Page 21 - Revista da Armada
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Foto SAJ FZ Horta Pereira







          te adquiridos. Estou consciente que, para sermos bem-sucedidos,   a construção de 8 NPO e 6 NPC até ao fim de 2012, dos quais
          há que ser audacioso no procurar das melhores soluções de ges-  apenas foram entregues dois NPO, o último no fim de 2013, criou
          tão e, para isso, será necessário prestar ao esforço a desenvolver,   um enorme problema à Marinha. Esta situação impossibilitou a
          o pragmatismo, a agilidade e capacidade renovadora, que per-  indispensável renovação da capacidade de fiscalização, obrigan-
          mitam gerar, nesta complexa envolvente, as melhores soluções.   do a que a missão seja hoje executada com meios cada vez mais
           Neste espírito recordo que este ano se comemoram os 25 anos   escassos e envelhecidos.
          de entrada ao serviço das Fragatas da Classe Vasco da Gama,   Estou ciente de que, num momento histórico de dificuldades
          cujo intenso emprego nas mais diversas missões e regiões do glo-  económico-financeiras do país, o governo e a Marinha estão face
          bo, conferiram a Portugal uma nova capacidade para a defesa   a um grande desafio que, no entanto, em razão da necessidade
          dos  seus  interesses,  afirmando  a  sua  soberania  nacional  num   premente da substituição dos navios existentes, tem que ser ven-
          espaço de característica oceânica. O seu programa de aquisição   cido.
          é um assinalável exemplo do que pode ser atingido agregando
          vontades, sendo determinado e perseverante, devendo, por isso,   Senhor Secretário de Estado da Defesa Nacional,
          ser uma fonte de inspiração para outros programas de reequipa-  A Marinha, para o cumprimento das suas funções como Ramo
          mento, não só pelo prestígio operacional que trouxe à Marinha   das Forças Armadas, desenvolveu um conjunto de capacidades
          mas também pela objetiva e marcante transformação que indu-  que, em tempo de paz, pode afetar a tarefas de natureza não
          ziu em todas as áreas funcionais da Marinha.        militar que o Estado entenda por bem atribuir-lhe, como é o caso
           Ainda nesta conformidade, quero aludir ao programa de aqui-  do apoio à AMN em recursos humanos e materiais.
          sição e adaptação de quatro navios STANFLEX 300, que foi possí-  Neste Dia da Marinha, dia de todos aqueles que a servem no
          vel adquirir em ótimas condições à Dinamarca, permitindo com   âmbito da ação militar e não militar, quero, na minha qualidade
          a exploração desta oportunidade, suprir, no curto prazo, lacunas   de Autoridade Marítima Nacional, destacar o esforço desenvolvi-
          na área da fiscalização costeira e, simultaneamente, ganhar tem-  do pelos homens e mulheres que servem o País nesta tão indis-
          po no edificar do futuro. É, pois, com manifesta satisfação que   pensável estrutura.
          veremos, hoje, o NRP TEJO, primeiro navio da Classe, depois de   A Marinha e a Autoridade Marítima Nacional são hoje, no meu
          transformado e adaptado, a navegar integrado no desfile naval.    entender, atores incontornáveis na afirmação da soberania e au-
           Este processo teve também outra vertente, que não é demais   toridade do Estado no mar, assumindo um significativo leque de
          acentuar,  pois  representou  um  passo  no  potenciar  da  relação   responsabilidades e competências do estado costeiro.
          com a Arsenal do Alfeite. Este passo deverá ser encarado num   A Marinha orgulha-se da qualidade do serviço prestado à Na-
          espaço de integração das necessidades e valências, fomentando   ção por todos os que servem a AMN, nas suas diversas áreas de
          em conjunto, o potencial das infraestruturas e recursos disponí-  atividade, demonstrando que o recente ajustamento legislativo,
          veis, numa ótica de criação de valor acrescentado, quer para a   na contínua procura do aperfeiçoamento de um paradigma sus-
          Arsenal do Alfeite quer para a Marinha. Esta simbiose que de-  tentado na maturidade de dois séculos, reformulando o modelo
          sejamos bem-sucedida poderá, a meu ver, ser a impulsionadora   de duplo uso dos recursos, atribui à Marinha um papel funda-
          do sucesso da Arsenal do Alfeite o que será, no meu entender,   mental no apoio às funções e tarefas da Autoridade Marítima.
          fundamental para o sucesso da Marinha.              Esta  nova  realidade  permite,  no  respeito  das  respetivas  com-
           Porém,  como  é  consabido,  a  não  execução  do  programa  de   petências, garantir a correta articulação das diversas áreas de
          construções adjudicadas, em tempo, aos então ENVC, que previa   atuação do estado no mar, alavancando capacidades, através de



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