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REVISTA DA ARMADA | 504

NRP VASCO DA GAMA

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18 DE JANEIRO

  Completam-se nesta data os 25 anos de entrada ao serviço do        se concretizava uma significativa redução de pessoal. De facto, a
NRP Vasco da Gama.                                                   vinda das Vasco da Gama constituiu um desafio de inovação, que
                                                                     obrigou a implementar novos processos e procedimentos, quer
  Podemos chamar Vasco da Gama a avenidas, pontes ou edifí-          na operação e manutenção desses meios, quer nas estruturas e
cios, mas é em navios que encontramos melhor forma de evocar         organismos de apoio e sustentação. Fomentou uma significativa
Vasco da Gama. Por isso, este aniversário é indissociável do lastro  melhoria organizacional, com efeitos transversais a toda a Ma-
simbólico do mais conhecido dos nossos ilustres navegadores. Os      rinha, pelo que a nossa cultura organizacional foi aperfeiçoada,
seus feitos no mar estão intimamente ligados à nossa identidade      dando expressão ao talant de bien faire da nossa Marinha.
e marcam a história da globalização e mesmo da humanidade.
Mas também marcam o Dia da nossa Marinha, cuja história con-           É interessante lembrar que, desde o início da sua construção
tinua a ser a história dos nossos navios, das suas missões e das     nos estaleiros Blohm und Voss, em Hamburgo, até à sua entre-
suas guarnições.                                                     ga em 18 de janeiro de 1991, Tim Berners-Lee inventava a Word
                                                                     Wide Web, o embrião do atual ciberespaço e que hoje constitui
  Iniciava-se em 1 de outubro de 1987 a construção da Vasco da       um dos domínios das operações militares; caía o muro de Berlim a
Gama. Quando, em 18 de janeiro de 1991, o navio foi aumentado        9 de novembro de 1989, e a reunificação da Alemanha tornava-se
ao efetivo dos navios da Armada, era eu aspirante do 5º ano da       realidade, em 3 de outubro de 1990. Não deixa também de ser
Escola Naval. 24 anos depois, é uma honra e um profundo orgu-        curioso recordar que, na véspera do aumento ao efetivo, se inicia-
lho ser o seu atual e décimo comandante.                             va a operação DESERT STORM, em resposta à invasão do Kuwait
                                                                     pelo Iraque. Nos primeiros anos da Vasco da Gama, o contexto in-
  Esta classe de navios permitiu, há 25 anos, a renovação da         ternacional era marcado pela hegemonia tecnológica dos Estados
“coluna dorsal” da Esquadra com novos e modernos meios, com          Unidos da América, que contrastava com a dissolução da União
capacidades tecnologicamente avançadas e que até então a Ma-         Soviética e do bloco de Leste, dando azo ao fim, ou adormecimen-
rinha não dispunha. Representou um alento renascido, numa al-        to, da Guerra Fria, e também a sucessivas e contínuas reduções
tura em que as fragatas da classe João Belo estavam a completar      dos orçamentos de defesa na maior parte dos países europeus.
25 anos de serviço, iam sendo abatidos os draga-minas da classe
S. Roque, com cerca de 35 anos de serviço, e, a partir de 1992,

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