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REVISTA DA ARMADA | 516
ENTREGAS DE COMANDO/TOMADAS DE POSSE
COMANDANTE NAVAL
A cerimónia de assunção do cargo de Co- as operações expedicionárias percursoras
mandante Naval foi presidida pelo Chefe do ou outras que envolvam o resgate das di-
Estado-Maior da Armada e Autoridade Ma- ásporas”. Sem abandonar a natureza mili-
rítima Nacional, ALM António Silva Ribeiro, tar do treino da Esquadra, referiu que este
que deu posse ao VALM Gouveia e Melo. “não será incompatível com a introdução
Coincidindo com a primeira visita do ALM de módulos que melhorem a flexibilidade e
CEMA/AMN ao Comando Naval, a cerimó- o leque de atuação das forças navais e que
nia iniciou-se com a revista naval, seguida permitam uma utilização suplementar des-
de honras militares prestadas por um ba- tas forças em tempo de paz”.
talhão a três companhias. O NRP Jacinto Da prontidão ergueu a sua visão para o
Cândido, fundeado na bacia de manobra, horizonte de emprego da Esquadra, enten-
executou as salvas durante o Hino Maria da dendo que este deverá ser relevante, por-
Fonte tocado pela Banda da Armada. quanto atuante e presente, para “merecer
Na sua primeira intervenção como Co- o respeito e reconhecimento” dos Portu- dor do apoio da Marinha à Autoridade Ma-
mandante Naval, o VALM Gouveia e Melo gueses. Neste sentido, o Comandante Na- rítima Nacional, sendo fundamental melho-
agradeceu a confiança depositada para val exortou os Comandantes a “rentabilizar rar o estado de manutenção da Esquadra e
assumir a responsabilidade do comando ao máximo os navios que nos são disponi- reforçar o relacionamento com o AA.
da maior componente humana e material bilizados”, utilizando “todos os minutos de A cerimónia encerrou com o desfile mi-
da Marinha, manifestando a vontade de mar para treinar e para vigiar o nosso es- litar do Batalhão, após o que se seguiu um
contribuir para uma “Marinha pronta para paço”. Quanto ao espectro de emprego da Porto de Honra a bordo do NRP Álvares Ca-
combater e útil em tempo de paz”. componente dos Fuzileiros, caracterizou-a bral.
Prosseguiu a sua intervenção relevando “como uma tropa especial e com elevado
a importância da manutenção na prontidão potencial de combate” que “não deverá
das plataformas e, num claro desígnio de permanecer aquartelada”. No apoio às ope-
O VALM Henrique Eduardo Passaláqua de Gou-
exigência e rigor para com as guarnições rações, definiu como crucial “a capacidade veia e Melo nasceu em Quelimane, Moçambique, a
e oficinas dos comandos administrativos, para estabelecer um elevado estado de co- 21 de novembro de 1960. Ingressou na Escola Naval
na preservação dos navios no âmbito dos nhecimento sobre os espaços marítimos de em 7 de setembro de 1979 como Cadete do curso
primeiro e segundo escalões. Ainda, neste atuação”, constituindo “forma inteligente e "Carvalho Araújo" e, em 19 de setembro de 1983, foi
promovido a Aspirante.
contexto, reforçou a importância da parce- consequente de podermos melhorar os re- Integrou a Esquadrilha de Submarinos em setem-
ria com o Arsenal do Alfeite na demanda sultados, com os mesmos recursos”, a par bro de 1985 e, até 1992, navegou nos submarinos
das melhores soluções. da partilha de informação “entre todos os Albacora, Barracuda e Delfim, exercendo diversas
Sobre o conceito de “Esquadra pronta”, atores marítimos”. funções operacionais como oficial de guarnição.
Desempenhou o cargo de Imediato nos submarinos
abordou a temática da preparação da Es- Na mesma linha de pensamento reafir- Albacora e Barracuda. Exerceu o Comando dos sub-
quadra, concretizando com a importância mou o empenho da Esquadra no apoio à marinos Delfim e Barracuda e da fragata Vasco da
de “fazer adaptações aos modelos e focos AMN e outras agências “que tenham neces- Gama.
Ao longo da sua carreira frequentou vários cur-
de treino” para “os cenários mais prováveis sidade de operar no mar, em razão do espa- sos, salientando-se a especialização em Comunica-
de operação”, realçando “a ameaça sub- ço ou da matéria”, em resultado do enor- ções e Guerra Electrónica, o "International Diesel
marina, que recrudesceu, a proteção da me desafio que representa a nossa área de Electric Submarine Tracking Course" em Norfolk,
navegação mercante, quer contra atores responsabilidade e o imperativo de gerir os Estados Unidos, o Curso Geral Naval de Guerra, a
pós-graduação em “Information Warfare” na Univer-
estatais, quer não estatais – como sejam escassos recursos disponíveis do país. sidade Independente, o Curso Complementar Naval
o terrorismo e a pirataria –, assim como Seguiu-se o discurso do CEMA/AMN, de Guerra e o Curso de Promoção a Oficial General
ALM António Silva Ri- no Instituto de Estudos Superiores Militares.
Entre 1998 e 2002 liderou o Serviço de Treino e
beiro, que partilhou a Avaliação da Esquadrilha de Submarinos e o Estado-
sua visão de uma Ma- -Maior da Autoridade Nacional para o Controlo de
rinha relevante, crian- Operações de Submarinos (SUBOPAUTH), assumin-
do condições para que do mais tarde o Comando daquela esquadrilha.
Exerceu as funções de Chefe do Serviço de Infor-
no futuro veja as suas mação e Relações Públicas do Gabinete do CEMA, de
capacidades aumen- 2º comandante da Flotilha de Navios, de Diretor de
tadas, materializada Faróis, de Diretor do Instituto de Socorros a Náufra-
gos, de Chefe de Gabinete do CEMA e de 2º Coman-
na Diretiva de Plane- dante Naval.
amento da Marinha, Da sua folha de serviços constam diversos louvo-
que detalha as ações res e condecorações, destacando-se de entre estas a
Ordem Militar de Avis – Grau Comendador.
concretas para atingir O VALM Gouveia e Melo vive em Lisboa, é casado
esse desígnio, em par- com a Srª Drª Carol de Gouveia e é pai de dois filhos.
ticular o aspeto inova-
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