Page 8 - Revista da Armada
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Foto 1SAR ETC Parracho
AMarinha celebra anualmente a sua festa no dia 20 de Maio, val organizada e sustentada, criada a partir do dia 1 de Fevereiro
recordando a data em que Vasco da Gama, no cumprimento de 1317, com o contrato que o rei assinou com Manuel Pessa-
da grande missão que lhe foi dada pelo rei D. Manuel, chegou nha. Foi a visão estratégica do soberano, ao assinar tal contrato,
a Calecute. Nesse dia 20, os navios alcançaram a costa indiana que permitiu reunir os meios para dominar a rota comercial, que
e estabeleceram os primeiros contactos com a população local, passava em frente da costa portuguesa, e criar condições para o
quando quatro embarcações vieram saber quem eram aqueles Poder Naval que se afirmou um século depois.
que assim chegavam. O desígnio de uma viagem com estas ca-
racterísticas, sulcando mares que nunca tinham visto, justifica o Esta efeméride notável dominou, naturalmente, as festivida-
orgulho de quem continua a ostentar a bandeira portuguesa no des do Dia da Marinha 2017, dando uma força acrescida ao sig-
mar, recordando um feito único que teve tanto de arrojo quanto nificado histórico que ele já tinha anteriormente. A escolha dos
de saber, capacidade técnica e perseverança. portos de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim, para centro das
comemorações deste ano, teve assim o condão de reforçar esta
Este ano, porém, as festividades tiveram presente outra co- relação da Marinha com um passado anterior à expansão qui-
memoração tão cara quanto a viagem de Vasco da Gama: com- nhentista e à viagem de Vasco da Gama.
pletam-se 700 anos sobre a criação da Marinha, enquanto força
armada eficaz e organizada, no reinado de D. Dinis. E é impor- O Dia da Marinha é (sempre o foi) uma festa popular, de for-
tante recordar que a expansão marítima dos séculos XV e XVI, ma que os portos e póvoas marítimas portuguesas serão sempre
envolvendo toda a exploração do Atlântico, as viagens à Índia e os locais dilectos para estas celebrações. É nestes locais que a
até ao extremo Oriente, só foi possível graças a essa estrutura na- Marinha encontra os seus parceiros mais chegados, nas gentes
que continuam a viver e a trabalhar na faina do mar, “nos nossos
Foto SAJ FZ Horta Pereira
8 JUNHO 2017
