Page 11 - Revista da Armada
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Durante o período desta missão no Algarve, caram presença as autoridades locais de Avilês APORVELA, BEE, MONTEPIO
foram ainda recebidas a bordo várias entidades e o Cônsul português nas Astúrias, Dr. Eduardo E CNOCA
locais, de que se destacam os Presidentes das Pereira.
Câmaras de Lagos e de Vila do Bispo, contri- A passagem do Creoula por Avilês foi ampla e
buindo assim para a divulgação da Marinha e profusamente divulgada pelos diferentes meios Após a missão UIM, o Creoula continuou via-
gem no sentido da consecução dos objetivos tra-
estreitamento das relações institucionais com de comunicação da cidade e região. Foram vá- çados para o seu ano operacional. É assim que,
estas regiões ribeirinhas. rios os jornais que fizeram do navio página de
O Creoula tem assim prestado, em cada cam- rosto e várias as entrevistas do Comandante do no dia 19 de agosto davam entrada navio dentro,
mais 49 instruendos da Associação Portuguesa
panha oceanográfica do projeto M@rbis que navio a estações televisivas. de Vela (APORVELA). Viajaram até Cádis e pos-
acolhe, o seu contributo para o aprofundamento No regresso de Espanha, o Creoula passou em
do conhecimento científico e do mapa da biodi- Leixões, tendo os instruendos e uma represen- teriormente até Portimão.
Em Cádis o Creoula recebeu a visita do Cônsul
versidade do mar português. tação do navio sido recebidos no salão nobre Geral de Portugal em Sevilha, Dr. Jorge Monteiro,
da Universidade do Porto pelo seu vice-reitor.
No porto de Ílhavo, o navio recebeu a visita de a quem foi oferecido um almoço convívio com
UIM: O MAR COMO FORMADOR várias entidades, nomeadamente, do Presidente a presença de jovens portugueses embarcados, e
posterior assinatura do livro de honra do navio.
De plataforma oceanográfica a vetor de Sete dias de mar e dois portos depois os
sensibilização e promoção da literacia do
mar, o Creoula tem sabido, ao longo de to- jovens velejadores deixavam o grande ve-
leiro e davam lugar a 52 elementos vindos
dos estes anos, mostrar a sua versatilidade, da Bee, uma organização cujo projeto tem
acolher diferentes iniciativas e desempenhar
diferentes funções. E é neste contexto que o objetivo de proporcionar um conjunto de
atividades diferentes e inovadoras ao ar livre,
emerge o importante papel que este navio passando pelo conhecimento do mar, e que
tem assumido na formação e educação das
camadas mais jovens. encontrou no Creoula a possibilidade de
realização desse objetivo, tendo embarcado
A Universidade Itinerante do Mar (UIM), em Portimão, no dia 26 de agosto, numa via-
que tem como promotores as Universidades
de Oviedo, do Porto e a Escola Naval, viu gem rumo ao Funchal.
uma vez mais no NTM Creoula uma opor- À largada de Portimão, e fruto da visibilida-
tunidade de levar estudantes a navegar numa Visita a bordo, à chegada, da Presidente da Câmara de de mediática que o Creoula tem tido, embar-
Avilês, Sra. Pilar Varela.
cou uma equipa de reportagem da RTP que
experiência única, que só um navio como acompanhou o início da navegação. Já no
este permite.
Com efeito, no dia 14 de julho, na Base Funchal, foi recebida a bordo outra equipa de
reportagem da RTP Madeira.
Naval de Lisboa, embarcou um grupo de 4 No dia 6 de setembro, o navio estava de
cadetes da Escola Naval e 48 estudantes pré-
-universitários e universitários, bem como regresso à costa de Portugal continental, para
desembarcar em Portimão o grupo de aven-
professores desses estabelecimentos de ensi- tureiros instruendos. Entre 6 e 8 de setembro
no, numa viagem de 25 dias, com passagem
por Avilês, Marín, Leixões, Ílhavo, Berlengas foi a vez do grupo Montepio fazer o trânsito
de Portimão a Lisboa.
e Cádis, de onde se regressou novamente a A13 de setembro, três dias antes de regressar
Lisboa.
