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REVISTA DA ARMADA | 495

gen. Dos meados do século XIX conhe-                      Fig. 6 − Plano de Uniformes da Armada, de 16 de Setembro  Foto Corpo de Fuzileiros da Marinha
cemos, igualmente, vários modelos de                      de 1959 (Banda da Armada e Fanfarra da Armada).                                                                                                   Foto Corpo de Fuzileiros da Marinha
sabres--baionetas, adoptados pela Ma-                                                                               Fig. 7 − Modelo actual de Sabre da Fanfarra da Armada
rinha Portuguesa, nomeadamente após                                                                                 (Fabrico Português (?).
a criação do “Corpo de Marinheiros”5,
em 1851. Geralmente de fabrico inglês,                    Fig. 8 − Músico da Fanfarra da Armada, envergando Sabre.  Fig. 9 − Banda da Armada a desfilar. Os Músicos, envergam
essas armas adaptavam-se à espingar-                                                                                Espadim, e os Oficiais envergam Espada.
da Enfield (transformada em Snider),
modelo de 1869 (sabre-baioneta de lâ-                     Notas
mina ligeiramente curva) ou à espingar-
da Martin--Henry, modelo de 1876 (sa-                     1 Arquivo Geral de Marinha, Documentação Avulsa, Caixa nº 439, Material de Guerra. Segundo Augusto Salgado
bre-baioneta de lâmina direita, muito                     − "O Armanento Naval" em: "Navios, Marinheiros e Arte de Navegar, 1669-1823", Academia de Marinha, Lisboa,
semelhante à do sabre de abordagem).                      2012 −, eram cerca de 40 Espadas em navios de 54 peças, esse número aumentando para cerca de 160 espadas
Conhecemos igualmente outro sabre                         em navios de 74 peças.
-baioneta, muito invulgar, fabricado em                   2 Portaria de 19 de Dezembro de 1863.
Inglaterra para o mercado português,                      3 Diniz L.S, Carlos: "Repertório da Legislação Permanente da Armada, referido 30 de Junho de 1891", Vol. I e
modelo curto e terminado em ponta,                        Vol. II, Lisboa.
arma quase exclusivamente usada na                        4 Decreto de 27 de Março de 1890, relativo ao Corpo de Marinheiros.
nossa Armada e que consistia igualmen-                    5 Que vem substituir o "Batalhão Naval".
te na adaptação dum sabre de comba-                       6 Por razões de “pureza”, hoje poderá ser utilizado óleo de linhaça purificado.
te ao cano duma espingarda de Marinha
da marca inglesa Mont-Storm. A Ordem
da Armada nº 11, de 1888, descrevia os
métodos e tipos de limpeza dos sabres
-baioneta. Era utilizado azeite purificado
através de chumbo fundido6.

  Consta no Regulamento de Uniformes
da Armada de 1959, como reminiscência
do uso de sabres na Marinha Portugue-
sa, o uso na Fanfarra da Armada de sabre
com lâmina de 2 gumes de 680 mm, pu-
nho de madeira, terminada por uma cabe-
ça de leão de metal branco (ver Imagem
nº 6). O modelo e o porte desta arma, nos
dias de hoje, são confirmados pelo RUMM
(Regulamento de Uniformes dos Militares
da Marinha) de 1995, sendo, nas suas ca-
racterísticas, acrescentadas duas borlas
ao punho (Fig.7 e Fig. 8). Outro modelo,
ligeiramente diferente, mais próximo do
espadim, também com punho de madei-
ra, é usado pelos Militares da Banda da
Armada (Fig. 6 e Fig. 9).

                                        Dr. Paulo Santos

N.R. O autor não adota o novo acordo ortográfico

                                                                                                                    ABRIL 2015 23
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