinha e a sua regulamenta-
ma da Guiné, então com potencialida- ção subsequente, estas unidades fica-
des e valências militares, inclusive na ram na Dependência Administrativa
área da Inativação de Engenhos Explo- da Esquadrilha de Submarinos, sendo
sivos (IEE). Estas unidades, denomina- Mergulho Militar. As missões de interesse o Comando Operacional atribuído ao
das Secção de Mergulhadores Sapadores nº 1 público, designadamente as relativas ao So- Comando Naval.
e nº 2, passaram, em 1973, a Destacamento corro a Náufragos e à Salvação Marítima, A Esquadrilha de Submarinos possui na sua
de Mergulhadores Sapadores nº 1 e nº 2. continuaram a ser asseguradas pela Escola estrutura o “Agrupamento de Mergulhado-
Com o fim da Guerra do Ultramar os Des- de Mergulhadores. res”, que assegura o aprontamento e o apoio
tacamentos foram extintos, ficando a to- Quando, em 1992, foi reativado o Desta- logístico, a formação, o treino, a manuten-
talidade das missões atribuída à Escola de camento de Mergulhadores Sapadores nº 2 ção das qualificações e a avaliação do nível
Mergulhadores que, com o então Centro de (DMS2), toda a atividade operacional foi re- de prontidão e do desempenho dos militares
Instrução de Minas e Contra- que lhe estão atribuídos. Pro-
medidas, responsabilizou-se ORGANOGRAMA DA ESQUADRILHA DE SUBMARINOS move, igualmente, o aprovi-

pela formação dos militares (CAPACIDADE DE MERGULHO) sionamento, armazenagem e

da Marinha na área do Mer- distribuição de todo o mate-
gulho Militar e da IEE. rial de mergulho para utiliza-
Até finais da década de 90, ção na Marinha.
elementos da Força Aérea,
PSP e GNR frequentaram
cursos relativos à IEE. A nível AS MISSÕES

internacional, efetuaram-se E AS TAREFAS
alguns cursos para militares
da Marinha Espanhola, no A sua extensa orla marí-
âmbito dos engenhos con- tima e a configuração das
vencionais terrestres e sub- respetivas ZEE e Plataforma
marinos. Continental implicam uma
O Destacamento de Mer- dependência de Portugal
gulhadores Sapadores nº 1 das atividades económicas
(DMS1) foi reativado em ligadas ao mar. A Marinha,
1988, dada a necessida- no âmbito das suas missões,
de de existir uma unidade desempenha um papel ful-
operacional especialmente cral, cabendo aos mergu-
vocacionada para a área do lhadores um natural lugar de

10 NOVEMBRO 2013 • REVISTA DA ARMADA