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REVISTA DA ARMADA | 484
situacional do espaço marítimo, e consolidou os procedimentos A participação da CF22 dividiu-se em duas fases: a primeira,
de comando e controlo. O seu objetivo geral foi proporcionar entre os dias 3 e 7 de fevereiro, em Seia; a segunda, no período
treino às unidades participantes por forma a manter os padrões de 10 a 12, na área de Monte Real.
de prontidão operacional estabelecidos e melhorar desempe-
nhos, habilitando-as para o cumprimento das missões específi- Na primeira fase, foram executadas operações com aerona-
cas e à sua integração em forças navais. ves de asa fixa e rotativa, quer na projeção de força quer no
apoio aéreo próximo com a integração dos Forward Air Con-
A Marinha programou a participação da POTG para o período troller (FAC)1 na Força de Fuzileiros, realizando-se ainda pa-
mais alargado de 10 a 14 de fevereiro, mas as condições me- trulhas de segurança motorizadas, transporte aéreo tático em
teorológicas muito adversas que se fizeram sentir levaram ao C-130, C-295 e Alouette III, bem como patrulhas de combate.
cancelamento dos primeiros dois dias do exercício e motivaram
ainda a alteração da área do exercício para a zona a sul do Cabo Já na fase de Monte Real, foi executado um golpe de mão a
Espichel, de forma a garantir condições que possibilitassem ma- uma safe house inimiga, com o propósito da captura de mate-
ximizar o treino. rial sensível, recolha de informações e destruição do objetivo,
mantendo a integração dos FAC na força e recebendo o apoio
O programa seriado permitiu abranger um leque alargado de dos F-16. Esta ação deveria constituir-se como o principal even-
perícias, contemplando séries de luta de superfície, de defesa to do distinguish visitors day (DVD) e teria a projeção da for-
aérea e principalmente de defesa antissubmarina e guerra ele- ça através do vetor anfíbio, a partir de uma unidade naval, sé-
trónica, rentabilizando a presença do submarino, da aeronave rie que entretanto foi cancelada devido às extremas condições
P3C e do TRACSVAN. No entanto, as condições meteorológicas de agitação marítima que se verificaram nessa semana na cos-
permaneceram desfavoráveis (fraca visibilidade e baixo teto ta litoral portuguesa. O exercício terminou com a regeneração
das nuvens) durante todo o período do exercício, com impacto da Força de Fuzileiros, entre 13 e 14 de fevereiro, na Base de
significativo no cumprimento do seriado, sendo as áreas mais Fuzileiros.
afetadas o treino de defesa aérea, as operações aéreas com a
utilização das aeronaves orgânicas dos navios e a guerra ele- Já o DAE participou no exercício com um Grupo de Comba-
trónica. te, o qual realizou um amplo espectro de ações táticas, relacio-
nadas com o apoio aéreo à execução de operações especiais.
Foram realizados vários reabastecimentos no mar e séries de pro- A atividade realizada compreendeu a execução de missões de
teção de força durante a saída e entrada no Porto de Lisboa, com a ação direta, com tipologias de resgate de reféns, combat search
participação de botes do Destacamento de Mergulhadores Sapado- -and-rescue, detenção de elevado risco, guiamento terminal de
res da Marinha, e ainda uma série de multiameaça, no dia 13, com a aeronaves de ataque ao solo e ainda missões de reconhecimen-
participação do P3C, que se revelou uma mais-valia importante para to especial, de longo raio e sobre objetivos pontuais.
o treino de integração na força naval e para o seu emprego.
O DAE dispõe de uma ampla experiência na atuação conjunta
com meios da FAP, angariada ao longo de mais de duas décadas
de cooperação em missões reais e em exercícios. É a unidade
da Marinha que há mais tempo integra os exercícios RT, tendo
iniciado a sua participação em 2010. Os excelentes resultados
operacionais obtidos na presente edição do RT foram sublinha-
dos pela atribuição ao DAE de um Outstanding Award, pela di-
reção do exercício.
Neste exercício participaram cerca de 4.000 militares, dos
quais 600 da Marinha, permitindo que a prontidão dos meios
utilizados fosse melhorada. A participação no exercício RT-
14-RG14 constituiu uma excelente oportunidade de treino de
força naval para as unidades navais participantes e para o CTG
443.20 e seu estado-maior. Para o Batalhão de Fuzileiros nº2
configurou uma extraordinária oportunidade para treinar técni-
cas, táticas e procedimentos com os meios aéreos, nem sempre
acessíveis e disponíveis.
A missão foi cumprida com sucesso e em segurança, tendo o
desempenho de todos sido pautado pela exigência e profissio-
nalismo.
Colaboração do CTG 443.20, BF2 e DAE
Notas
1 Controladores Aéreos Avançados.
ABRIL 2014 7