Ao longo destes dias, o grupo participou em à Base Naval de Lisboa, o NTM Creoula rece-
todas as tarefas de bordo, enfrentou as dificul- bia, vindos do CNOCA, os últimos instruendos
Guarnição do Creoula. do ano operacional de 2013. Por isso, quando
dades do trabalho em equipa e observou a da Câmara de Ílhavo, Eng. Ribau Esteves, do Ca- atracou ao cais, fê-lo acompanhado por elemen-
condução de um navio, aprendendo, aos pou- pitão do Porto de Aveiro e do Comandante do tos da mesma organização com que, meses antes,
cos, as rotinas de bordo. Simultaneamente, os navio gémeo Santa Maria Manuela, que se jun- tinha iniciado as navegações com instruendos.
estudantes portugueses e espanhóis assistiam a taram num agradável «Pôr-do-Sol» no convés do
palestras e conferências acerca dos mais diversos Creoula.
assuntos. Esta iniciativa foi coordenada por vá- Embarcou também em Ílhavo o Presidente da CONCLUSÃO
rios professores das três universidades e contou Câmara de Peniche, António José Correia, que, O NTM Creoula foi, em suma, para além da
ainda com o enquadramento feito pelos cadetes com uma postura sempre jovial e participativa, face visível da Marinha para os jovens civis que
da Escola Naval, enquanto chefes de grupo, aos navegou no Creoula até ao concelho a que pre- nele navegaram, cenário de cultura, de ciência e
alunos civis embarcados. side, tendo desembarcado na ilha da Berlenga. de formação, perpetuando uma tradição maríti-
Durante este dia e com o navio fundeado, foi ma que é parte inalienável da identidade e alma
No dia da chegada a Avilês, na manhã de 19 ainda recebida uma delegação da Comunidade portuguesas.
de julho, o Creoula foi recebido com Banda de Intermunicipal do Oeste, chefiada pelo Presiden-
Música, e tinha no cais uma delegação das au- te da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel, Para os militares da guarnição, foi com justifica-
toridades locais, encabeçada pela Presidente da que se deslocaram a bordo acompanhados pelo do sentimento de orgulho que cumpriram mais
Câmara de Avilês, Sra. Pilar Varela, que se deslo- Capitão do Porto de Peniche. Esta estadia nas um ano operacional, servindo a Marinha num
cou a bordo a dar as boas vindas ao navio. Berlengas foi acompanhada por vários órgãos navio histórico, construído em Portugal, num
de comunicação local, que lhe deram grande tempo recorde, e que enquanto quase todos os
Nessa tarde, uma delegação do navio, consti- relevo, e por uma equipa de reportagem da TVI, outros navios do seu tempo sucumbiram às du-
tuída por oficiais, sargentos, praças, instruendos que nesse mesmo dia passou a reportagem no ras condições dos mares gelados da Terra Nova,
e professores embarcados, foi respeitosamente noticiário nacional. muitos por naufrágio, outros desmantelados,
recebida na Câmara Municipal pela Presidente alguns vendidos para o estrangeiro, o Creoula
da Câmara, que se fez acompanhar do Vice-Pre- A missão UIM terminou no dia 7 de agosto, a tudo sobreviveu e continua a navegar até aos
sidente, do Vereador da Cultura e representantes na Base Naval de Lisboa, onde desembarcaram dias de hoje, sempre com bandeira portuguesa e
das principais forças políticas, forças de seguran- os jovens estudantes, depois de uma passagem rumo ao futuro.
ça do Estado e diversas organizações públicas e pelo porto de Cádis. Na bagagem, levaram a
privadas.
No final desse dia, o navio retribuiu com uma certeza de uma aprendizagem que apenas o
receção a bordo — «Pôr-do-Sol» —, onde mar- mar sabe transmitir. Colaboração do COMANDO NTM CREOULA
REVISTA DA ARMADA • DEZEMBRO 2013 11