Page 20 - Revista da Armada
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nuam a partilhar os valores em que acreditamos, alimentando o
ideal de ser marinheiro.
Senhor Secretário de Estado da Defesa Nacional,
Este foi mais um ano marcado por restrições financeiras que
tiveram cumulativas consequências no devir da Marinha e nos
militares, militarizados e civis que servem esta secular instituição.
Assume, por isso mesmo, ainda maior relevo a atitude dos nossos
homens e mulheres, que souberam transformar os sacrifícios em
motivação e esperança, característica que nos distingue, porque
nos habituámos a enfrentar o temporal confiantes na capacidade
de rumar a porto seguro.
Só desta forma foi possível, mesmo com as limitações conhe-
cidas, assegurar o Dispositivo Naval Padrão no Continente e nas
Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, honrar os compro-
missos internacionais assumidos por Portugal, perante a NATO,
a União Europeia e as Nações Unidas, e manter em prontidão os
meios requeridos para empenhar se e quando necessário.
A atestar esta afirmação estão as presenças da Marinha em
Senhor Secretário de Estado das Pescas diversificadas missões internacionais, quer no mar quer em ter-
Senhora Secretária Geral do Sistema de Segurança Interna ra, assumindo particular relevo o Comando, durante cerca de 6
Senhores Deputados meses, da Força Naval Permanente da NATO, Standing NATO Ma-
Senhores Almirantes Antigos Chefes do Estado-Maior da Armada ritime Group One, com uma fragata atribuída como navio Almi-
Senhor Tenente-General Chefe da Casa Militar de Sua Excelên- rante, mas que inclui ainda presenças no Afeganistão, no Mali, na
cia o Presidente da República República Centro Africana, no Mediterrâneo, no Golfo da Guiné
Senhor Vice-Almirante Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada (GoG). Acredito que desta forma contribuímos significativamen-
Senhores Tenentes-Generais, Vice-Chefes, em representação te, em conjunto com os nossos parceiros e aliados, para a segu-
dos Chefes do Estado-Maior do Exército e da Força Aérea rança e estabilidade regionais e para a resposta da comunidade
Senhoras e Senhores Vereadores e demais Autarcas internacional aos novos desafios que enfrenta.
Senhores Almirantes Assinalo ainda a especial relevância que assume a nossa pre-
Ilustres Autoridades Civis e Militares sença em alguns destes teatros, como por exemplo no GoG. Rele-
Distintos Convidados vância na medida em que Portugal e a Marinha, com uma larga
Minhas Senhoras e meus Senhores, experiência de cooperação internacional, fruto das suas alianças
Agradeço a presença de Vossas Excelências nesta cerimó- e postura na União Europeia e na NATO, pode, em colaboração
nia, desta forma confirmando o carinho e consideração que, com atores relevantes na cena internacional, desenvolver solu-
sentimos, dedicam à Marinha e aos seus homens e mulheres. ções baseadas na experiência do seu modelo de duplo uso, no
Sejam bem-vindos. seu conhecimento da área e nas relações fortes com os países da
região, nomeadamente aqueles que integram a CPLP.
Militares, Militarizados e Civis da Marinha,
É com enorme orgulho que estou ao leme desta nau coman- Meus Senhores e Minhas Senhoras,
dando homens e mulheres que, valorosamente, cumprem as mis- Portugal, um país relativamente pequeno, ganha dimensão
sões que nos são atribuídas. através do seu posicionamento geográfico e do vasto espaço ma-
São vocês que, com uma atitude de disponibilidade, dedicação rítimo de que dispõe, que para além de representar uma janela
desinteressada e empenho, transformam os sóbrios mas valiosos de oportunidade económica, confere profundidade ao território
recursos que nos vêm sendo disponibilizados em valor acrescido Português, liberdade de ação e tem um enorme valor geopolítico
para o País, defendendo, no mar, os interesses de Portugal. que importa concretizar. Para isso, é essencial garantir a ocupa-
A Marinha existe para servir os portugueses no mar, por isso ção efetiva dos espaços sob soberania e jurisdição nacional, evi-
permitam-me que dirija uma saudação muito especial àqueles tando vazios que outros tenderão a preencher. Só assim poderá
que hoje, em missão no mar, cumprem missões atribuídas nos Portugal assegurar a concretização desse enorme potencial eco-
espaços marítimos sob soberania, jurisdição e responsabilidade nómico e impedir o desenvolvimento de ameaças à soberania e
nacional, ou que em terra, nos diversos teatros de operações, aos interesses legítimos portugueses.
marcam a presença da Marinha. Esta justificada ambição só ganhará vida se for correspondida
Quero ainda, neste dia, através dos meus ilustres antecessores, pelo capacitar da Marinha para que possamos manter os níveis
aqui presentes, saudar, de forma particular, todos os que sendo de operação, reforçar a manutenção dos navios, aproximando-a
da Marinha já deixaram o serviço ativo, aqui incluindo todos os dos seus ciclos regulares, continuar a modernização das capaci-
que o fizeram, ainda que de forma temporária, mas que conti- dades existentes e terminar a adaptação dos meios recentemen-
20 JUNHO 2016