Page 2 - Revista da Armada
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PROVA
DE GRATIDÃO
Sou Augusto Pereira Pinto, ex-Cabo AP com o nº 10324
no Ativo e 12036 na Reserva, abatido ao serviço ativo em
1 de Outubro de 1973.
Tenho uma dívida de gratidão para com a Marinha.
Cheguei à Armada tinha 17 anos, era um menino, e por
isso todos os dias às 22h00, quando acabavam as aulas,
tinha à minha espera como suplemento alimentar um
copo de cacau com leite quente e uma sandes de fiambre
ou queijo – eu e outros da mesma idade.
Na Armada me formei como homem e lá aprendi tudo
o que me foi útil pela vida fora, como por exemplo os va-
lores morais que me orgulho de possuir. Dei ao serviço da
Marinha os melhores anos da minha juventude e servi a
Armada com o maior orgulho e alegria, honrei sempre e
com a maior dignidade a farda que me foi distribuída e ao
servir a Armada servi Portugal; penso que com isso ajudei
também a honrar e dignificar os Marinheiros da Armada
(grandes homens) do séc. XV que, navegando em barcos
comparados a cascas de nozes, deram a conhecer novos
mundos ao Mundo.
Sou um homem simples, não tenho jeito para orador,
e estas minhas palavras escritas são o exprimir da minha A fragata “Álvares Cabral”, navio onde
fiz duas missões a Moçambique,
gratidão e do quanto estou em dívida à minha Marinha entre 1968 e 1972.
por tudo quanto me deu. Hoje, com o peso dos meus (70)
setenta anos e muita experiência acumulada, resolvi dar
a conhecer, através da Revista da Armada, toda a gratidão
que tenho para com a Marinha por tudo quanto me deu.
Termino.
Marinha, até sempre!
Augusto Pereira Pinto