Page 29 - Revista da Armada
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VIGIA DA HISTÓRIA                                                  REVISTA DA ARMADA | 515

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CALCETAMENTO DE LISBOA

  Estranhará o eventual leitor que nestas páginas, onde normal-                                                                                         DR
mente se fala do mar, dos navios e dos homens do mar, se escolha
por título algo que, pelo menos aparentemente, não se enquadra     (Viana não o era ainda) a ter ruas calcetadas em Portugal, pedra
em nenhuma daquelas categorias mas, como se verá, na realidade     essa que seria recolhida à beira do rio para posterior utilização
tal relação existe, sendo essa a razão da sua divulgação, na qual  no calcetamento. Estabelecia igualmente aquele alvará que os
influiu igualmente o estar em crer não ser ela muito conhecida.    encargos de toda a operação deveriam ser suportados pelas ren-
                                                                   das da cidade.
  Durante largos séculos as ruas da cidade de Lisboa, como aliás
das restantes cidades de Portugal e dos outros países, eram de       É muito provável que a matéria-prima em causa fosse o gra-
terra batida o que, para além dos problemas de higiene, tinha      nito, tipo de pedra maioritariamente utilizado no Norte do País.
implicações na segurança das pessoas e dos veículos que nelas
circulavam.                                                                                                                Com. E. Gomes

  Foi no reinado de D. Sebastião que surgiu uma primeira ini-      N.R. O autor não adota o novo acordo ortográfico
ciativa para a resolução do problema, através do alvará régio de   Fonte: Arquivo Histórico da Câmara Municipal de Lisboa, Livro D. Sebastião, doc. 67
3 de Março de 1574. Considerando a preocupação em evitar as
quedas dos cavalos e outros animais de carga que circulavam nas
ruas da capital, com os consequentes desastres e perigos, era re-
conhecida a necessidade de proceder ao calcetamento de algu-
mas das ruas mais frequentadas de Lisboa. Para o efeito determi-
nava-se que, daí em diante, todos os navios e barcas do Porto e
de Viana da Foz do Lima (nome que então tinha a actual Viana do
Castelo), deveriam trazer, como lastro, pedra idêntica àquela que
servira para calcetar a Rua das Flores, na cidade do Porto, e as
ruas de Viana, que parecem assim ter sido as primeiras cidades

CONVÍVIOS

VISITA DA 1ª GUARNIÇÃO | 25 ANOS NRP CORTE REAL

  No passado dia 26 de novembro teve lugar no NRP Corte Real         Do programa da visita constou o visionamento de um registo
uma visita da primeira guarnição do navio, por ocasião do seu      fotográfico alusivo aos 25 anos do navio e às suas 10 guarnições,
vigésimo quinto aniversário, efeméride assinalada em 22 de no-     o descerramento de uma placa oferecida pela primeira guarni-
vembro.                                                            ção para assinalar a efeméride, terminando com uma visita às
                                                                   principais áreas departamentais acompanhada por pessoal dos
  O evento contou com a presença do primeiro Comandante,           respetivos departamentos de bordo.
Vice-almirante REF Silva da Fonseca, e mais 85 elementos da pri-
meira guarnição, que foram recebidos a bordo após uma missa                                       Colaboração do COMANDO DO NRP CORTE REAL
de sufrágio pelos camaradas falecidos.

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